segunda-feira, outubro 18, 2010

Controladores aéreos aderem amanhã à greve em França



Contestação

Os controladores aéreos aderem amanhã à paralisação que tem provocado perturbações um pouco por toda a França. Mais de mil estações de serviço no País estão sem combustível, uma situação agravada pelo bloqueio ainda em curso no porto de Marselha-Fos, o maior de França, e que motivou a criação de um centro de crise por parte do governo.

"Estimamos que dos 4.000 estações de serviço nas grandes superfícies que distribuem 60% do combustível em França, há quase 1.500 em ruptura sem quase nada", adiantou Alexandre de Benoist, delegado geral da UIP (grande distribuidor).
O anúncio da UIP surge depois de um fim-de-semana em que diferentes responsáveis do Governo francês multiplicaram as declarações negando o risco de uma crise de abastecimento a nível nacional e na véspera de mais um dia de mobilização geral contra o novo regime de reformas.
Hoje mesmo, o Ministério do Interior francês anunciou a activação "de um centro inter-ministerial de crise" para assegurar "a perpetuidade do fornecimento de combustíveis" no país. O centro de crise será presidido pelo ministro do Interior, Brice Hortefeux, e "terá como missão coordenar a acção dos diferentes serviços do Estado com o objectivo de assegurar a perpetuidade do fornecimento de combustíveis", indicou o Ministério.

Bloqueio em Marselha-Fos agrava abastecimento

No porto de Marselha-Fos, são já 65 os navios bloqueados ou atrasados, mais quatro do que no domingo, incluindo 47 petroleiros, informou a direcção do porto, após 22 dias consecutivos de greve contra o novo regime de reformas e também contra a reforma portuária.
Marselha-Fos é o ponto mais grave no estrangulamento ou ruptura de abastecimento de combustíveis em França, numa altura em que as doze refinarias francesas estão bloqueadas por piquetes de greve.
A refinaria da companhia Exxon-Mobil em Fos-sur-Mer continua em actividade, produzindo combustível, mas está a funcionar ao ritmo mínimo e terá de parar a partir da próxima sexta-feira se a situação não se alterar, afirmou um responsável da empresa.

Tráfego aéreo com fortes perturbações amanhã, Fillon não admite bloqueio

A jornada de 19 de Outubro, à qual aderem os controladores aéreos, deverá provocar fortes perturbações no tráfego aéreo. A companhia Aigle Azur anunciou hoje o cancelamento de dois voos previstos para terça-feira nas rotas de Lisboa e do Porto.
Numa entrevista na TF1 no domingo à noite, o primeiro-ministro François Fillon deixou uma advertência aos sindicatos, afirmando que o Governo "não permitirá que o país fique bloqueado".
As doze refinarias francesas estão bloqueadas há vários dias por trabalhadores em greve contra o novo regime de reformas e vários depósitos de combustível foram bloqueados por piquetes de greve e reabertos pelas autoridades antes do fim de semana.
"O Governo é responsável e não haverá bloqueio. Não haverá bloqueio nas empresas, nem nos transportes, nem nos utilizadores das estradas", garantiu François Fillon, que prometeu "as medidas necessárias" contra a paralisação em sectores vitais.
"O direito à greve não é o direito de impedir o acesso a um depósito de combustível, isso é uma acção ilegal", acrescentou François Fillon, dois dias depois de as forças de segurança terem realizado uma intervenção para reabrir uma instalação petrolífera bloqueada por grevistas.

Camionistas juntaram-se a protesto nacional

Poucas horas depois da entrevista de François Fillon na TF1, durante a noite de domingo para segunda feira, tiveram início os primeiros protestos de camionistas nas autoestradas francesas, que se juntam ao movimento de contestação ao regime de reformas.
Ao início do dia registavam-se pelo menos duas colunas de veículos em marcha lenta, entre Lille (norte) e Paris e numa das autoestradas periféricas da capital, marcando o endurecimento da mobilização numa semana decisiva para os sindicatos e para o Governo.
Enquanto a greve por tempo indeterminado prossegue no sector dos transportes, afectando sobretudo a circulação ferroviária interna, uma nova jornada de manifestações está marcada para terça-feira, depois de cerca de três milhões de pessoas terem desfilado no sábado em várias cidades francesas.
Trata-se da terceira manifestação em apenas uma semana.
As confederações sindicais manifestaram nos últimos dois dias os primeiros sinais claros de falta de acordo quanto à estratégia a seguir após a jornada de 19 de Outubro, véspera da votação do regime de reformas pelo Senado.
Para a generalidade dos analistas, o Governo de François Fillon acredita que a mobilização, que se mantém desde o início de Setembro, perderá força perante o facto consumado da aprovação da "reforma das reformas" nas duas câmaras do parlamento.
Um outro factor importante para o futuro da contestação é a mobilização estudantil em mais de 300 liceus franceses. No dia 22, as escolas francesas entram num período de férias intercalares.

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