sexta-feira, outubro 15, 2010

Mira Rio lidera destacado lista dos melhores da década



Pódio

Apesar de ter piorado significativamente a sua 'performance' este ano, descendo do primeiro para o 21.º lugar no 'ranking' elaborado pelo DN, o Colégio Mira-Rio, de Lisboa, é o indiscutível líder da década, com três primeiros lugares e dois segundos. A Academia de Música de Santa Cecília e o Colégio São João de Brito, também na capital, preenchem o resto do pódio. Colégio de Nossa Senhora do Rosário, do Porto, aproxima-se do topo.

Apesar do "tombo" na tabela deste ano, em que desce do 1.º para o 21.º lugar nos rankings do DN, o Colégio Mira-Rio, de Lisboa, é o indiscutível líder da tabela da melhor escola da década, graças a uma sequência de presenças no topo das listas da qual mais nenhum estabelecimento de ensino, público ou privado, sequer se aproxima.
A presença desta escola nos rankings tem sido frequente motivo de polémica. É um estabelecimento privado, de raízes religiosas, exclusivamente para raparigas e funciona num espaço limitado - uma antiga moradia no Restelo, e tem um reduzido número de alunas a prestar provas.
Em suma: contraria quase todos os princípios que têm orientado a expansão da rede educativa desde o 25 de Abril. E, ainda assim, assume-se como a melhor escola da década no que respeita aos resultados nos exames nacionais, com um avanço sobre a concorrência que deixa pouca margem para contestação.
As raparigas de pull-over verde e saias escocesas tornaram-se numa imagem de marca dos rankings das escolas, tal a frequência com que conquistam o direito a figurar nas primeiras páginas dos suplementos dos jornais.
Desde 2000/01, o colégio fundado há 31 anos somou três primeiros lugares e dois segundos. E só não tem uma distância ainda maior em relação a outras escolas de topo porque houve anos em que um dos critérios dos jornais - incluindo do DN - foi considerar apenas estabelecimentos cujos alunos tivessem realizado mais de cem exames nacionais.
No segundo lugar desta tabela dos melhores entre os melhores figura outra escola de características diferentes da norma: a Academia de Música de Santa Cecília, também em Lisboa , fundada num palacete da Ameixoeira pela embaixatriz Vera Franco Nogueira, em 1964.
À altura da sua criação, a escola distinguiu-se por ter sido a primeira a oferecer ensino integrado da música sem encargos adicionais. Uma tradição que mantém escrupulosamente até aos dias de hoje.
Alguns estudos associam a aprendizagem da música a uma melhor capacidade de concentração e consequente sucesso escolar. Uma teoria contrariada este ano pelos resultados do Conservatório de Música de Lisboa (ver rankings gerais), mas que no que toca à Academia parece confirmar-se.
Além do Mira-Rio, é a única escola do País a contabilizar duas presenças em primeiros lugares de pódios, a última das quais no ano de 2008.
O terceiro lugar deste pódio da década é ocupado pelo Colégio São João de Brito. É o mais antigo dos três primeiros, tendo sido fundado em 1950 por jesuítas, para celebrar a canonização, três anos antes, do santo que lhe dá o nome.
A presença nos primeiros lugares da tabela tem sido uma constante desde que os rankings são elaborados, tendo já somado um primeiro lugar e dois segundos.
Em comum, além das influências religiosas na sua fundação e práticas, as três escolas que dominaram esta década têm o facto de garantir o acompanhamento integral do percurso escolar dos seus alunos, desde a infantil até ao ensino secundário.
Uma prática, essa sim, que o Ministério da Educação pretende alargar à rede pública, tendo já avançado este ano lectivo para a constituição de cerca de 80 agrupamentos que vão do pré-escolar às escolas secundárias.
Apesar de ainda não ter atingido a lista dos três primeiros, não deixa de ser digno de registo o percur- so do Colégio de Nossa Senhora do Rosário - mais uma escola católica -, do Porto, que aparece em quarto lugar entre os melhores de sempre graças a uma subida sempre sustentada.
Em 2007/08, estreou-se num pódio, chegando ao terceiro lugar. Em 2008/09, conseguiu subir mais um degrau, até ao segundo posto, e este ano lectivo completou o percurso ascendente, alcançando o primeiro lugar.
Só não chega ao pódio geral, porque os critérios definidos pelo DN para esta selecção funcionam com uma lógica semelhante à das listas de medalhados olímpicos. Ou seja: um primeiro de dois segundos lugares (caso do São João de Brito) vale mais do que um primeiro, um segundo e um terceiro posto.
No entanto, atendendo à evolução dos últimos anos, parece tratar-se de uma questão de tempo até esta escola portuense se afirmar como uma das mais bem-sucedidas do País. Pelo menos de acordo com o - sempre discutível - critério do desempenho dos seus alunos em exames nacionais.
De referir que também há escolas a fazer o percurso oposto. Se a queda do Mira-Rio para 21.º poderá ser considerada um acidente de percurso, já o Externato Horizonte, do Porto, parece estar a perder o fulgor de outros anos, em que somou um primeiro e um terceiro lugares nos pódios.
Este ano, fica-se por uma muito modesta 137.ª posição, com uma média de 11,09 nos exames.

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