sexta-feira, julho 23, 2010

Bancos portugueses com "elevado grau de resistência" nos testes de 'stress'



A solidez das quatro instituições financeiras portuguesas (BCP, BPI, CGD e Espírito Santo Financial Group) analisadas pelo Comité de Supervisores Bancários Europeu, foi avaliada com nota positiva.
"Os quatro grupos bancários portugueses revelaram um elevado grau de resistência ao cenário adverso. Todos os grupos bancários apresentam rácios de capital Tier 1 superiores a 6% em 2010 e 2011, apesar de uma significativa redução nos níveis de rendibilidade e solvabilidade no cenário adverso, por comparação com o cenário de referência", informou o Banco de Portugal em comunicado.
De acordo com as conclusões do supervisor bancário, "o exercício não implica medidas de recapitalização no caso dos bancos portugueses".
Os resultados dos testes de resistência realizados a 91 bancos da Zona Euro, incluindo quatro portugueses - que correspondem a cerca de 74% do sistema bancário nacional -, foram divulgados hoje, sexta-feira, pela entidade liderada por Carlos Costa, após o fecho do mercado bolsista.
"Os cenários de referência e adverso foram desenvolvidos pelo Comité de Supervisores Bancários Europeu (CEBS), em estreita cooperação com o BCE (Banco Central Europeu) e com a Comissão Europeia, e incluem uma combinação de choques adversos em termos de risco de mercado e de crédito, incluindo o risco soberano, para os anos 2010 e 2011", explicou o supervisor da banca portuguesa.
O Banco de Portugal referiu também que "o ponto de partida do exercício no que diz respeito a informação contabilística e prudencial é Dezembro de 2009".
Os mercados financeiros solicitaram a publicação destes testes para que se conheça a exposição dos bancos europeus à dívida da Grécia e outros países da Zona do Euro.
O objectivo é analisar a resistência do sector bancário europeu e a capacidade que os bancos têm de suportar condições adversas e riscos nos mercados financeiros.

"Não há necessidade de reforço de capital”

Estas conclusões foram também transmitidas, em conferência de imprensa, após as 17 horas, pelo governador do Banco de Portugal. Carlos Costa sublinhou que "não há necessidade de reforço de capital no caso dos bancos portugueses".
"Os resultados obtidos confirmam que os quatro bancos portugueses que foram sujeitos ao presente exercício 'stress tests' em que representam uma porção muito significativa dos activos do sistema bancário resistem a uma severa materialização adicional de riscos a nível global e nacional", afirmou, na declaração aos jornalistas.

Dois cenários

Os testes de resistência aos bancos portugueses foram realizados tendo por base dois cenários macroeconómicos, um cenário de referência e outro adverso, que assenta na maior e mais prolongada recessão da economia portuguesa.
De acordo com o Banco de Portugal, o cenário mais adverso assenta numa diminuição acumulada do PIB entre 2009 e 2011 na ordem dos 5,3%, um desemprego de 12,8% em 2011 e das taxas de juro de longo prazo das Obrigações do Tesouro a 10 anos acima dos 5%, (5,2% em 2010 e 5,8% em 2011).
"Este cenário implica a recessão mais profunda e prolongada de que há registo", diz o Banco de Portugal, explicando que neste cenário é contemplada ainda a que o desemprego também aumente para máximos históricos perto dos 13% da população activa, uma redução dos preços das acções de 20% em 2010 e em 2011 (equivalente a uma redução acumulada de 36% no horizonte), uma diminuição dos preços no mercado imobiliário (quer residencial, quer não residencial) de 5% em cada ano.
O cenário de referência implica um crescimento de 0,5% este ano e de 0,2% em 2011, uma taxa de desemprego de 11,1% este ano e de 11,9% em 2011, e taxas de juro de longo prazo nos 4,7% e 5,1%, em 2010 e 2011 respectivamente.

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