terça-feira, maio 25, 2010

Fernando Nobre defende "coligação de Governo" para enfrentar crise


O candidato à Presidência da República defende que para enfrentar a crise é necessária uma "coligação de Governo", que pudesse dar "estabilidade ao país".
"Tentaria fazer a mais larga coligação possível", afirmou Fernando Nobre aos jornalistas, na inauguração da sua sede de candidatura e apresentação do humorista Nilton como mandatário para a juventude.
O candidato presidencial defendeu uma "coligação de Governo, dando estabilidade ao país e perspectivando o futuro".
"Em todos os outros países da Europa é perfeitamente normal as coligações", sustentou, considerando que "num futuro próximo" as soluções governativas "muito dificilmente" não passarão por uma coligação.

Lusa assina acordo com agência marroquina para trocar notícias e dar formação multimédia

A Lusa vai dar formação multimédia à agência de notícias do Magrebe Árabe para possibilitar a realização de trabalhos em plataformas como televisão e rádio, na sequência de um protocolo que as administrações assinaram em Marrocos.
O acordo visa ainda a troca de experiências e formação nas áreas de documentação e informática, o que passa pelo fornecimento pela Lusa do seu sistema de produção de noticiário - denominado Luna - à agência marroquina, refere o documento.
"A Lusa tem vindo a fazer um bom caminho na área da convergência para o multimédia - aliás, a Lusa acaba de ganhar o prémio de excelência e inovação da Aliança Europeia de Agências Noticiosas - e a nossa experiência, bem como o software do sistema editorial Luna - e que está a ser também adotado pelas agências Ria Novosti (Russa) e pela PAP (Polaca) e, a curto prazo, pela agência argelina - interessam aos nossos parceiros da Agência Maghreb Arabe Press", afirmou o administrador da agência portuguesa, Afonso Camões.

ANTROP espera aumento nos transportes entre 3 e 4%

O presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Passageiros disse hoje que espera uma actualização das tarifas entre 3 e 4% a 1 de Julho.

"Temos conversado várias vezes com o Governo e, neste momento, estamos na expectativa da actualização tarifária a partir de 1 de Julho. Os nossos cálculos apontam para uma actualização entre 3 e 4%", disse o presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Passageiros (ANTROP), Luís Cabaço Martins, em declarações à agência Lusa.
Para já, a associação está em conversações com o secretário de Estado dos Transportes, Correia da Fonseca, para decidir o aumento tarifário e sobretudo se o Estado suportará parte desse aumento, não sobrecarregando tanto as famílias.
"O Governo tem de optar se quer repercutir todo esse efeito nos utilizadores ou se tem capacidade financeira para suportar uma parte, e sabemos que cada vez tem menos. Admito que a tendência é no sentido de serem os utilizadores finais a suportarem o custo dos transportes", disse.
O ministro da Economia, Vieira da Silva, admitiu hoje um aumento dos preços dos títulos dos transportes públicos, por estarem congelados há dois anos.
"Se estão congelados há dois anos, é possível que haja um aumento", afirmou, à margem de uma reunião de ministros da União Europeia em Bruxelas, acrescentando não ter, no entanto, conhecimento de qualquer decisão tomada nesse sentido.
Para o presidente da ANTROP, que representa as empresas privadas de transportes públicos, o aumento dos transportes públicos no segundo semestre de 2010 não se justifica apenas pelos dois anos do congelamento dos títulos.

sábado, maio 22, 2010

Internet: Google festeja 30 anos do Pac-Man disponibilizando o jogo na sua homepage

O motor de busca Google oferece sexta feira e hoje partes ilimitadas do jogo "Pac-Man" na sua página de acolhimento, por ocasião do 30º aniversário do famoso pequeno personagem amarelo, pioneiro dos jogos de vídeo.
O tradicional logótipo do Google assumiu os contornos de um jogo de vídeo ao estilo dos anos 1980.
Durante 48 horas, um clique na imagem faz começar o jogo.

Jovem desapareceu no mar junto à Costa da Caparica


Um jovem de 18 anos desapareceu este sábado no mar junto à praia do Tarquínio, na Costa de Caparica, disse à TSF uma fonte oficial da Marinha.
Segundo a mesma fonte, o alerta foi dado ao início da tarde por um casal que estava na praia e viu o jovem a esbracejar no mar, mostrando estar em dificuldades.
A marinha está no local a assegurar as operações de busca com um salva-vidas e um helicóptero.

Colégios do Ensino Especial em risco de ruptura

A maioria dos colégios de Ensino Especial está em risco de ruptura financeira e sem capacidade de recorrer a crédito. O alerta é da associação que representa o sector e que responsabiliza sucessivos governos.
"Há colégios do Ensino Especial que sem uma resolução deste problema não sabem como manter o funcionamento normal até ao final do ano", disse à Lusa o director executivo da Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP).
Segundo Rodrigo Queiroz e Melo, que lamenta a falta de resposta do Ministério da Educação, os trabalhadores destes estabelecimentos poderão vir a receber mais tarde os subsídios de férias, devido às dificuldades de tesouraria.
A AAEP tem levantado a questão do Ensino Especial junto do Governo, nomeadamente em audiências com responsáveis da tutela e em ofícios, aos quais afirma não ter resposta.
Porém, um dos associados recebeu da Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo um pedido de informação sobre o eventual encerramento da escola. A estrutura descentralizada do ministério questionava se os pais já estavam informados e pedia informações para estudar alternativas.
"Parece-me uma atitude lamentável. Perante um pedido de uma escola, de um apoio de financiamento que entende ter direito, a resposta do Estado ser: avise os pais que vai fechar e diga-me quem são os alunos para eu os colocar noutro sítio", indignou-se Queiroz e Melo.
"Não compreendemos como é que a Administração Pública pode apresentar isto por escrito, especialmente porque pressupõe que estes alunos vão ser atirados para algures, onde não têm necessariamente a resposta que têm num colégio do Ensino Especial", criticou.
Num último ofício, datado 28 de Abril e dirigido à ministra Isabel Alçada e ao secretário de Estado adjunto Alexandre Ventura, a AEEP lembra um anterior (de 6 de Abril) e questiona os governantes sobre a situação actual e futura dos colégios de Ensino Especial.
Segundo Queiroz e Melo, estão em causa cerca de 20 colégios. Algumas estruturas de maior dimensão têm feito face às dificuldades de financiamento do ensino especial recorrendo a fundos de outras valências, referiu.
"O problema é que quando se desvia fundos de uma valência para outra não se está a investir. O serviço educativo estava a ser coberto pelo Estado e para podermos continuar a manter este serviço de qualidade às crianças é preciso que o financiamento se mantenha", defendeu.
A AEEP requereu à tutela várias formas de financiamento, para projectos específicos ou para acudir aos colégios em situação difícil, fruto da "ausência de encaminhamentos propostos para estabelecimentos de Ensino Especial", devido à política de inclusão de muitos destes alunos em escolas do ensino regular e à natural saída de outros porque atingem determinada idade ou encontram outras respostas na comunidade.
A AEEP afirma não ser contra a inclusão, mas com o financiamento associado ao número de alunos as verbas dos colégios caíram, pelo que desafia o ministério a esclarecer se há espaço para estes estabelecimentos em Portugal e se tenciona construir um grupo de trabalho entre a associação, um núcleo de colégios e a tutela para definir condições e recursos.

Cavaco Silva apela ao apoio às crianças em época de crise

O presidente da República, Cavaco Silva, salientou, hoje, sábado, em Vila do Conde, a importância do apoio às crianças e jovens numa época de crise, para que estes não sejam afectados pelas dificuldades das famílias.
"Neste campo da juventude e nos tempos de crise que vivemos é preciso que existam instituições que prestem uma atenção particular aos filhos daqueles que são atingidos pela crise que atingiu o nosso país", disse Cavaco Silva durante o seu discurso no âmbito das comemorações dos 500 anos da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde.
Para o presidente da República, "é importante que as crianças e os mais jovens não sofram nos seus estudos, na sua alimentação, na sua convivência em resultado do desemprego dos seus pais ou das dificuldades por que passam as suas famílias".
"Cada um de nós pode interrogar-se qual seria a situação do nosso país no domínio da pobreza, da exclusão social, dos idosos, dos deficientes se não existissem as misericórdias, as instituições de solidariedade social, os grupos de voluntariado, as redes de entreajuda que se dedicam ao apoio dos mais fracos e vulneráveis", realçou Cavaco Silva.
Segundo o presidente da República, os 500 anos de existência da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde evidenciam o facto de a "força solidária do povo português não ser de agora", vindo já de "muito longe".
"Eu espero bem que esta força solidária dos portugueses, neste tempo que é difícil, venha ao de cima com uma determinação, uma dedicação ainda maior", enfatizou.
Cavaco Silva salientou ainda a ideia de que estas instituições merecem "de todos aqueles que trabalham em nome do povo, em actividades políticas, um reconhecimento muito especial pelo contributo que dão para minorar, para reduzir o sofrimento de tantos milhares de portugueses".
"Hoje, aqui, perante uma instituição que celebra meio milénio de existência, sentimo-nos todos um pouco diminuídos perante este tempo de apoio aos mais pobres, aos mais desfavorecidos, aos mais vulneráveis, aos mais fracos desta região", disse.

Enfermeiros denunciam risco de falhas no INEM

A Ordem dos Enfermeiros manifestou "veemente discordância" relativamente ao Plano Estratégico de Recursos Humanos de Emergência Pré-hospitalar. Considera-o "redutor" ao focar "apenas os recursos humanos", sem oferecer uma proposta global.
Para a Ordem dos Enfermeiros (OE), o Plano Estratégico, elaborado pelo INEM e cuja consulta pública terminou na quinta feira, devia instituir um "modelo de Emergência Pré-hospitalar que melhor se adeque à realidade" portuguesa.
A OE manifestou o seu "desagrado" num parecer que remeteu para o Ministério da Saúde, em que lembra que o "compromisso assumido" entre o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, e a Ordem dos Enfermeiros foi de se "proceder à avaliação prévia antes de qualquer decisão".
É "incompreensível e inaceitável que nos recursos actualmente afectos aos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) não seja mencionado o número de enfermeiros que neles prestam serviço desde 2007, assim como a clara e explicita intenção de afastar este recurso qualificado".
"No documento em apreço não vislumbramos qualquer elemento de análise que faça perigar a nossa profunda convicção de que os enfermeiros nos CODU acrescentam valor ao sistema pela disponibilização permanente de uma resposta qualificada que outros profissionais não clínicos jamais podem oferecer", acrescentou.
Para a Ordem dos Enfermeiros, ao apostar-se, ao "arrepio do enquadramento legal vigente", na eventual transferência de competências dos enfermeiros para outros profissionais, o plano "prefigura uma primeira etapa para a alteração do modelo de prestação de cuidados em ambiente pré-hospitalar".
A Ordem dos Enfermeiros manifesta também "frontal oposição à criação de um grupo técnico para actuar em emergência sem domínio científico e colocando em causa a segurança e a qualidade dos cuidados a prestar aos cidadãos".

Ana Jorge: Vai ser preciso "gerir melhor" os recursos da Saúde

A ministra da Saúde afirmou hoje, sexta-feira, que vai ser preciso "gerir melhor" os recursos do sector, dado o contexto de crise, mas que os serviços de Saúde "são para manter" e estão "garantidos".
"A Saúde tem de gerir muito bem aquilo que faz, temos de garantir os cuidados de saúde, que são essenciais", afirmou Ana Jorge aos jornalistas quando confrontada com os alertas de sindicatos, associações e profissionais do sector que temem que as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo para os serviços públicos ponham em causa o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"Com aquilo que temos vindo a fazer vamos conseguir garantir os cuidados de saúde", disse a ministra, acrescentando: "Vamos gerir melhor e vamos ter o envolvimento dos profissionais e também das pessoas".
Ana Jorge falava em Lisboa, à margem de uma conferência sobre obesidade.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses considerou hoje, sexta-feira, que a serem aplicadas ao sector "de forma cega e indiscriminada" as medidas de austeridade decididas pelo Governo haverá uma ruptura nos serviços.
"Mais de 2500 enfermeiros contratados podem ser despedidos", afirmou o SEP num comunicado.
Na quarta-feira, também a Ordem dos Enfermeiros alertou que as medidas de austeridade não podem criar uma maior desigualdade no acesso aos cuidados de saúde.
O director da Escola Nacional de Saúde Pública, Constantino Sakellarides, disse, na quinta-feira, que a existência do SNS pode estar em risco caso o Governo corte nos recursos humanos.
"Estamos em tempo de crise, é necessário conter a despesa, mas espero que o Governo seja inteligente nessa matéria para perceber que é possível conter gastos em muitos aspectos, mas não o deve fazer nos recursos humanos da saúde", disse à Agência Lusa.
No mesmo sentido, na segunda-feira, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) tiha manifestado preocupação com o impacto das medidas de contenção no SNS, alertando que há profissionais a trabalhar no limite, colocando em risco a sua "sanidade mental e física".

Receitas de publicidade na Internet crescem em 2011

Segundo os responsáveis das principais empresas portuguesas de comunicação social, a Internet é o sector dos media que vai obter mais receitas ao nível da publicidade em 2011.
Apesar de ser um meio relativamente recente, a Internet tem vindo a ganhar mais adeptos e a conquistá-los a outros meios de comunicação, levando os anunciantes a apostar neste meio para divulgar as suas marcas.
O Observatório de Comunicação realizou o estudo entre Outubro do ano passado e Março deste ano, inquirindo 223 gestores de grupos como a Cofina, a Controlinveste, a Impresa, a Media Capital, a Renascença, a RTP e Zon Multimédia. O estudo contou com respostas de 62 gestores.
Cerca de 88% dos inquiridos prevêem um crescimento continuado das receitas na Internet.
A rádio é o meio mais favorável nas previsões de crescimento para 2011. Nos jornais, é também esperado um maior crescimento das receitas, em comparação ao período de 2009 e 2010. No sector televisivo, os inquiridos acreditam que irá haver um crescimento continuado das receitas, tanto em televisão via cabo, como em televisão paga por outras vias.

sexta-feira, maio 21, 2010

Balsemão a Judite: "Não faria sentido abrir uma crise"


Presidente da Impresa cita Comissão de Ética: "A liberdade de expressão diminuiu em Portugal nos últimos anos"

Francisco Balsemão disse ontem na RTP1 que "certa promiscuidade entre o poder político e o poder económico" é uma das principais responsáveis pela situação actual da liberdade de imprensa em Portugal. Citando as conclusões da Comissão Parlamentar de Ética na sequência da investigação sobre o falhado negócio PT/TVI, o presidente da Impresa referiu que "a liberdade de expressão diminuiu em Portugal nos últimos anos".
Na Grande Entrevista de Judite Sousa, Balsemão criticou a RTP por receber "300 e tal milhões de euros por indemnizações compensatórias" e reafirmou que "a concorrência é essencial; o que não aceito é regras especiais de concorrência".
Quanto à crise político-económica, o antigo primeiro-ministro (1981-83) disse que "o País está preocupado e tem razões para isso" e, estabelecendo um paralelo com a Irlanda a propósito das medidas anunciadas, repetiu que "temos uma grande tendência para andar a reboque".
Convicto de que, neste momento, abrir uma crise política "não faria sentido", Balsemão declarou o seu apoio à eventual recandidatura de Cavaco Silva à Presidência, embora revelando proximidade "e até cumplicidade" com Manuel Alegre. O homem que um dia contratou Marcelo Rebelo de Sousa para o Expresso lembrou: "Quando alguém me faz uma partida, não esqueço. É uma questão de dignidade."

Os vencedores dos Prémios M&P

Ontem à noite, no Centro de Congressos de Lisboa, decorreu a gala de entrega dos Prémios Meios & Publicidade 2010. Conheça os vencedores:

Marketing & Publicidade

Relacional:
OgilvyOne

Agência Digital:
Wiz

Agência de Comunicação:
Lift


Agência de Eventos:
Desafio Global Ativism


Marca:
Meo


Produtora de Imagem:
Garage Films


Produtora de Som:
Índigo

Empresa de Publicidade Indoor/Exterior:
JCDecaux

Agência de Design:
Brandia Central

Agência de Meios:
Initiative


Agência de Publicidade:
MSTF Partners

Prémio Voz:
Margarida Vila Nova

Personalidade Publicidade:
Duda Mendonça

Personalidade de Comunicação:
António Cunha Vaz


Media


Publicação de Informação e Tecnologias de Informação:
PC Guia

Publicação sobre Automóveis:
Turbo

Publicação de Televisão:
TV Guia

Publicação de Viagens:
Evasões

Publicação de Saúde e Educação:
Pais&Filhos


Publicação de Decoração:
Caras Decoração

Publicação de Sociedade:
Caras

Publicação Feminina:
Happy Woman


Publicação Masculina:
Maxmen


Newsmagazine:
Sábado

Suplemento:
Única

Publicação Desportiva:
Record


Site de Informação:
Jornal de Negócios

Diário Gratuito:
Destak

Produtora de Televisão:
Plural

Diário de Informação Económica:
Jornal de Negócios


Semanário Generalista:
Expresso

Diário Generalista:
Correio da Manhã

Rádio:
Rádio Comercial


Canal Cabo Internacional:
Fox Life


Canal Cabo Nacional:
SIC Notícias


Canal Generalista :
SIC


Prémio Carreira:
Cândido Rodan


Personalidade de Media:
Luís Cabral


Segurança: Ministro da Justiça recusa o "fundamentalismo do Direito"

O ministro da Justiça, Alberto Martins, recusou hoje no Porto o "fundamentalismo do Direito" em situações em que a liberdade e a segurança colidem.
"Não podemos cair na tentação do fundamentalismo do Direito", já que certas circunstâncias podem obrigar a "compressões nas liberdades individuais, em limites que sejam adequados, necessários, razoáveis, proporcionais", disse Alberto Martins.
O ministro considerou que segurança e liberdade "são duas faces da mesma moeda" e disse que "é no equilíbrio ente segurança e o excesso de garantismo que temos de encontrar uma solução" para os problemas que se colocam ao mundo depois dos atentados do 11 de setembro em Nova Iorque.

Segurança: PSP e REFER lançam campanha virada para utentes dos transportes ferroviários

Alertar os utentes dos transportes ferroviários para aspetos ligados à segurança em transportes públicos é um dos objetivos de uma campanha da PSP com a REFER, que decorre entre segunda feira e 04 de junho.
Segundo a PSP, trata-se de uma "iniciativa inédita", a nível nacional, que pretende "alertar a população em geral e os utentes dos transportes ferroviários em particular para o quadro vigente em Portugal em matéria de segurança em transportes públicos".
Para o efeito, a PSP procurou acautelar dois tipos de situações: os ilícitos criminais que são cometidos a bordo dos transportes públicos e numa segunda vertente os princípios de segurança que devem nortear os utilizadores de transportes públicos, especificamente os atravessamentos de linha.

Guia de perguntas e respostas sobre o aumento de impostos


Vem aí um novo plano de austeridade. Todos os impostos vão aumentar e as dúvidas são muitas. A Renascença preparou um guia de perguntas e respostas composto a partir de uma entrevista a Jaime Esteves, fiscalista da consultora norte-americana PricewaterhouseCoppers. Saiba tudo sobre os novos impostos.

O Governo apresentou ao país um plano de austeridade para conter o défice público. Quem vai ser afectado pelas medidas?

Neste momento, tendo em conta o que foi anunciado, vai surgir, desde logo, a redução do lado da despesa. Mas o que irá suceder é fundamentalmente um aumento da receita fiscal. Esse aumento acabará por ser repartido por famílias, empresa e titulares de rendimentos, na medida em que vai haver aumento do IRC, aumento das taxas de IRS e um aumento generalizado de todas as taxas de IVA.


Vai apanhar todos os escalões de IRS?
Apanha transversalmente todas as famílias, com maior pendor para as famílias de rendimentos mais elevados, na medida em que, até ao terceiro escalão de rendimentos de IRS (rendimento anuais até 17.979 euros), o aumento é de um ponto percentual. Para os escalões superiores, será de 1,5 pontos percentuais. Relativamente ao IVA, o aumento é sempre de um ponto percentual. O IVA tem um efeito ligeiramente regressivo e, nessa medida, terá um impacto um pouco maior nas famílias de menores rendimentos.


Diz-se que o Estado poderá amealhar cerca de 300 milhões de euros com a sobretaxa de IRS. Será mesmo assim?
Dependendo do momento em que o aumento terá efeitos, será um valor credível. Se pensarmos que as sobretaxas de 1% e de 1,5% vão aplicar-se aos rendimentos auferidos na totalidade do ano, portanto desde 1 de Janeiro de 2010, o montante avançado terá credibilidade. Se inversamente se aplicar apenas a metade do ano, seja Junho ou Julho, eventualmente o valor avançado pecará por excesso. Há também que ter conta que as taxas de retenção na fonte serão aumentadas de 20 para 21,5% para aqueles rendimentos que não são sujeitos a emolumento.


Fazendo a simulação para uma pessoa solteira, sem filhos, com um rendimento anual de 14 mil euros, quanto pode pagar de IRS?
Se fizermos a anualização desses valores e pensarmos que o aumento se aplica desde o início do ano, 1 de Janeiro (é o que vai suceder a partir de 2011; em 2010, a sobretaxa aplica-se apenas a sete meses do ano), as simulações da PricewaterhouseCoopers para um casal solteiro, sem filhos e com um rendimento de 14 mil euros apontam para um aumento de 98,96 euros no IRS. Já no caso de um casal com um filho, a ganhar 27 mil euros anuais, o aumento será de 197,92 euros.


Para um casal com um filho, mas que ganhe 154 mil euros anuais, qual será a penalização?
Neste caso, o aumento será de 1.876 euros. O mesmo acontece num casal com dois filhos e com o mesmo rendimento anual de 154 mil euros. Terá o mesmo aumento de 1.876 euros, tendo em conta estimativas anuais.


Como se explica que um casal só com um filho pague o mesmo que um casal com dois filhos?
A explicação é fácil. Todas as condicionantes personalizantes do IRS mantêm-se constantes. Portanto, as deduções por saúde, educação e por dependentes a cargo mantêm-se iguais. O remanescente das taxas também se mantém igual. Temos, neste caso, para um rendimento de 154 mil euros um aumento de 1,5%. E, portanto, é esse aumento que é repartido pela totalidade da população e, independentemente das condições pessoais do agregado familiar, o aumento de imposto é exactamente igual.


Pensionistas que ganham mais também vão pagar mais IRS?
Tal como para os rendimentos do trabalho, os rendimentos até um salário mínimo nacional não vão sofrer aumentos. Entre este valor e o terceiro escalão haverá um aumento de 1%. Nos escalões superiores, será de 1,5%. Também nos pensionistas, a parte personalizante do imposto já está estruturada e ter-se-á apenas o efeito marginal do aumento, como ocorre para os trabalhadores dependentes.


Diz-se que Estado espera obter 500 milhões de euros em receita com o aumento do IVA. É um valor expectável?
O valor da receita do Estado com o aumento da taxa de IVA será empacotado, desde logo, por conta do aumento de 1% que incidirá sobre a generalidade do consumo. Todas as taxas, mínimas, intermédias e agravadas, vão ter um aumento de um ponto percentual. Neste caso, é claro que as novas taxas só se aplicarão à aquisição de bens e serviços posteriores à entrada em vigor da lei. Portanto, temos um efeito apenas para metade do ano. Por outro lado, o aumento da receita dependerá da evolução do consumo e do PIB. Para a totalidade do ano, 500 milhões de euros de aumento da receita fiscal, e considerando o impacto que a redução do IVA de 21% para 20% teve, parece-me uma expectativa relativamente optimista e que eventualmente não se confirmará.


Em que ponto vai ficar o poder de compra dos portugueses?
O rendimento disponível será empacotado negativamente com o aumento do IRS e a capacidade de poder de compra também será empacotada negativamente em função do aumento generalizado do IVA, que sobe um ponto percentual nas três taxas (passa a 6%, 13% e 21%). O impacto nas famílias dependerá das despesas com habitação. O financiamento à habitação, bem como a renda, não estão sujeitos a IVA e, portanto, quanto maior for a fatia afecta a esse montante, menor será o impacto.


Estas medidas de austeridade podem promover a fuga ao fisco?
Como é sabido, o aumento da taxa de tributação aumenta a apetência para a tributação - isso é uma verdade empírica e estudada. De qualquer forma, a máquina fiscal em Portugal está cada vez mais eficiente. Há mecanismos de controlo que estão devidamente implementados: 1% e 1,5% de aumento de IRS não é suficiente para aumentar de forma significativa a fuga ao fisco. No entanto, nos escalões mais altos do IRS, o aumento poderá ser significativo. A taxa máxima era de 42%, foi aumentada para 45% e agora sofre outro aumento de 1,5%. Entretanto, há ainda os rendimentos com as mais-valias, que estavam isentos de imposto e que passam agora a ser tributados a expectavelmente 20%. Para os rendimentos mais altos vai haver um aumento maior da carga fiscal e, por essa via, pode haver uma maior apetência para a fraude e evasão fiscal.


O aumento do imposto de selo ao crédito ao consumo pode retrair o consumo interno?
Retrairá seguramente. O consumo das famílias tem sido estimulado pelo acesso fácil ao crédito. Não se sabe ainda bem qual será o aumento da tributação - não se sabe se será um sinal político para a necessidade de contenção por parte das famílias ou se será uma medida mais forte, com um aumento substancial que tem impacto forte no consumo. De qualquer forma, há um esforço de contenção que é necessário fazer. Provavelmente, muito mais do que o aumento da tributação, será a própria restrição por parte dos agentes disponibilizadores do crédito ao consumo.


Este ano haverá também aumento do IRC. É razoável esperar que este aumento consiga gerar receitas para o Estado na ordem dos 160 milhões de euros, como já foi dito?
Em função daquilo que tem sido a receita histórica ao nível do IRC, e assumindo que há um aumento de 2,5% aplicado aos lucros tributáveis das empresas com lucros superiores a dois milhões de euros e que esse aumento é aplicado aos rendimentos do ano de 2010, talvez não seja excessivamente optimista falar num encaixe de 160 milhões de euros, desde que não haja uma contracção do PIB e do lucro das empresas.

Ainda não há indicação concreta de como estes 2,5% vão ser cobrados, mas recordo que as empresas apresentarão as declarações de IRC em 2011, relativamente aos rendimentos de 2010, e, expectavelmente, o aumento da receita acontecerá para o ano e não em 2010.


Para empresas que ganhem menos de dois milhões de euros por ano, o agravamento é menor?
Para empresas com lucro tributável até dois milhões de euros, não haverá impacto. Poderá haver impacto se a actual taxa de 12,5% para lucros tributáveis menores for abolida. Não há indicação ainda nesse sentido. Os 2,5% de aumento da taxa de IRC, que o elevam de 25% para 27,5%, incidirão apenas nas empresas com lucros acima dos dois milhões de euros.

Sócrates mostra fotos de obras para provar que TGV avança em Espanha

O PSD pediu hoje, sexta-feira, ao Governo garantias de que Espanha vai avançar já com o TGV Lisboa-Madrid e o primeiro-ministro acusou a oposição de precipitação e mostrou fotos e um mapa das obras do lado espanhol.
José Sócrates referiu também que um porta-voz oficial do Ministério do Fomento espanhol disse hoje, sexta-feira, à agência de notícias espanhola EFE que "todos os protocolos firmados sobre estes projectos mantêm toda a sua vigência".
"O acordo que nós temos com Espanha é apenas um acordo quanto ao prazo: 2013. E o que o ministro veio dizer é que esse prazo se mantém", alegou.
"Essa ligação entre Lisboa e Madrid é uma ligação estratégica para o nosso país, que deve ser concluída rapidamente, dentro dos compromissos assumidos com os espanhóis, por forma a que Portugal não fique numa situação excêntrica na Europa", reiterou o primeiro ministro.
Durante o debate da moção de censura apresentada pelo PCP ao Governo, no Parlamento, o líder parlamentar do PSD, Miguel Macedo, e o primeiro ministro, José Sócrates, apresentaram leituras diferentes das declarações do ministro do Fomento espanhol relativas às obras públicas.
Miguel Macedo sustentou que, depois das declarações daquele ministro feitas na quarta-feira no Parlamento de Espanha, "não está assumido do lado espanhol" o compromisso de construir no prazo que estava previsto a ligação ferroviária de alta velocidade (TGV) Lisboa-Madrid.
José Sócrates, pelo contrário, acusou o PSD e o CDS-PP de terem induzido os portugueses em erro ao interpretar essas declarações como uma mudança de posição por parte de Espanha.
"Ambos os partidos aproveitam seja lá o que for, mesmo que seja mentira, como argumento contra o TGV. Tiveram um grave erro de precipitação", acusou o primeiro ministro.
Segundo José Sócrates, o ministro do Fomento espanhol "fez uma declaração genérica sobre as obras genericamente em Espanha" que não põe em causa o prazo acordado para a construção da linha de TGV Lisboa-Madrid.
Antes, o líder parlamentar do PSD tinha-lhe perguntado se "tem o Governo garantias formais de que o TGV do lado espanhol vai mesmo avançar de imediato, tendo em conta as declarações do ministro do Fomento espanhol no Parlamento espanhol".
Respondendo a esta questão, o primeiro-ministro citou o porta-voz do Ministério do Fomento espanhol e disse que em Espanha "há quatro troços em obras", acrescentando: "Posso mostrar-vos algumas fotografias das obras, já que não acreditam".
José Sócrates mostrou algumas fotografias e também um mapa das obras em curso do lado espanhol.
Miguel Macedo contrapôs que se trata de "adjudicações pequenas" decididas antes das declarações de quarta-feira do ministro do Fomento espanhol, às quais o PSD dá crédito. "Nós não mentimos", reagiu.
O líder parlamentar do PSD insistiu na suspensão desta obra, alegando que, neste momento, "os portugueses olham para o aumento de impostos, por um lado, e para o lançamento do TGV, por outro, e não vêem neste comportamento do Governo um critério de equidade, de bom senso e de responsabilidade".

PJ detém assaltantes que se faziam passar por autoridade

A Polícia Judiciária, através da directoria de Lisboa, deteve na quinta-feira três homens que se faziam passar por "autoridade pública" e sequestraram e furtaram um motorista de transportes de uma empresa portuguesa.
Os suspeitos, "a bordo de dois veículos ligeiros", e fazendo-se passar por autoridade pública, "utilizando indevidamente luzes de sinalização exclusiva das forças de segurança", interceptaram no IC2, no sentido Aveiras de Cima - Rio Maior, "um motorista de uma viatura pesada de transporte de mercadorias" de uma empresa portuguesa, informa a PJ.
O motorista foi "violentamente sequestrado e ameaçado com um martelo (...) com as mãos amarradas atrás das costas", tendo sido libertado duas horas depois do sequestro, "após os arguidos se terem apropriado de parte da carga" do veículo, nomeadamente "electrodomésticos, em especial LCDs", avaliados em "milhares de euros".
Dois dos arguidos, diz a PJ, "estão relacionados com a empresa de transportes alvo", sendo que um dos homens trabalha para a empresa, ao passo que o outro "já ali havia trabalhado no passado", ambos como motoristas.
Os suspeitos, informa a PJ, têm entre os 31 e os 37 anos e serão presentes hoje a primeiro interrogatório judicial para aplicação das respectivas medidas de coação.

Cavaco diz que não ficou nada surpreendido com a situação do país

O Presidente da República, Cavaco Silva, garantiu hoje, sexta-feira, que não se surpreendeu "absolutamente nada" com a situação financeira a que chegou o país, lembrando que, desde 2003, alertou para "a insustentabilidade da trajectória" que Portugal estava a seguir.
Eu tenho mais de 20 ou 30 textos escritos desde 2003 sobre a insustentabilidade da trajectória que Portugal vinha a seguir. Um país não pode aguentar durante muito tempo gastar muito mais do que aquilo que produz. Esse é o nosso grande drama neste momento", realçou Cavaco Silva aos jornalistas à margem da visita que hoje está a realizar aos concelhos de Paços de Ferreira, Baião e Felgueiras.
Após a visita às instalações da Ibermetais, em Freamunde, Cavaco Silva optou por não acrescentar muito mais aquilo que tem vindo a ser a sua posição sobre o TGV, acrescentando que o grande problema de Portugal "é a escassez dos meios do financiamento e agora a subida do risco que é feito nos empréstimos a Portugal".
"É por isso que nós temos que ter cuidado com tudo aquilo que precise de financiamento externo. Mas eu quase que ia repetir aquilo que em devido tempo disse relativamente a investimentos quer públicos quer privados", afirmou.
Cavaco Silva reforçou a mensagem de esperança a Portugal, convidando "os outros agentes políticos a virem para o terreno, trazendo o seu estímulo, a sua palavra e o seu apoio".
"Nós temos que arregaçar as mangas neste momento que é particularmente difícil para o nosso país e acreditar que venceremos tal como aconteceu noutras fases difíceis da nossa história. É isso que eu procuro: apoiar todas aquelas iniciativas que podem levar a nossa economia para a frente e combater o desemprego, que é neste momento a nossa maior tragédia", enfatizou.
O Presidente da República salientou ainda "o contributo dos municípios no fortalecimento da base produtiva dos seus concelhos", considerando que sem esta ação "Portugal não conseguirá parar a degradação da sua economia nem recomeçar a recuperação económica que nós desejamos".
"É por isso que eu venho para o terreno manifestar o meu apoio a todas as ações que as câmaras municipais, as comunidades inovadoras, as PME´s fazem para puxar a economia para a frente", disse.
A visita de Cavaco Silva, que começou em Paços de Ferreira, segue hoje à tarde para Baião, terminando o dia em Felgueiras.

Moção de censura ao Governo foi chumbada

Os votos contra do PS e as abstenções do PSD e do CDS-PP inviabilizaram esta sexta-feira, como se esperava, a moção de censura ao Governo apresentada pelos comunistas. O debate do texto do PCP foi dominado pelo pacote de austeridade, com a Oposição a acusar o primeiro-ministro de quebrar promessas ao aumentar impostos. Os sociais-democratas deixam um aviso a José Sócrates: o acordo entre ambos “tem prazo de validade”.

"Irresponsabilidade". Foi este o substantivo escolhido pelo primeiro-ministro para desferir um ataque à esquerda no dia em que o Parlamento foi chamado a debater e a votar a primeira moção de censura da legislatura. Pela quinta vez desde que chegou à chefia do poder executivo, em 2005, José Sócrates enfrentou uma tal iniciativa de reprovação da linha política do Governo socialista. Fê-lo, desta feita, sem o conforto de uma maioria absoluta e a expensas das abstenções de PSD e CDS-PP. No momento de abrir o debate, Sócrates fez recair sobre o PCP, autor da moção, e o Bloco de Esquerda o grosso das munições. Mas deu também o mote para aquela que seria uma das ideias mais repetidas pelo flanco socialista ao longo da discussão, criticando o PSD por optar pela abstenção quando é visado a par do Executivo no texto comunista.

"É preciso dizer que os partidos que se situam à direita neste hemiciclo, ao optarem pela abstenção, perdem uma oportunidade soberana para serem totalmente claros na recusa do oportunismo e da instabilidade política", atirou o primeiro-ministro.

Pouco antes, José Sócrates dirigira-se à bancada comunista para assinalar que a Assembleia da República era o "único Parlamento na Europa" que se reunia para "discutir se deve mergulhar o país numa crise política". Isto num momento de "plena crise nos mercados financeiros, perante um perigoso ataque especulativo e sistémico a toda a Zona Euro".

"Para o PCP, por extraordinário que pareça, este é o melhor momento para deitar abaixo o Governo e fazer novas eleições, mesmo apesar de Portugal ter acabado de sair de um ciclo de três actos eleitorais e de estar a pouco mais de seis meses de outras eleições, as eleições para a Presidência da República. Os portugueses julgarão se era mesmo de um debate sobre a conveniência de uma crise política que Portugal agora mais precisava. O país fica a dever mais esta ao PCP", criticou Sócrates, dirigindo-se, em seguida, ao Bloco de Esquerda: "Ao juntar-se ao PCP nesta irresponsável moção de censura, o Bloco de Esquerda revela também, com total evidência, que prefere estar de fora do círculo da responsabilidade política nacional".

"Sentimento de indignação e protesto"

Se José Sócrates imputa uma atitude de "irresponsabilidade" à esquerda parlamentar, o secretário-geral do PCP contrapõe que, a haver falta de responsabilidade política, ela pertence àqueles "que conduziram o país à estagnação e à crise com ruinosa destruição do aparelho produtivo e da produção nacional, que levou ao aumento sistemático das contas externas".

A responsabilidade do PCP, frisou Jerónimo de Sousa, "é perante o povo português e não perante um Governo que o não merece". Quanto à moção de censura, tratou-se de uma forma de levar à "tribuna da Assembleia da República um profundo e largo sentimento de indignação e protesto" perante as medidas de austeridade adicionais ao Programa de Estabilidade e Crescimento. PS e PSD formariam, durante o debate, que se prolongou até ao início da tarde, um alvo único para a ofensiva política comunista.

Segundo Jerónimo, a negociação de medidas entre socialistas e sociais-democratas teve como resultado a chantagem "sobre um povo que, levando pancada, devia comer e calar", assim como o embuste de "quererem fazer crer aos portugueses que os sacrifícios tocam a todos por igual".

"Diz o senhor primeiro-ministro que o Mundo mudou nestes 15 dias. Mudou, sim, para pior, para a massa imensa de milhões de trabalhadores", vincou o dirigente comunista, acrescentando que o mesmo Mundo citado pelo primeiro-ministro "não mudou nada para os interesses do capital financeiro". "O Mundo não mudou por um acto súbito. A situação resulta de um processo, de políticas erradas e do vergar do cerviz no quadro da União Europeia e da moeda única", concluiu.

Mais tarde, já na recta final para a votação da moção de censura, o líder parlamentar comunista, Bernardino Soares, tomaria o púlpito para garantir que a censura do PCP ao Governo continuaria fora do Parlamento, sublinhando que a rejeição da iniciativa formalizou a "aliança" entre o PSD de Pedro Passos Coelho e o Executivo de José Sócrates: "A censura não acaba aqui. Podem o PS, PSD e o CDS chumbar esta moção de censura, mas não travarão a luta contra a política de direita".

"Conjugação cósmica" entre Governo e PSD

O Bloco de Esquerda, que alinhou com os comunistas ao votar a favor da moção de censura, acusou José Sócrates de "aumentar os impostos para pagar aos agiotas", com base numa "conjugação cósmica" com o sucessor de Manuela Ferreira Leite na liderança do PSD.

"Os portugueses sabem muito bem o que não mudou. O que não mudou é que há um ataque especulativo de agiotas, os príncipes do subprime, contra a economia portuguesa e Portugal está a ser obrigado a pagar. Está-se a aumentar os impostos para pagar aos agiotas", lançou o coordenador político do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã.

Na perspectiva do dirigente bloquista, a negociação do aumento de impostos entre o Governo e o maior partido da Oposição revela "prepotência": "Uma lei que é aplicada antes mesmo de ser aprovada na Assembleia da República. É verdade que o PS e o PSD acham que basta a conjugação cósmica entre São Bento e São Caetano para poder retirar ao Parlamento a responsabilidade e o dever constitucional para tomar todas as decisões sobre os impostos. O senhor primeiro-ministro chama a isto o círculo da responsabilidade. Eu já tinha ouvido isto, suspender a democracia".

Para ilustrar o significado do agravamento de impostos, Louçã argumentou que os 300 milhões de euros do aumento do IVA correspondem a "30 bónus de Paulo Teixeira Pinto, que não paga imposto sobre o bónus especial", enquanto que os 17 milhões de euros do IVA sobre medicamentos equivalem a "quatro bónus de Mexia e dois de Rui Pedro Soares". Já os 500 milhões de euros resultantes do agravamento do IRS correspondem, segundo o deputado do Bloco de Esquerda, a "15 Jardins Gonçalves, que não pagam imposto em IRS especial sobre os bónus especiais". "O senhor primeiro-ministro chama a isto proteger o Estado social? Senhor primeiro-ministro, não brinque com coisas sérias. A desigualdade dos sacrifícios é que é democraticamente inaceitável", afirmou.

Na resposta, Sócrates acusou o Bloco de Esquerda de andar "a reboque do Partido Comunista". "A esquerda só tem um comportamento táctico, acha que deve crescer à custa do Partido Socialista e tudo tem feito, em particular o Bloco de Esquerda, em todos os domínios, quer nas legislativas, quer nas autárquicas", devolveu o primeiro-ministro.

Francisco Louçã confrontaria ainda o Governo com o que disse ser a "desigualdade gravíssima" nas novas tabelas de retenção na fonte, publicadas na quinta-feira em Diário da República. "A portaria tem como alvo os mais fracos", disse o dirigente do Bloco de Esquerda, salientando que, para os rendimentos até 587 euros, a retenção na fonte duplica, tal como nas pensões até 760 euros.

Governo "faz tudo ao contrário do que prometeu"

As críticas à quebra de promessas eleitorais, por parte do Executivo de Sócrates, foram igualmente audíveis entre os parceiros dos comunistas na CDU. A deputada do Partido Ecologista "Os Verdes" Heloísa Apolónia sustentou que "um Governo que faz tudo ao contrário do que prometeu na campanha eleitoral deve ser censurado".

"O que o senhor primeiro-ministro disse teve o objectivo de obter votos e uma maioria", afirmou a deputada do PEV, dando como exemplo o aumento do IVA. "Que credibilidade tem um primeiro-ministro que faz isto recorrentemente? Que credibilidade têm um primeiro-ministro e um Governo que perderam a consciência do que estão a fazer ao país?", perguntou.

Para Heloísa Apolónia, um primeiro-ministro "que diz que o Programa de Estabilidade e Crescimento não pede sacrifício" aos portugueses "perdeu completamente a noção da realidade e deve, claro, ser censurado": "Tudo o que diz já não comporta credibilidade. As pessoas desconfiam de todas as palavras e de todas as ideias do senhor primeiro-ministro. Com a demagogia permanente e a necessidade de criar uma boa imagem, o que faz é descredibilizar-se a si próprio".

Sócrates dirigiu-se, então, a bloquistas, comunistas e verdes para dizer que, se o seu Executivo tivesse optado por "nada fazer depois dos ataques intensivos nas duas últimas semanas" sobre a dívida soberana do país, "isso sim, seria faltar a um compromisso de responsabilidade".

"Nada fazer seria a maior ameaça ao crescimento e ao emprego. Significaria pôr em causa o futuro e a credibilidade da economia portuguesa. Todos repararam que, à nossa esquerda, criticam as medidas do Governo. Mas já notaram alguma proposta, alguma sugestão? Isto é que lhes dói. Qual seria a alternativa do Partido Comunista? Nada. Qual seria a alternativa do Bloco de Esquerda? Nada", insistiu o primeiro-ministro, provocando sonoros protestos entre as bancadas à esquerda dos socialistas.

Entendimento entre PSD e Governo "tem um prazo de validade"

Da bancada dos sociais-democratas - criticada à esquerda por estar ao lado do Governo no pacote de austeridade e atacada pelo socialistas por se abster na votação da moção de censura - saiu um ultimato político ao Governo. O PSD não receia a "ruptura" e não deixará de assumir "responsabilidades" na busca de um "caminho alternativo", caso o Governo não cumpra as medidas e calendários negociados com o maior partido da Oposição. Quem o garante é o líder parlamentar do PSD, Miguel Macedo, que deixou claro que o entendimento "tem um objectivo claro": "Defender o país num momento de emergência nacional e ajudar a colocar ordem nas descontroladas contas do Estado".

"E é um acordo que tem um prazo de validade. Ele incide em medidas concretas para 2010 com consequências até 2011. No final de 2010 e mais tarde, em 2011, esse acordo será avaliado", enfatizou Miguel Macedo.

"Se for cumprido pelo Governo, o país ganhará com isso. Se não for cumprido ou for desvirtuado pelo Governo, aqui estaremos para tirar as nossas conclusões e assumirmos, sem medo da ruptura, as nossas responsabilidades, enquanto líderes da Oposição e partido alternativo à governação de Portugal", assegurou o dirigente social-democrata.

Se o Governo fracassar, insistiu Miguel Macedo, "os portugueses devem poder julgar o Governo e decidir sobre o novo caminho alternativo a seguir.

Ainda pelo PSD, Marques Guedes, antigo secretário-geral do partido, acusou o primeiro-ministro de ter sido, há um ano, "cúmplice com a mentira" a propósito do alegado quadro de controlo das contas públicas. Ou, em alternativa, de ter sido "enganado". Segundo o deputado social-democrata, "as altas instâncias" do Ministério das Finanças sabiam, em 2009, da derrapagem orçamental, quando Sócrates continuava a asseverar que "a trajectória da despesa estava de acordo com o previsto". Uma contradição que mostra que "o Governo faltou à verdade deliberadamente quando, no final do ano, comunicou a sua surpresa": "O senhor primeiro-ministro ou colocou-se numa situação de cúmplice, ou foi um primeiro-ministro enganado, sendo o último a saber".

"Se o PSD sabia, em 2009, que a situação nos mercados financeiros se iria agravar, então por que razão propuseram baixar o impostos e aumentar as despesas do Estado? O PSD propôs medidas que aumentavam a despesa orçamental em 857 milhões de euros", retorquiu José Sócrates. Em defesa do Governo, o líder parlamentar do PS, Francisco Assis, manifestaria "sérias dúvidas" sobre o empenho do PSD no apoio às medidas de austeridade, questionando-se se os sociais-democratas "participam no esforço" por "puro oportunismo".

Portas contra aumento de impostos "por despacho"

O líder parlamentar do CDS-PP, Pedro Mota Soares, instou o primeiro-ministro a clarificar se o Governo vai remover apoios às micro e pequenas empresas com vista à contratação de trabalhadores com mais de 45 anos e incentivos à contratação de jovens. Por sua vez, a deputada Assunção Cristas questionou a constitucionalidade do aumento do IRS já a partir de 1 de Junho, graças à actualização das tabelas de retenção na fonte - a proposta de lei é debatida na Assembleia da República a 2 de Junho.

"Um trabalhador que seja despedido a 31 de Maio vai pagar sobretaxa de IRS em Junho? Por que razão a ponderação do Governo na cobrança do IRS em 2010 é de sete doze avos e não sete catorze avos?", perguntou a deputada democrata-cristã.

José Sócrates acusou o CDS-PP de ser "verdadeiramente contra a redução da despesa pública". Paulo Portas questionou o primeiro-ministro sobre "o valor que dá à palavra dada", bem como a legitimidade da aprovação do aumento de impostos por despacho.

"Há 15 dias, eu fiz-lhe uma pergunta, se o senhor ia aqui trazer um pedido de subida do IVA, e o senhor saiu daqui todo satisfeito a dizer que não há IVA que suba. Quinze dias depois, estamos no Parlamento, subiu o IVA e agora vão subir as taxas do IRS. Qual é o valor que dá à palavra com que se compromete com os eleitores?", lançou o líder do CDS-PP. "O que mais maça e indigna as pessoas", prosseguiu Portas, é que Sócrates "não tenha a humildade de reconhecer que não foi capaz de cumprir os seus compromissos".

Paulo Portas quis ainda saber se o primeiro-ministro "se sente cómodo, democraticamente confortável, com o facto de fazer um aumento de impostos por despacho, alterar uma tabela de retenção na fonte por despacho, que não pode ser sindicado pelo Parlamento, pelo Presidente da República".

Sócrates insiste no TGV

Os sociais-democratas exigiram também explicações do Governo sobre a ligação da alta velocidade ferroviária entre Lisboa e Madrid, depois das recentes declarações do ministro espanhol do Fomento sobre a reavaliação de projectos de obras públicas. Pelo PSD, Miguel Macedo disse que as afirmações de José Blanco deixam claro que "não está assumido do lado espanhol" o compromisso de construção, no prazo estipulado, da ligação de TGV entre as duas capitais ibéricas. José Sócrates acusou o PSD e o CDS-PP de estarem a induzir os portugueses em erro: "Ambos os partidos aproveitam seja lá o que for, mesmo que seja mentira, como argumento contra o TGV. Tiveram um grave erro de precipitação".

"Essa ligação entre Lisboa e Madrid é uma ligação estratégica para o nosso país, que deve ser concluída rapidamente, dentro dos compromissos assumidos com os espanhóis, por forma a que Portugal não fique numa situação excêntrica na Europa", reiterou o primeiro-ministro, alegando que o governante espanhol "fez uma declaração genérica sobre as obras genericamente em Espanha".

Sócrates garantiu, ainda, que em Espanha "há quatro troços em obras", puxando, depois, de algumas fotografias e de um mapa. Na réplica, o líder parlamentar do PSD disse tratar-se de "adjudicações pequenas" e decididas antes das declarações proferidas na quarta-feira pelo ministro espanhol do Fomento. "Os portugueses olham para o aumento de impostos, por um lado, e para o lançamento do TGV, por outro, e não vêem neste comportamento do Governo um critério de equidade, de bom-senso e de responsabilidade", salientou.

A meio do debate parlamentar, o ministro das Obras Públicas, António Mendonça, deixou o hemiciclo para falar aos jornalistas sobre o TGV, adiantando que contactou na quinta-feira o homólogo espanhol, que, disse, "ficou muito impressionado com as notícias que estavam a circular em Portugal". "Quero acrescentar que, a 8 e 9 de Junho próximos, haverá uma reunião entre os governos de Portugal, Espanha e França em que se firmará um memorando de entendimento para que a União Europeia considere o eixo Lisboa-Madrid-Paris prioritário entre os eixos prioritários", indicou o governante.

A "conferência de imprensa" extra-debate levou o líder parlamentar do PCP a perguntar ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, se considerava respeitosa a atitude do ministro.

A moção de censura do PCP foi rejeitada com os votos contra do PS, as abstenções de PSD e CDS-PP e os votos favoráveis de comunistas, Bloco de Esquerda e Partido Ecologista "Os Verdes". A aprovação de uma moção de censura exige uma maioria absoluta dos deputados em efectividade de funções (116) e tem como resultado a queda do Governo.

PSP: Secretário de Estado garante a sindicato que há dinheiro para as promoções previstas

O secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, Conde Rodrigues, garantiu hoje à Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP) que as promoções previstas na PSP vão ser cumpridas.
José Conde Rodrigues reuniu-se hoje com o presidente da ASPP, Paulo Rodrigues, para lhe dizer que o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, lhe garantiu que não haverá congelamento das promoções.
"O secretário de Estado garantiu-nos que o Ministério das Finanças lhe assegurou que há dinheiro para cumprir as promoções, cujo processo se iniciou em 2009", disse Paulo Rodrigues à agência Lusa.

Mulher morre atropelada por autocarro


Um autocarro atropelou hoje mortalmente uma mulher de 50 anos e feriu gravemente uma criança de 10 anos, em Oeiras, junto ao Centro de Saúde, informou a PSP.
Segundo a mesma fonte, a criança foi transportada pelo INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) para o hospital de Santa Maria, em Lisboa.
O acidente ocorreu cerca das 11:00 e o autocarro, que transportava uma banda de música, pertence à SCOTTURB, empresa que circula em Oeiras e Cascais.

Uma conversa sobre telejornais

Em relação à actividade “À conversa com… Carlos Pinto Coelho” é na Biblioteca Municipal Palácio Galveias, no dia 24 Maio (2ª feira) às 19h30.

quinta-feira, maio 20, 2010

Marcelo regressa domingo à TVI


Os comentários de Marcelo
Rebelo de Sousa vão voltar à TVI já no próximo domingo. A contratação conduzida por Júlio Magalhães, director de Informação da estação, foi fechada esta terça-feira.

"O contrato é de dois anos", revela Júlio Magalhães. "Começa a comentar já no próximo domingo".
Depois da indefinição entre a RTP, que lhe tinha deixado a porta aberta, e a estação de Queluz, casa onde esteve durante vários anos, curiosamente quando Júlio Magalhães e José Carlos Castro, agora subdirector de Informação, partilhavam a condução do noticiário de domingo, Marcelo Rebelo de Sousa optou pela televisão detida pela Media Capital.
Recorde-se que a saída de Marcelo Rebelo de Sousa da TVI terá sido motivada por pressões internas, da administração, na altura sob alçada de Miguel Pais do Amaral, segundo se tornou público. As críticas sucessivas à governação de Santana Lopes terão estado na origem do afastamento.

Dream On - “Um musical numa viagem ao Sonho” subiu ao palco no Casino Estoril

  O 10º aniversário, da Associação Palco da Tua Arte, foi assinalado com um espectáculo cujo o título foi Dream On – “Um musical...