terça-feira, agosto 03, 2010

Petição contra o fecho de 150 bibliotecas escolares



Restruturação

Fenprof diz que 150 professores bibliotecários ficarão sem trabalho e pede a sua reinserção. Ministério não explica opção.


A denúncia partiu da Fenprof, que analisou a recente portaria do Ministério da Educação e concluiu que esta levará ao encerramento de 150 bibliotecas escolares. Agora, é uma petição assinada por várias centenas de pessoas que exigem a reinserção desses docentes que vêem extinguir a sua posição.
A petição contava ontem com 618 assinaturas. O seu objectivo é evitar que 150 dos cerca de 1600 professores bibliotecários percam o seu posto de trabalho. Recorde--se que, para obter este lugar, os professores são sujeitos a concurso e têm formação específica.
De acordo com a portaria assinada por Isabel Alçada, na semana passada, o número máximo de bibliotecas por agrupamento de escolas ou por escola não agrupada desceu de quatro para três. Nos agrupamentos de escolas de maior dimensão e maior dispersão por estabelecimentos, a relação professor bibliotecário/aluno passará de 1 para 525 para 1 para 700 alunos. Só nos agrupamentos ou escolas não agrupadas com mais de 1050 alunos é que haverá duas bibliotecas. A existência de três espaços só se justifica quando houver mais de 2100 alunos.
Apesar de a portaria já ter sido publicada há dez dias, o Ministério ainda não esclareceu quantas bibliotecas vão fechar, onde, quantos professores bibliotecários vão perder o seu trabalho e o que lhes vai acontecer. Por explicar estão ainda os critérios que sustentaram esta opção. Ao DN, o ME disse apenas que "a reorganização da rede de bibliotecas está directamente relacionada com o movimento anual da rede escolar e a reconfiguração daí decorrente".
Para a Fenprof, a justificação é apenas economicista. Mas a opinião não é consensual. Ramiro Marques, autor do blogue ProfBlog, considera que muitas bibliotecas não estão a cumprir a sua missão. "Os alunos brilhantes, que se calhar até têm boas bibliotecas em casa, é que lá vão. Os que realmente precisam não a usam", disse ao DN. Além disso, muitos usam-na não para consultar livros nem fazer pesquisas, mas apenas para navegar na Internet.
Ramiro Marques defende ainda que os professores bibliotecários continuem a ter componente lectiva, para que não percam o contacto diário com o processo pedagógico. "Deviam de ter uma turma para que não deixem de ser professores e passem a ser burocratas." No primeiro ciclo, o bloguer considera que nem devia haver bibliotecas. "O livro devia fazer parte do contexto de sala de aula."

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