quarta-feira, agosto 11, 2010

Provas no inquérito à maré negra deverão ser recolhidas pelos principais suspeitos



Golfo do México

As autoridades americanas responsáveis pelo inquérito às causas da maré negra no Golfo do México não têm os meios técnicos para recuperar as provas, a 1500 metros de profundidade. A missão deverá ser entregue aos principais suspeitos, entre eles a BP.


Em causa está a recolha das provas junto dos destroços da plataforma Deepwater Horizon, a 1500 metros de profundidade.
A empresa Transocean, que alugava a plataforma à BP, deverá assumir as operações de recuperação. Um porta-voz contactado pela AFP recusou dizer quando vão começar. A British Petroleum (BP) recusou dar informações sobre o assunto.
Os especialistas receiam que o processo de recuperação de destroços da plataforma possa perder-se em querelas jurídicas, uma vez que a BP, a Transocean e as outras empresas sub-contratadas são os principais suspeitos de responsabilidade na catástrofe.
Stephen Herman, advogado de Nova Orleães que representa centenas de queixosos contra a BP, não se mostra muito pessimista. “Normalmente, poderíamos recear ter a raposa a guardar a capoeira. Mas a BP será forçada a ser honesta pela Transocean, cujos interesses vão ao encontro dos seus”.
Além da BP e da Transocean, a Cameron International - que fabricou o sistema de segurança que deveria ter travado a fuga - e a Halliburton - que enviou uma equipa para cimentar o poço - deverão também participar nas operações. Acima de tudo interessa-lhes provar que não são responsáveis por aquilo que aconteceu.
Ontem, 77 queixas apresentadas contra a BP foram confiadas a um juiz único do Luisiana, o estado que mais sofreu com a maré negra. Mas, explica Martin Davies, professor de direito marítimo na Universidade de Tulane, se "a BP conseguir provar que houve negligência manifesta de qualquer uma das outras partes, poderá desembaraçar-se de uma parte de custos".
A BP poderá ainda ser processada por outras companhias petrolíferas que viram as suas actividades bloqueadas pela moratória de seis meses às explorações em alto mar, decretada pelas autoridades. Além disso, a maré negra poderá custar à BP até 17,6 mil milhões (13,3 mil milhões de euros) de multas.
O Governo americano está a conduzir um inquérito, que poderá acabar nos tribunais, sobre a origem da explosão da plataforma a 20 de Abril e do seu naufrágio, dois dias depois. Onze funcionários morreram no acidente e cerca de 4,9 milhões de barris de crude – representando 780 milhões de litros – escaparam para o oceano, até que a 15 de Julho foi colocada uma cúpula por cima da fuga.
Uma tempestade que se está a aproximar do Golfo do México vai adiar por dois ou três a perfuração dos poços de apoio pela BP, considerada o passo final para dar como concluído o processo definitivo de encerramento da fuga. O Centro Nacional americano de Furacões previu que uma tempestade tropical atravesse o local da fuga, no Golfo do México, antes de atingir o Luisiana amanhã.
Ontem, o Governo norte-americano reabriu 13.323 quilómetros quadrados de águas à pesca; actualmente 22 por cento das águas federais continuam encerradas.

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