quinta-feira, novembro 25, 2010

Agressões e atropelamento em dois piquetes



Piquetes


Houve violência em Famalicão, Cabo Ruivo e Sta. Maria da Feira. Calma reinou entre condutores de camiões do lixo, em Lisboa

Tranquilo. Era assim o ambiente, na noite de terça-feira, no Parque de Remoções da Câmara Municipal de Lisboa (CML) antes do início da greve geral. Mais agitado foi o dia de ontem em Famalicão, Cabo Ruivo e Sta. Maria da Feira, onde ocorreram situações de violência quando trabalhadores tentavam ultrapassar a barreira dos piquetes. No Entroncamento, o piquete do Sindicato dos Ferroviários tentou convencer maquinistas de comboios internacionais a não prosseguir a marcha e aderir à greve geral.
Eram 22.00 de terça-feira e já dezenas de pessoas se concentravam no Parque de Remoção da CML, nos Olivais, de onde todas as noites partem os camiões de recolha de lixo de Lisboa. Com um piquete de greve com cerca de 50 pessoas, a noite viria a ser calma, apenas um dos 115 condutores optou por não fazer greve.
Apesar disso, foram muitas as razões encontradas pelos colegas para não sair para a rua. Os cortes, que neste sector irá afectar sobretudo os cantoneiros, são os mais referidos. "Como é que estas pessoas têm a ideia de cortar onde é preciso?", questionaram.
Segundo os grevistas ao DN, cada cantoneiro percorre de 12 a 15 quilómetros por noite. O trabalho é feito das 22.30 às 05.30, o que implica que "não tenham vida". "Se quiser sair, não posso, porque tenho de descansar e saio daqui quase às 06.00 para depois entrar às 22.30", justificou um dos trabalhadores.
Também os salários foram criticados. "Tenho 22 anos de casa e recebo 789 euros. O ordenado base de um condutor é de 530 euros", revelou um dos grevistas.
Foi em solidariedade com os protestos dos condutores dos camiões do lixo que várias pessoas se deslocaram, na noite de terça-feira, ao Parque da CML, entre elas Vitorino Almeida, dirigente do Sindicato de Trabalhadores do Município de Lisboa, e António Serzedelo, da Opus Gay. A concentração acabou pelas 23.30.
Situação bem diferente viveu-se ontem no Intermarché de Calendário, Vila Nova de Famalicão, com duas dirigentes sindicais a serem alegadamente atropeladas pelo dirigente do hipermercado. O gestor, que terá ameaçado com arma de fogo os grevistas, foi mais tarde detido, após queixa apresentada.
Também nos CTT de Cabo Ruivo, Lisboa, terá havido confrontos. Neste caso, o piquete de greve terá sido "alvo de agressões por parte da Polícia de Intervenção", afirmou a União de Sindicatos de Lisboa. Fonte da PSP explicou, porém, que a polícia estava no local para garantir que as pessoas que queriam trabalhar o pudessem fazer.
Já em Lamas, Sta. Maria da Feira, os distúrbios ocorreram à porta da Corticeira Amorim, originados pela presença de um indivíduo que tirava fotografias. O homem viria a identificar-se como GNR, acontecendo depois uma troca de palavras que culminou em agressões. Um dos grevistas, na casa dos 40 anos, foi hospitalizado para observação. A PSP foi ainda à sede da empresa de transportes MoveAveiro - o director decidiu abrir os portões, tarefa por norma entregue a funcionários.

"Grande alegria" na jornada do descontentamento



O dia mais longo

Nas centrais sindicais, teve muito mais horas que o costume. Carvalho da Silva e João Proença começaram no início da noite de 23 e só deram por finda a jornada depois das 20 de ontem.

Para o snack-bar 'O Saboroso', a greve geral começa bem. Ao balcão, Nuno, 36 anos, já perdeu a conta às imperiais. "Foram umas 100 na última hora. Devíamos ter encerrado à meia-noite, mas ficámos até este pessoal querer." O "pessoal" é o piquete de greve do Metro, que fechou portas às 23.30 e se junta, coletes encarnados (CGTP) e amarelos (SINDEM) na entrada de serviço da estação Parque e, do outro lado da rua, frente ao Saboroso, em amena confraternização. No meio da pequena multidão está o líder da Intersindical, Manuel Carvalho da Silva, para quem esta é a quarta paragem da ronda nocturna que iniciou às 20.00 no aeroporto, na entrada de turno dos sapadores bombeiros (o secretário- -geral da UGT, João Proença, começou às 21.30 na Carris e entra no dia 24 nos Serviços Municipalizados de Loures).
Francisco Louçã passou cá mais cedo, Garcia Pereira, do MRPP, fica uma hora e ainda vão aparecer Francisco Lopes, candidato do PCP à presidência, e o secretário- -geral dos comunistas, Jerónimo de Sousa.
Do balcão do Saboroso, Nuno enfrenta imperturbável tanto entusiasmo. "Porque é que havia de fazer greve? Para protestar? Por que é que havia de protestar? Se não estiver bem mudo-me." Garante até que "há muita gente que não quer é trabalhar, preferem receber o subsídio de desemprego". O grevista Luís Assunção, 41 anos, 20 de Metro como "técnico administrativo", assente: "Pois, e o rendimento mínimo."
Asserções que, Rita Santos, 37 anos, operadora comercial (vendedora de bilhetes) e filiada na CGTP decerto refutaria, se com elas confrontada. "Concorri durante dez anos para entrar no Metro porque trabalhava em hotelaria e não tinha nenhuma estabilidade nem progressão na carreira, nada. Queria uma empresa que me desse valor enquanto trabalhadora." E, admite, encontrou - mesmo se hoje está aqui para "mostrar o descontentamento".
Na hotelaria trabalha ainda Carmo, que está de serviço, entrando e saindo da cozinha, no pequeno refeitório da CGTP, onde Manuel Carvalho da Silva e Mário Nogueira almoçam após a conferência de imprensa das 13.00. Caldo-verde, frango assado, arroz de hortaliça a meio de um dia em que a maioria dos presentes não foi à cama e que só terminará perto das 21, após o último "ponto da situação" para a imprensa. Questionada sobre se está a fazer greve, Carmo primeiro diz que sim, mas acaba por confessar que não. "Acho que vou receber este dia, se estou aqui. Mas não tenho nada que ver com a CGTP." Uma fura-greves numa das sedes do protesto? Ao lado, Carvalho da Silva sorri, sem comentários.
Ao fim da noite, na reunião final dos dirigentes da UGT na respectiva sede, João Proença adianta uma novidade que talvez explique o paradoxo. "Há muitos trabalhadores que fazem greve, mas depois apresentam uma justificação - baixa ou outra - para receberem o dia." Talvez Carmo, ao contrário, trabalhe e desconte o dia, como o universo dos sindicalistas. Uma trapalhada que explica a assumida dificuldade nas estimativas, mesmo se na conferência de imprensa conjunta, iniciada às 17.00, Proença de Carvalho e Carvalho da Silva garantem a sua "grande alegria" com "uma extraordinária greve-geral em Portugal" e atiram para o alto, adiantando que dos três milhões e 800 mil "trabalhadores activos", um milhão dos quais do sector público, só 800 mil não terão feito greve. As tentativas de perceber o fundamento da estimativa deparam com a refutação irónica dos números apresentados pelo Governo: "A senhora ministra[do Trabalho] diz que nos serviços públicos a adesão andou entre 5% e 95%. Se tivesse dito entre zero e 100% tinha a certeza de acertar."
Quanto aos efeitos práticos da jornada, Proença resume: "É fundamental que não haja um novo PEC e que muitas das medidas sejam alteradas." Carvalho da Silva reforça: "É obrigatória a reposição da protecção social. Queremos diálogo e negociação." Mas a resposta à pergunta sobre pedidos de audiência ao primeiro-ministro e ao Presidente desencadeia uma risada na sala: "Ao primeiro-ministro já pedimos antes. E a qual Presidente?" Carvalho da Silva explica: "Não vejo o professor Cavaco Silva, o actual PR, a pôr em causa a promulgação do orçamento."
Ao fim de quase uma hora de conferência de imprensa, os dois aliados despedem-se dos media: "Obrigada pelo vosso esforço." O esforço de quem, no caso, não fez greve - mas se todos os jornalistas fizessem, para quem falariam os sindicatos?

O dia em que os CTT fecharam para almoço na Assembleia



Parlamento

Bloquistas e comunistas cumpriram os serviços mínimos. Excepção feita aos CTT, foi um dia normal em São Bento.

"Estimado cliente, informamos que esta estação de correio, excepcionalmente, hoje, dia 24, encerra no período de almoço das 13.00 às 14.30. Lamentamos o incómodo que possamos causar."
O anúncio impresso em tinta de improviso numa folha A4 esteve plantado diante da porta dos CTT de São Bento durante toda a manhã. Para quem chegava ontem ao Parlamento era o primeiro sinal da greve geral. Mas um dos últimos também.
Não fosse o teatro político e as saudações da esquerda e a maior greve de sempre - como lhe chamou o sindicalista João Proença - mal se teria feito notar na chamada Casa das Leis.
Enquanto lá fora o País estava paralisado de revolta, ontem no antigo Convento de São Bento os deputados faziam a fila habitual para o café da manhã e trabalhavam a todo o vapor para votar o Orçamento do Estado para o próximo ano.
Apesar dos atrasos nos transportes públicos, o debate no plenário arrancou com uma pontualidade pouco habitual - passavam poucos minutos das dez - e uma clareira na bancada do PCP. Os comunistas ficaram na rua a participar nos piquetes e deixaram Honório Novo e Bernardino Soares a falar e votar pelo grupo.
Ao seu lado, o Bloco apareceu unido e, de cravo na lapela, a enviar uma palavra para os grevistas. "Antes de mais queria deixar uma grande saudação a todos e todas e quantos hoje fazem uma grande greve geral", afirmou Mariana Aiveca.
Só que terminadas as votações da manhã, também os bloquistas se levantaram, saíram da sala e cada um deles foi travar a guerra contra a austeridade para outro lado. Ao leme ficaram Francisco Louçã, José Manuel Pureza e José Gusmão. E o plenário ficou o resto do dia a pender para a direita.
Nas salas dos assessores, o cenário era parecido. As de Bloco e PCP estiveram quase vazias, com uns poucos, que formalmente em greve, vieram assegurar os serviços mínimos para que as suas bancadas funcionassem e dessem eco à rua.
Nos corredores, a greve era apenas mais um dos temas de conversa. Os funcionários parlamentares solidarizaram-se com os grevistas, mas não faltaram ao trabalho.
Isso mesmo fez-se notar no café, na cantina, na papelaria e até no balcão da Caixa Geral de Depósitos, que contrariamente a quase metade dos balcões do banco lá fora, abriu como todos os dias.
Na cidade do Convento de São Bento só mesmo a estação de correios foi afectada. Uma das empregadas estava doente e não havia ninguém de outra estação disponível para a substituir. Restou ao que ficava fechar a porta quando teve de ir almoçar. As cartas dos deputados seguiram só depois do almoço.

Unidade sindical da saúde aos transportes...



Retrato

"Até percebo as razões da greve, agora é esperar." A resignação de uma doente que ficou sem consulta e sem comboio para voltar para casa resume o que foi a vida no País ontem, em especial nas grandes cidades: milhares de escolas fechadas, centenas de consultas por realizar, tribunais encerrados ou polícias sem passar multas. A maior greve geral da história da democracia portuguesa fez jus a esse rótulo e bloqueou grande parte dos serviços

A notícia chegou às 08.00 da manhã, entre uma torrada do pequeno-almoço, e pela voz de um Manuel descontraído. "Hoje não há escola", disse em tom desembaraçado, sem medir o impacto do que acabara de proferir. Ana e Joaquim Silva, uma típica família da classe média, já estavam de saída para o trabalho quando o comentário do filho lhes alterou drasticamente a rotina. A escola fechada. Para cuidar de Manuel e Maria, os filhos de cinco e dois anos, tinham de arranjar alternativa rapidamente. Ou uma avó ou outra.
O pai, Joaquim Silva, confirmou pelo telefone que o Centro Alfredo Pinheiro tinha as portas encerradas. A adesão do pessoal à greve geral assim o ditou. Às 09.00 da manhã não se via nem ouvia uma criança. Era apenas um das muitas escolas do concelho, visitadas pelo DN, que não abriram. No País, o cenário repetiu-se em milhares de estabelecimentos de ensino, garantem os sindicatos, que reclamam a maior greve de sempre sem ser em protestos sectoriais, com uma adesão de 75%, que obrigou a fechar 2500 escolas.
Como a escola pertence à Misericórdia, Ana confessa que nem equacionou que não abrisse. Foi distracção, reconhece, pois o protesto é global. "Só quando o Manuel disse que a professora já tinha avisado é que me lembrei. Senão tinha batido com o nariz na porta", afirma a mãe. Ana Silva gere uma farmácia em Cascais e só tinha de entrar à uma. "Quando percebi que havia greve, até liguei para a farmácia a saber se era preciso ir a correr abrir a porta", conta, entre risos. Depois, foi a correria habitual. O marido, médico a fazer o doutoramento, teve a primeira aula só às 10.00. Por isso foi a tempo de deixar os filhos em casa da mãe.
Manuel reproduz as palavras adultas que servem de explicação para este dia diferente. "Há uma reunião importante na escola e não podemos lá ficar a fazer barulho", explica, com ar de gente crescida, sentado no sofá da avó Geninha, sem despegar os olhos do canal Panda. A alteração da rotina passa ao lado destes dois irmãos, que trocam mimos e brincadeiras. Afinal, é na casa da avó que já passam algumas tardes da semana dividida com a outra avó. "Hoje vai ser o dia todo", explica Eugénia Silva, que até agradece por a greve lhe ter trazido os netos. Está de chuva, e o dia não convida a sair. As crianças fazem desenhos, conversam e riem. Vai ser assim até à noite.
Menos atento do que Ana Silva, António Ramalho esqueceu- -se de telefonar para o Hospital de S. José a perguntar se a sua consulta de otorrino se mantinha. Resultado: ao contrário da farmacêutica de Cascais, o reformado de 68 anos bateu com o nariz na porta. "Estou à espera da consulta de otorrino há mais de um ano e recebi a carta do hospital há mais de um mês. Agora vou para casa sem saber quando volto a ter marcação", lamentou. "Não liguei para cá porque achei que os médicos não faziam greve. Concordo com a greve, mas não tanto, porque a vida não está para isso", atirou, enquanto saía acompanhado pela mulher.
Portas fechadas, ambulâncias que não passam, ninguém na rua. Era este o cenário à porta das consultas externas do Hospital de S. José, em Lisboa, onde a adesão à greve geral por parte dos administrativos, auxiliares e enfermeiros foi de cerca de 90%. Apenas um papel colado no vidro à entrada do pavilhão e uma funcionária a dar informações: "Hoje [ontem] não há consultas por causa da greve. Está tudo fechado." O cenário de ontem nada tinha a ver com o de terça-feira. Na véspera da greve geral, pouco depois das 08.30, hora a que abrem as portas do bloco das consultas, já a sala de espera estava cheia de doentes para fazerem inscrição, análises ou serem vistos pelo médico. A média diária ronda as 500 consultas.
Mas, em pleno dia de greve geral, foram poucos os que arriscaram sair de casa. Até às 09.15 só cerca de 30 doentes passaram pelo bloco das consultas para saber se teriam alguma sorte. Não tiveram. A porta estava fechada, e, não fosse uma funcionária à entrada, não se veria ninguém. Nem as ambulâncias que estão sempre a chegar com doentes para as consultas apareceram.
"Tínhamos 400 agendadas, e passaram a ser cerca de 200", disse Sandra Marques, administrativa daquele serviço e um dos elementos do piquete de greve. Só em Lisboa, Algarve e Alentejo foram adiadas mais de cinco mil consultas. Em S. José, ontem estavam apenas garantidos os serviços mínimos nas urgências, tratamentos de oncologia, diálise e cuidados intensivos. "Do que sabemos, não se realizou nenhuma cirurgia programada", referiu Ana Amaral, do piquete de greve, durante a manhã. Mesmo na sala de espera das urgências eram poucas as pessoas que esperavam para ser atendidas. "Muitos doentes ligaram a desmarcar." António Ramalho foi um dos que não ligaram.

Sem transporte "há que esperar"

Outro hospital, o mesmo cenário. No Egas Moniz, também em Lisboa, muitos doentes ficaram sem consulta por falta de médicos. Viagens em vão, ainda mais dificultadas pela paragem quase total dos transportes públicos. "Saímos de Cascais às 10.00 para duas consultas no Egas Moniz, mas um dos médicos estava no estrangeiro e o outro fez greve, e agora estamos aqui há já duas horas à espera e vamos ficar ainda mais outras duas", desabafava Maria Mendes, 74 anos, na estação do Cais do Sodré. Sentada num banco ao lado do marido, Maria Mendes não manifestava revolta: "Sou funcionária pública aposentada, e até percebo as razões da greve, agora é esperar."
Sete comboios parados, um invulgar silêncio e um cordão de seguranças a impedir o acesso às plataformas. Este o exótico retrato da estação, pelas 13.00, onde o único sinal de agitação era dado pelas câmaras de TV de estações portuguesas e da TVE. "O último comboio que partiu daqui foi às 09.00", disse ao DN um dos elementos de segurança da CP. Os próximos comboios só partiriam às 16.20 e às 17.10. Para todo o dia, só estavam previstos 15 percursos na Linha de Cascais. Em todo o País, foram suprimidos 1034 comboios da CP, 31 de serviços mínimos, a que se juntaram em Lisboa 562 ligações de barcos da Soflusa e da Transtejo que não foram feitas.
Jacinta Paulo, com uma bebé adormecida ao colo, já mostrava no rosto os sinais de mais de duas horas de espera. "Apanhei o comboio das 07.30 em Paço de Arcos para ir ao SEF tratar de assuntos, dei-me ao trabalho de ligar na véspera para saber se estavam abertos, e hoje dei com as portas fechadas", contou aquela angolana, que não sabia como regressar a casa com a bebé.
Bem mais despreocupada, Sofia Marques, 16 anos, entra a correr na gare, fica estupefacta e volta a sair apressada. Por causa da greve, Sofia não teve aulas na Escola Rainha D. Leonor e tinha marcado uma outra às 15.00 em Cascais com o seu professor de surf. As estações de metro, essas, nem abriram.
Os tribunais também não fugiram à regra seguida por escolas, serviços hospitalares ou estações de transportes, e nem chegaram a "abrir portas". A principal razão foi a adesão de 87% dos procuradores, segundo números do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP).
Apesar de os juízes não terem aderido à paralisação nacional, certo é que a presença dos magistrados do MP é obrigatória na quase totalidade dos actos praticados. Por isso, não surpreende que, no Campus da Justiça em Lisboa, 13 julgamentos tenham sido adiados.
Ontem, em declarações aos jornalistas, o presidente do SMMP, o procurador João Palma, garantia uma adesão à greve de 87%, acrescentando que, face à greve dos procuradores e dos funcionários judiciais, muitos tribunais acabaram por encerrar portas. "Os que não estão fechados estão apenas a assegurar os serviços mínimos", declarou o presidente do SMMP.
Na Comarca da Grande Lisboa Noroeste, dos 66 magistrados, 63 aderiram à greve, sendo que na Comarca do Alentejo Litoral a adesão foi de 100%, segundo o sindicato.
O presidente do SMMP avançou ainda que na Comarca do Baixo Vouga dos 58 magistrados 48 estiveram ontem paralisados. Já no Tribunal de Contas também se registou uma adesão de 100% do MP, enquanto no Tribunal Constitucional dos quatro magistrados três fizeram greve. No caso do Tribunal da Relação do Porto, 10 dos 13 magistrados aderiram ao protesto, enquanto no Arquipélago da Madeira dos 22, 18 fizeram greve.
Quem não pode parar são os polícias, que tinham prometido uma espécie de "greve de zelo" com uma acção mais "preventiva e pedagógica" para com os infractores de trânsito. Esta acção de protesto dos polícias contra a política do Governo começou no passado dia 19 e prolongou-se até ontem, dia 24.
Segundo o presidente da Associação Sindical de Profissionais de Polícia da PSP, Paulo Rodrigues, "houve uma diminuição de mais de 50% de multas passadas pelos agentes das divisões de trânsito de Lisboa e Porto, as maiores do País". Esta percentagem contabiliza apenas os autos de contra- -ordenação levantados entre os dias 19 e 23, pois os de dia 24 ainda não estavam ontem totalmente registados.
Este ano foram passadas 2553 multas, enquanto nos mesmos dias de 2009 esse número foi 4415. Em média foram passadas menos 500 multas por dia. Paulo Rodrigues assegura que estes valores são "oficiais e constam do relatório da PSP". Por outro lado, o Sindicato Nacional de Polícia, também da PSP, autor do contestado pré-aviso de greve, diz que 500 dos seus sindicalistas não trabalharam neste período "por actividade sindical".
A direcção nacional da PSP não comenta estas "baixas", mas contesta os números de multas, alegando que "estes períodos homólogos não são comparáveis, pois as diferenças terão de ser necessariamente notórias face à dimensão de recursos humanos e materiais, concretamente as valências na área do trânsito, que estiveram empenhados desde o dia 15 até ao início do dia 21 de Novembro em Lisboa", por causa da cimeira da NATO.
A adesão à greve nas forças e serviços de segurança que podem fazê--la foi elevada. Na ASAE, 70% dos inspectores e 100% dos funcionários de apoio à inspecção; na Guarda Prisional 93%, e em 15 prisões de Lisboa, Porto e Coimbra, 100%. No lado oposto, os inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras: apenas 10% fizeram greve.

O dia ideal para ir à Loja do Cidadão

Carta de condução, Segurança Social e cartão do cidadão, tudo tratado em uma hora. Uma situação inédita na Loja do Cidadão das Laranjeiras, em Lisboa. E, claro, Rui Fernandes, 72 anos, não podia estar mais contente. Atravessou o rio Tejo, acompanhado da mulher e do filho, já passava das 10.00, e despachou-se a tempo de ir almoçar a casa. O dia de greve revelou--se o ideal para tratar da papelada.
O responsável pela Unidade de Gestão em causa confirma: "O dia com menos utentes de sempre!" Basta olhar para o balcão da Segurança Social, que atende uma média de 500 pessoas por dia e que chegam a esperar três horas, para ver a diferença: às 13.00 de ontem, hora habitualmente de ponta, estavam cinco funcionários e três utentes. O panorama é idêntico nos restantes balcões, os serviço a funcionar, nem todos a 100%, e as cadeiras dos utentes praticamente vazias.
Menos sorte apenas teve quem pretendia dirigir-se às unidades da Direcção-Geral das Contribuições e Impostos, da Caixa Geral das Aposentações, do Ministério da Saúde e do Balcão Perdi a Carteira. Isto durante a manhã, e quando a percentagem de adesão à greve era de 33%. No turno da tarde, fechou, também, o serviço do cartão do cidadão.
Vítor Pinto, 62 anos, reformado, vive no Norte mas tem casa na capital. "Vim a Lisboa para tratar de assuntos. E experimentei vir à Loja do Cidadão para ver se funcionava. Está óptima. Precisava de mudar o registo de propriedade de um automóvel e demorei sete minutos, quando costumo esperar uma hora. Isto está tão vazio que, agora, vou a casa buscar as leituras da água e electricidade", exclama.
As lojas do cidadão registaram números médios de adesão à greve, segundo a monitorização feita no Ministério das Finanças e Administração Pública. É neste ministério que se verifica a segunda maior paralisação na Administração Central, 42,84% dos trabalhadores em greve, com 137 serviços encerrados (36,05%).O Ministério da Justiça ocupa o primeiro lugar, com 48,99% dos funcionários a aderir à acção de protesto e 25,76% dos serviços fechados. O Ministério da Defesa é quem contabiliza menos grevistas, 6,11% do pessoal.
O secretário de Estado da Administração Pública, Gonçalo Castilho, explica que os dados foram introduzidos directamente pelos chefes de serviço, através de uma chave de acesso ao sistema, sendo estes actualizados automaticamente ao longo do dia. E quanto às diferenças dos números: menos de metade do anunciado pelas contas dos sindicatos, sublinha: "Com esta demonstração, fica claro como é que surgem os números, a justificação para a disparidade deve ser dada pelos sindicatos." Mas acaba por argumentar que pode haver elementos de ordem técnica. "Num serviço que fecha as portas, as estruturas sindicais contabilizam todos os trabalhadores, grevistas ou não, ou podem estar a contar pessoas que estão de férias ou de licença", justifica.
Na Administração Central contabilizaram 424 973 potenciais grevistas e 28,56% fizeram greve, o que levou ao encerramento de 3090 serviços (29,28%). Gonçalo Castilho não soube dizer a totalidade dos funcionários.
Já a nível da Administração Local o panorama foi bem diferente. Se fosse elaborado um ranking dos municípios com maior adesão à greve geral de ontem, dificilmente Vendas Novas, distrito de Évora, deixaria escapar o primeiro lugar: câmara e junta de freguesia estiveram encerradas, com adesão de 100% dos trabalhadores. O lixo ficou por recolher. O agrupamento de escolas não chegou a abrir. No centro de saúde, apenas houve consultas de urgência. A conservatória fechou. E até numa instituição particular de solidariedade social, encarregada de servir refeições às escolas, 90% dos funcionários aderiram à paralisação.
"Se os deixassem, até os militares tinham feito greve. E têm razão para isso, pois também lhes vão aos ordenados", diz João Vieira à entrada de um parque de estacionamento junto à estrada nacional que atravessa à cidade. À direita, uma faixa da CGTP lembra que a câmara está encerrada. À esquerda, na Escola Prática de Artilharia, é como se nada se passasse.
Pelas 05.00 da manhã já José Leitão andava pelo parque industrial a conferir os níveis de adesão à greve na Karmann Ghia (indústria automóvel), uma das maiores empregadoras do concelho. No sector privado houve menos gente em greve . E o sindicalista explica porquê: "As pessoas têm medo de perder o emprego, há muita precariedade, e até houve quem oferecesse 25 euros aos trabalhadores, a pagar em Dezembro, para que estes não fizessem greve."
O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) indica uma adesão de 90%, contabilização que Associação de Municípios Portugueses não faz. Mas, "pela primeira vez, sectores que não costumavam aderir fizeram greve", disse Fernando Ruas, presidente da estrutura. E confirma "a percepção de que a greve atingiu todos os municípios com maior intensidade em relação a greves anteriores". A câmara a que preside, Viseu, regista uma paralisação de 17% e o encerramento dos serviços municipalizados e da fiscalização.
José Marques, do STAL, salienta que encerraram os serviços de atendimento das câmaras de "Barreiro, Seixal, Avis, Arronches, Alcochete, Alcácer do Sal, Nisa, Marvão, Coimbra, Montijo, Moita, Almada, Coimbra, Loures, Gavião, Grândola, Matosinhos, Alter do Chão, Almada, Loulé, Crato, Palmela, Santiago do Cacém, Matosinhos, Castelo Branco, Évora, Famalicão e Vila Franca de Xira.
No plano da cultura, a greve geral fez com que vários museus fossem encerrados. No Museu dos Coches, um aviso na porta informava que se encontrava fechado devido à greve. Já no Museu Berardo não houve registos de trabalhadores em protesto e tudo decorreu normalmente. Ermano Trentini, um turista italiano, disse que já tinha sido informado pelo posto de turismo de que alguns museus poderiam estar encerrados. E reconheceu que, no país natal, uma greve como a de ontem também faria sentido.

O feriado tramou o piquete na Galp

São 05.45 e, à porta dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, Jorge Trindade controla os acessos. "Não passou ninguém. Estamos todos solidários com a luta, incluindo os espanhóis que estão cá a acabar o navio para a Galiza", explicava, já durante a manhã, à reportagem do DN, enquanto o maior construtor naval português simplesmente parava a produção. Praticamente 100% de adesão à greve nos 760 trabalhadores da empresa, aos quais se juntaram 200 espanhóis que estão a terminar em Viana do Castelo um navio do construtor galego Barreras, que aluga a doca principal e alguns operários à empresa pública.
À porta da empresa, um dos dois piquetes de greve, com uma dezena de trabalhadores, controlava, atentamente, todas as entradas. António Marques, desenhador dos ENVC há 35 anos, repetia a greve de 2007. "Não faço greve pela situação da empresa, que era de falta de trabalho e que agora está mais controlada, mas pelo ataque que estão a fazer aos direitos dos trabalha-dores", dizia ainda, sem esconder o frio que se fazia sentir no acesso à empresa.
Mais ingrata foi a tarefa de Hélder Guerreiro. Os últimos dias foram ocupados pelo sindicalista a tentar convencer os trabalhadores da refinaria da Galp em Sines a aderirem maciçamente à greve. Mas o apelo à mobilização esbarrou com o feriado municipal daquela cidade alentejana. É que, pelo facto de terem trabalhado ontem, os funcionários da petrolífera auferiram uma remuneração de 300%. Resultado: a paralisação registou uma "adesão zero" ao nível da laboração contínua e não atingiu os dois pontos percentuais no sector administrativo.
"Só se eu não estivesse bom da cabeça é que faltava hoje. Tenho a possibilidade de ganhar o equivalente a três dias, e ficava em casa?", questionava Paulo Silva, um dos trabalhadores da Galp, admitindo que, se fosse um dia normal "até era capaz de aderir", mas nunca lhe passou pela cabeça deixar de ganhar os cerca 300 euros a que tem direito sempre que trabalha num feriado. O argumento era transversal aos colegas, para quem só o dia de ontem "já paga a letra do carro".
Também nas imediações das sedes das grandes empresas ainda com participações públicas como a PT (Fórum Picoas) ou EDP (Marquês de Pombal) a calma reinava.
"Foi um dia normal, aqui não se notou que fosse dia de greve", confirmava uma funcionária da segurança na portaria da sede da EDP, que preferiu não ser identificada. Em relação à PT, fonte da empresa assegurou que tudo correu dentro da normalidade, acrescentando que seria ainda prematuro avançar com números de adesão por causa dos diferentes turnos praticados na empresa.
Quem passasse à porta da EPAL, em Lisboa, mesmo que não tivesse contas para pagar, parava inevitavelmente , porque o facto de as suas portas estarem abertas ao público num dia de greve geral gerava admiração. Apesar de esta empresa pública ter sido uma das muitas que aderiram à greve, os seus serviços mínimos, juntamente com o facto de muitos utentes pensarem que este serviço estaria encerrado, garantiram um dia calmo, em que lá aparecia um cliente de dez em dez minutos. Segundo fonte da empresa ao DN, que confirmou o cumprimento dos serviços mínimos acordados com os organismos sindicais, aderiram à greve geral 17% dos seus trabalhadores (133), num universo de 777.
Já no interior das instalações de outra empresa pública, a RTP, permaneceram parados os carros de exteriores. "Para o jogo Sp. Braga- -Arsenal, a RTP alugou um carro à empresa espanhola da Media Luso e pagou 35 mil euros. Se tivesse ido o nosso carro de HD, teria custado à empresa apenas 19 mil euros", revela ao DN Clarice Santos, secretária-geral do Sindicato dos Audiovisuais, que adianta que a estação pública de televisão teve "uma adesão de 75% e em alguns sectores chegou aos 100%".
Clarice Santos conta ainda que a Administração da RTP se portou "de forma cordial com o piquete de greve", que se manteve durante todo o dia junto às instalações, na Av. Emídio Navarro. "O José Marquitos cumprimentou-nos, assim como o José Fragoso, director de Programas", sublinha. Na Lusa, a adesão à greve também "chegou aos 75%", segundo Nádia Rodrigues, elemento do órgão representativo dos trabalhadores. No piquete da manhã estiveram cem pessoas, vestidas de negros e com cartazes, que contaram "com a presença de Catarina Martins, deputada do Bloco de Esquerda".
Mas também houve quem quisesse fazer greve e não pudesse. Uma alteração, de última hora, nas escalas do Serviço de Transportes Urbanos de Viseu (STUV) impediu que os trabalhadores aderissem à greve. Os efectivos foram substituídos pelos contratados, mas nem assim estes motoristas deixaram de protestar.
António, que para "não ser perseguido" preferiu o anonimato, motorista do STUV, tencionava aderir à greve, "como em tantas outras", mas acabou "traído por uma alteração na escala". Na segunda-feira, as escalas foram alteradas e ao serviço passaram a estar "os contratados com horários parciais e em situação mais precária". Uma alteração "feita propositadamente, porque a administração conhece os trabalhadores grevistas, marcou-os, e sabia que se os colocasse ao serviço eles iam falhar". Entre os "potenciais grevistas estavam trabalhadores efectivos, com direitos e que a administração conhece e sabe quem são", adiantou o trabalhador.

Artistas em greve encontram manifestantes anti-NATO



Greve geral

A greve geral atingiu também a cultura. Vários grupos e entidades culturais reuniram-se ontem no Rossio. Manifestantes anti-NATO estiveram também no Rossio ontem à tarde.

A plataforma dos Intermitentes do Espectáculo e do Audiovisual juntamente com o movimento dos Precários Inflexíveis organizaram ontem à tarde uma concentração no Rossio para mostrar que as políticas orçamentais também afectam a cultura.
Usando a greve geral como pano de fundo, manifestantes anti-NATO passaram também pelo Rossio e por várias zonas da cidade. Os manifestantes lutam pelo fim do investimento na NATO.

Artistas em greve encontram manifestantes anti-NATO



Greve geral (C/VÍDEO)

A greve geral atingiu também a cultura. Vários grupos e entidades culturais reuniram-se ontem no Rossio. Manifestantes anti-NATO estiveram também no Rossio ontem à tarde.

A plataforma dos Intermitentes do Espectáculo e do Audiovisual juntamente com o movimento dos Precários Inflexíveis organizaram ontem à tarde uma concentração no Rossio para mostrar que as políticas orçamentais também afectam a cultura.
Usando a greve geral como pano de fundo, manifestantes anti-NATO passaram também pelo Rossio e por várias zonas da cidade. Os manifestantes lutam pelo fim do investimento na NATO.

Voos da TAP com saída de Paris ameaçados



Alerta

Um voo da TAP com destino a Lisboa foi obrigado a regressar a Paris, de onde tinha partido, devido a uma ameaça contra todos os voos da companhia com partida da cidade francesa.

O voo Paris-Lisboa TP447 partiu às 6.35h do aeroporto de Orly, em Paris, mas teve de regressar, devido a "uma ameaça genérica". Isabel Palma, do gabinete de Relações Públicas da TAP, disse ao DN que, esta manhã, "foi recebida em Lisboa uma chamada anónima, fazendo uma ameaça genérica de segurança relativamente aos voos da TAP com saída de Paris".
Isabel Palma explicou ao DN que, relativamente ao voo que já tinha partido, "foram tomadas as medidas de segurança no quadro do que está definido em situações desta natureza" e a situação foi comunicada ao aeroporto de Orly.
"O comité de segurança do aeroporto avaliou a situação mas não a validou", disse a responsável. Apesar de a ameaça não ter sido validada, o piloto tomou a decisão de voltar a Paris. De volta à cidade, às 8.15h, o avião foi revistado pelo comité de segurança e nada foi encontrado. Os outros dois voos Paris-Lisboa previstos para esta manhã partiram normalmente às 8h10 e às 11h37.
O avião revistado partiu de Paris às 14h (13h em Lisboa) e já está de regresso a Portugal.

Pensões escapam a cortes salariais



Aposentação

Funcionários públicos com condições de passar à reforma até ao final deste ano não têm as pensões penalizadas pela redução nas remunerações

Saiba mais na edição de hoje do 'Correio da Manhã'.

Ministro da Economia diz que greve foi "parcial"



Avaliação da paralisação de 24 de Novembro

O ministro da Economia pronunciou-se esta quinta-feira sobre a greve geral, considerando que foi uma “greve parcial” com “algum impacto” na Administração Pública e “muito minoritário” no privado. José Veira da Silva sublinhou que as medidas de austeridade são "imprescindíveis".

"Obviamente não foi uma greve geral, foi uma greve parcial". O ministro da Economia acrescentou ainda que "a greve geral se desenrolou com normalidade do ponto de vista dos diferentes agentes", segundo a informação que o Governo dispõe.
"Respeitamos essas manifestações de protesto, mas Portugal continuará a seguir o caminho que tem vindo a seguir, nomeadamente na sua política orçamental", declarou o ministro.
Vieira da Silva acrescentou que as medidas de austeridade tomadas são "imprescindíveis", afirmando que "não foram ainda, até hoje, apresentadas alternativas sólidas".
As declarações foram feitas em Bruxelas, onde se encontra para uma reunião dos ministros responsáveis pela competitividade da União Europeia.

Greve na RTP motiva queixas



Paralisação: Emissão foi assegurada com programas gravados

A adesão à greve geral de 80% dos funcionários da RTP levou a que "alguns trabalhadores fossem substituídos por empresas de outsourcing", revelou ao CM Clarisse Santos, secretária-geral do Sindicato dos Meios Audiovisuais.

A sindicalista adianta que a contratação das empresas Green e Retrato Andante "é ilegal e motivou uma queixa à Autoridade das Condições de Trabalho".
Durante o dia, garante ainda: "Houve falsos directos na informação, foram contactados jornalistas que estavam de folga para substituir os que aderiram à greve. Carlos Daniel apresentou o ‘Jornal da Tarde’, mas não estava escalado", exemplifica.
À porta da RTP, concentraram--se cerca de cem grevistas em sinal de protesto contra as medidas tomadas pelo Governo, como a "redução salarial e os cortes de subsídios de refeição", explicou Joaquim Gonçalves, do Sindicato dos trabalhadores das Telecomunicações e Comunicação Audiovisual.
Na redacção da televisão pública, os efeitos da greve eram notórios. "A maioria dos jornalistas da secção de Sociedade estava em greve, enquanto na secção de Política apenas estavam a trabalhar a chefia e um jornalista", revela o Sindicato dos Jornalistas.
"No Porto, a adesão é de 65%, na Antena 3, não houve noticiários, na Antena 1, está o director a fazer continuidade, na edição de informação, no vídeo móvel e na pesquisa de imagem, a adesão é de 100%. Não houve RTPN durante a noite e o programa ‘Bom Dia Portugal’ começou com 35 minutos de atraso", revela ainda Clarisse Santos.
José Marquitos, administrador do grupo RTP, saiu do edifício à hora de almoço, com um sorriso, e recebeu um comunicado entregue pelos piquetes de greve, disse ao CM um dos funcionários da casa. Mais tarde, foi a vez de José Alberto Carvalho sair com outros elementos da direcção de Informação, tendo sorrido para os grevistas.

AL-JAZEERA FILMA NA ESTAÇÃO DA CP DO ROSSIO

A Al-Jazeera foi uma das estações de televisão que decidiram cobrir a greve geral, deslocando profissionais para Lisboa. O canal árabe escolheu, tal como as suas congéneres espanholas, francesas, gregas e inglesas, uma das estações ferroviárias mais emblemáticas para dar a dimensão da paralisação geral contra as medidas de austeridade: a estação do Rossio. Transportes parados é uma das imagens de marca de greves, pelo que não foi com surpresa que a Refer e a CP constataram a presença de profissionais televisivos para fazerem planos da estação e dos comboios. Já aconteceu até com canais estrangeiros. Já menos habitual é haver um canal representativo do mundo árabe interessado em dar notícias sobre uma greve em Portugal e escolher a estação do Rossio para isso.

quarta-feira, novembro 24, 2010

Lusa: Piquete da manhã pára a 100%



Chefias e contratados são os únicos a trabalhar

O piquete de greve efectuado na agência Lusa esta manhã teve uma adesão de 100%. A informação foi avançada pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ), que adianta que apenas chefias e contratados a recibos verdes estão a trabalhar.

“Não há quaisquer jornalistas a trabalhar nas secções de Política e Cultura, e no Internacional/Lusofonia está presente apenas uma pessoa contratada a recibo verde. Nas secções Sociedade e País estão presentes apenas os respectivos editores, e na Economia estão a editora, um adjunto, um jornalista a prazo e outro a recibos verdes. Na Multimedia está o editor e um adjunto, no Desporto um editor, na Fotografia um editor adjunto e um jornalista a prazo e na Agenda o editor e um jornalista”, refere o SJ em comunicado.
A mesma nota revela que a “trabalhar, na sede, estão pessoas da Direcção de Informação e parte da chefia de Redacção”. Já em Coimbra “os quatro jornalistas pertencentes ao quadro da empresa estão em greve”, enquanto que no Porto “dos jornalistas do quadro, nove estão a trabalhar (incluindo chefias) e cinco em greve”.

Greve fecha escolas



Em Lisboa

A greve geral levou ao encerramento de várias escolas em Lisboa. Pelas 8h15 desta quarta-feira os alunos da Escola Básica Marquesa de Alorna foram impedidos de ter aulas devido à elevada adesão à paralisação de funcionários e professores. Igual situação foi vivida esta manhã na Escola secundária de Gil Vicente, onde um aviso informava sobre o fecho dos portões até pelo menos as 13h30. O encerramento resultou de "um número insuficiente de assistentes operacionais". Informou ainda a direcção da Gil Vicente que "a escola não pode garantir o acompanhamento e a segurança dos alunos".

Também a Escola Básica Nuno Gonçalves fechou hoje os portões. Diferente opção foi tomada nas escolas secundárias de Camões, Pedro V e Pedro Nunes, contudo, a elevada adesão à greve dos professores levou a que a grande parte das aulas não se realizasse.
Para as 11h00 desta quarta-feira, o dirigente da Fenprof, Mário Nogueira, irá fazer um primeiro balanço da adesão dos professores à greve, na escola Marquesa de Alorna.

Justiça: Sindicato fala em adesão de 85 a 90%



Há tribunais fechados a 100%

O sindicato dos funcionários judiciais avançou que a adesão à greve geral desta quarta-feira, às 10h00, se situava entre os 85 e os 90 por cento, sendo "muitos" os tribunais em que chegou aos 100 por cento.

Em comunicado enviado às redacções, o sindicato avança que a adesão foi de cem por cento em tribunais como Valença, Ponte da Barca, Amarante, Esposende, Resende, S. João da Madeira, Barcelos, Régua, Lamego, Famalicão, Póvoa do Lanhoso, Águeda, DIAP de Aveiro, Castelo Branco, Tribunal de Trabalho e Tribunal Administrativo de Viseu, Covilhã, Ministério Público de Oeiras, Benavente, Mafra, Cascais, Barreiro, Reguengos, Redondo, Santiago do Cacém, Beja, Olhão e Faro.
No mesmo comunicado, o sindicato dos funcionários judiciais avança que no Palácio da Justiça a adesão foi de 93 por cento, estando três juízos cíveis e quatro varas cíveis encerrados.
De acordo com o sindicato, por parte dos magistrados do Ministério Público, a adesão situa-se nos 87 por cento, e “muitos” tribunais encontram-se com serviços mínimos.
Quanto aos magistrados do Ministério Público que funcionam junto do Tribunal de Contas a adesão é de 100 por cento, enquanto que no Tribunal Constitucional dos quatro magistrados três estão em greve.
O presidente do sindicato dos Magistrados do Ministério Público, João Palma, avançou ainda que na Comarca do Baixo Vouga dos 58 magistrados 48 estão paralisados, no Tribunal da Relação do Porto 10 dos 13 magistrados aderiram ao protesto, enquanto que no Arquipélago da Madeira dos 22, 18 estão em greve.
O sindicato, segundo o seu presidente, Fernando Jorge, continua a actualizar os dados "embora com previsível dificuldade, atendendo ao elevado número de tribunais no País - cerca de 400 - e à dificuldade de contacto telefónico até porque a maioria dos telefonistas estão em greve".
A CGTP e a UGT realizam esta quarta-feira uma greve geral conjunta contra as medidas de austeridade, anunciadas pelo Governo em Setembro, que têm como objectivo consolidar as contas públicas, entre as quais os cortes de salários nos trabalhadores do Estado, o congelamento das pensões em 2011 e o aumento em dois pontos percentuais do IVA.
Esta é a segunda greve geral marcada pelas duas centrais. A primeira realizou-se há 22 anos contra o pacote laboral.

Linha de Sintra: Só houve ligações para Lisboa até às 09h45

Linha de Sintra: Só houve ligações para Lisboa até às 09h45



Na linha de Sintra

Foi sem surpresas que os utentes dos comboios da linha de Sintra acordaram para a greve geral desta quarta-feira.

Desde manhã cedo, a maioria dos comboios não circulou, mas os avisos de horários suprimidos não apanharam a maioria desprevenida, como o CM comprovou no local.
O movimento nas estações era visivelmente menor do que é habitual, e os que arriscaram chegar à capital de comboio resignaram-se a esperar nas plataformas pelas ligações que cumpriram os serviços mínimos.
Os balcões de atendimento encerrados e os parques de estacionamento meio vazios junto às várias estações ao longo da linha eram o efeito mais visível da paralisação durante a manhã.
Grande parte dos utentes optou por sair mais cedo de casa para garantir um lugar nos comboios que ainda fizeram a ligação até Lisboa, mas ainda havia quem esperasse mais de uma hora pelo comboio na estação do Cacém.
A última ligação da manhã partiu por volta das 09h45, e a maioria dos apeadeiros ficou vazio a partir dessa hora.
De acordo com informação disponibilizada nas estações, a circulação só volta a ser restabelecida pelas cinco da tarde.
Quanto ao trânsito automóvel no IC19, um dos habituais pontos de congestionamento, apesar das filas compactas, foram poucos os momentos em que os automóveis estiveram parados.

Greve afecta serviços públicos e privados



Centro

Na região Centro, a meio da manhã desta quarta-feira, a greve geral fazia sentir-se em todos os concelhos e sectores, desde a recolha de lixo ao ensino, passando pela Justiça e empresas privadas, segundo os sindicatos. No Tribunal Judicial Viseu só estão garantidos os serviços mínimos, as audiências de julgamento marcadas foram adiadas. Dos funcionários judiciais, 12 estão a trabalhar, três estão de baixa e 52 aderiram à greve.

No Hospital de Viseu, segundo a União de Sindicatos de Viseu, a greve dos trabalhadores auxiliares é de 70 por cento e dos enfermeiros é de 96 por cento.
Nos Transportes Transdev, em Viseu, a adesão é de 94 por cento.
O Sindicatos de Professores da Região Centro garante que às 10h30, 18 escolas secundárias estavam encerradas e a restantes com adesão à greve a rondar os 60 por cento. Na Escola de Viriato, em Viseu, os alunos em solidariedade com professores e funcionários fecharam a escola a cadeado. Na Escola Infante D. Henrique, os membros do conselho executivo estavam no portão para avisar os pais que não havia aulas.
A greve levou ao encerramento das Câmaras de Coimbra, Ansião e de Castelo Branco. Nas 14 Câmaras do distrito da Guarda, a adesão greve ultrapassa os 70 por cento.
Em Coimbra a adesão à greve é de 100 por cento na área da recolha de lixo. Na Câmara Municipal de Peniche, em Leiria, saiu apenas uma viatura.
A adesão é total nos hospitais Pombal, Tondela, Peniche, na Unidade Local de Saúde da Guarda, Seia, Coimbra e Psiquiátrico de Coimbra. No Hospital de Leiria associaram-se ao protesto 51 por cento dos trabalhadores, enquanto em Alcobaça são 43 por cento. Assegurados apenas os serviços mínimos.
A Câmara do Entroncamento solidarizou-se com a greve geral e com os seus funcionários, não realizando a cerimónia de aniversário da elevação a concelho, que se assinala hoje.
Em Castelo Branco, a adesão à greve na empresa Danone é de 56 por cento e na Paulo de Oliveira, na Covilhã, ronda os 70 por cento. Na empresa Vista Alegre, em Alcobaça, houve num turno a adesão de 100 por cento dos trabalhadores, enquanto noutro foi de 75 por cento.
Nas Caldas da Rainha, o movimento de clientes é reduzido na Caixa Geral de Depósitos. Na Segurança Social, onde o atendimento aparenta ser normal, devido à pouca adesão à paralisação, também não há filas para o atendimento. Pelo contrário, os serviços municipalizados e a tesouraria da Câmara Municipal estão encerrados. Os outros serviços funcionam a 50 por cento. O Ministério Público junto do Tribunal das Caldas da Rainha está encerrado. O serviço de Finanças está encerrado.
Em Leiria, a Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo e a EB 2 de Marrazes encontram-se fechadas. A Escola Secundária Afonso Lopes Vieira apresenta perturbações no funcionamento. Em Alcobaça, Marinha Grande, Nazaré e Pombal, Guarda, Almeida, Meda, Manteigas, Celorico da Beira, Fornos de Algodres e Seia, Covilhã e Castelo Branco também há escolas sem aulas.
A adesão à greve da maioria dos professores, aliada à falta de transportes públicos, levou suspensão de aulas em duas das três secundárias da Figueira da Foz, embora as escolas estejam abertas. Na secundária Dr. Joaquim de Carvalho, os mil alunos foram dispensados das actividades lectivas pelas 10h00, face à ausência da maioria dos 116 professores da escola. Na Bernardino Machado, metade dos 100 docentes não compareceu ao serviço e grande parte dos alunos também não foi às aulas, por falta de transportes públicos. Já na secundária Cristina Torres, a falta de transportes públicos levou a que poucos estudantes se dirigissem à escola, que, embora mantenha as portas abertas, não tem actividades lectivas devido à paralisação de funcionários e professores.
A greve geral impede a realização de julgamentos no Tribunal de Santarém, que se mantém aberto apenas para assegurar as diligências urgentes e os serviços mínimos. Segundo números fornecidos pela secretaria do Tribunal, dos 48 funcionários judiciais, 33 fizeram greve, nove compareceram no local de trabalho e quatro estão ausentes com falta justificada. A greve afecta os cinco juízos do tribunal, dois criminais e três cíveis.
Nos Bombeiros Municipais de Santarém, Cartaxo, Coruche, Tomar e Abrantes, verificam-se as médias de adesão na ordem dos 65 por cento.
No Parque Arqueológico do Vale do Côa, em Vila Nova de Foz Côa, dos 24 funcionários só um foi trabalhar.
Em Santarém, os transportes públicos estão a funcionar com relativa normalidade.

Vários hospitais encerrados



Greve geral

O Sindicato dos Enfermeiros anunciou paralisações totais, salvaguardando os serviços mínimos, nos hospitais de Elvas, Montijo, Pombal, Setúbal, Tondela, Garcia da Orta (Almada), D. Estefânia (Lisboa), Peniche, Lagos, Seia e Barreiro.

Já os sindicatos da Função Pública referem paralisações totais nos hospitais de Tondela, Capuchos, Aveiro, Hospitais da Universidade de Coimbra, São José (Lisboa) e hospital psiquiátrico de Coimbra.

"Adesão no sector privado é muito reduzida", diz Helena André



Ministra do Trabalho e da Segurança Social sobre greve geral

A ministra do Trabalho e da Solidariedade Social, Helena André, afirmou esta quarta feira, que a adesão … greve geral é "muito reduzida".

Os números disponíveis "até ao momento sugerem que estamos numa adesão muito reduzida no sector privado entre as 00:00 e as 12:00", afirmou a ministra numa conferência de imprensa sobre o balanço da paralisação. Não houve "nenhuma redução no consumo de energia eléctrica", adiantou Helena André, apontando este facto como indicador que atesta que o sector privado não aderiu à greve. A ministra destacou os transportes como o sector "mais afectado", com adesões que variam de empresa para empresa, desde os 5,9 por cento aos 95 por cento. "Até agora esta greve geral tem-se traduzido numa grande maturidade cívica dos portugueses", sublinhou a governante.

João Proença: “Esta é a maior greve de sempre”



Ultrapassando a adesão registada há 22 anos

O secretário geral da UGT, João Proença, afirmou que a greve geral desta quarta-feira é a maior de sempre, ultrapassando a adesão registada há 22 anos.

"Podemos fazer o balanço da greve dizendo que é a maior greve de sempre, maior do que a de 1988", disse João Proença num encontro com jornalistas na sede da UGT.
O responsável referiu que a greve "não afectou só os sectores da Educação e da Saúde", que costumam aderir às greves, mas afectou também aqueles que "tradicionalmente não aderem às greves, o que traduz o forte descontentamento dos trabalhadores".

Greve geral: Balanço de serviços afectados



Esta quarta-feira

Os efeitos da greve geral desta quarta-feira já se fazem sentir. Transportes são um dos sectores mais afectados, com paralisações sentidas desde as 00h00.

A Carris tinha, pelas 06h15 desta quarta-feira, cerca de 40 por cento dos serviços de transporte programados em funcionamento. Em dia de greve geral em Portugal, a transportadora assegurava ao começo da manhã perto de metade do trabalho programado.
Entre as 00h00 e as 08h00 foram ainda suprimidos 74 por cento dos comboios normalmente previstos pela CP, na sua maioria em grandes centros urbanos. Segundo o balanço das 08h30 da empresa, foram realizadas 82 das 318 ligações previstas no período em questão, indicou Ana Portela, assessora da empresa.

METRO COM ESTAÇÕES ENCERRADAS

O Metro de Lisboa tem as estações encerradas "por motivos de segurança" e "não se prevê" que haja circulação de comboios devido à greve geral, indicou fonte da empresa à agência Lusa.
A mesma fonte revelou não ter números da adesão à greve, mas em termos "operacionais" a mesma é sentida pelos lisboetas devido às estações encerradas.
A adesão à greve no subconcessionário de operação da Metro do Porto, ViaPorto, é de 90 por cento nos agentes de condução e de dez por cento nas restantes funções. As linhas azul, vermelha, violeta e verde da Metro do Porto estão fechadas.
Na linha amarela e no tronco entre a Senhora da Hora e o Estádio do Dragão, a empresa está a conseguir operar três passagens por hora, em cada sentido, ou seja, "uma frequência de 20 minutos".

ESTALEIROS DE VIANA DO CASTELO PARADOS

Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), com cerca de 760 trabalhadores, estão com a produção "completamente parada", devido a uma adesão à greve superior a 90 por cento, informou fonte sindical.
Segundo Branco Viana, coordenador da União de Sindicatos de Viana do Castelo, esta greve conta também com a "solidariedade" dos cerca de 200 trabalhadores galegos que ali trabalham na reparação de um barco, mas sem serem empregados dos ENVC.
"É uma solidariedade que registamos e saudamos e que, na devida altura, também saberemos retribuir", disse, à Lusa, Branco Viana.

SECTOR FERROVIÁRIO QUASE PARADO

Até às 10h00, estavam programados 532 ligações, tendo-se realizado 108. Foram suprimidas 424.
No âmbito dos serviços mínimos, falharam 18 ligações até às 10h00.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário afirma que pelas 08h30 a adesão nas empresas do setor era "superior a 90 por cento", o que demonstra "desde já o êxito da greve geral".
O balanço feito pelo sindicato diz respeito a empresas como a CP, Refer, EMEF e Metro do Porto, entre outras. "Apesar de todas as pressões e ilegalidades, os trabalhadores deste sector estão a dar um forte contributo para o êxito da greve geral", diz o sindicato em nota.

TODOS OS VOOS DA ANA CANCELADOS

Todos os voos da ANA Aeroportos de Portugal, em Lisboa, Porto, Faro e Açores, foram até agora cancelados, disse à Agência Lusa fonte da empresa.
As partidas e chegadas previstas para hoje, até às 10:00 não se realizaram nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Açores, havendo já muitos voos com indicação de cancelamento para o resto do dia.

PSP acusada de agressões a grevistas

PSP acusada de agressões a grevistas



No posto dos CTT, em Cabo Ruivo

A União dos Sindicatos de Lisboa acusou esta quarta-feira a Polícia de agressões ao piquete de greve dos trabalhadores dos CTT em Cabo Ruivo, situação negada pela PSP que diz estar no local para garantir que quem quer trabalhar o faça.

Num email enviado à agência Lusa, a União dos Sindicatos de Lisboa refere que os "trabalhadores dos CTT em Cabo Ruivo estão hoje em greve, constituindo um piquete de greve nestas instalações, estando a ser alvo de agressões por parte da Polícia de Intervenção".
"Esta é uma violação clara do direito à Greve, tentando obstaculizar o papel dos piquetes de greve", acrescenta a nota.
José Oliveira, do secretariado permanente do Sindicato Nacional dos Correios e Telecomunicações, explicou que o piquete de greve é constituído por cerca de "60 elementos enquanto que a polícia tem no local cerca de 80 elementos que estão a cumprir as ordens dos senhores que estão sentados na administração dos correios".
"Já houve carga policial, uns empurrões ao piquete de greve", sublinhou José Oliveira ao salientar que o piquete está no local para "tentar impedir a entrada ou saída de camiões de empresas que trabalham para os CTT e que estão a transportar correio para as estações quando esse trabalho é habitualmente feito por funcionários dos correios".
O mesmo responsável sindical garantiu que os "trabalhadores dos CTT que não aderiram à greve estão a entrar e a sair das instalações sem qualquer problema porque ninguém os pode obrigar a aderir ao protesto".
"Mas os CTT estarem a utilizar empresas privadas que habitualmente não realizam esta tarefa é ilegal porque estão a substituir trabalhadores em greve", acrescentou.
Contactada a polícia de Lisboa, o oficial de serviço disse, sem se identificar, que a "polícia está no local para garantir que as pessoas que querem trabalhar o possam fazer".
"Estão a obstruir a saída dos carros com correio, quem quer trabalhar está a ser impedido e aquilo que posso dizer é que estamos no local para garantir a saída dos carros com correio e que quem quer trabalhar o pode fazer", explicou sem, contudo, acrescentar mais detalhes.

terça-feira, novembro 23, 2010

Greve geral começa no aeroporto de Lisboa



Carvalho da Silva presente

Um piquete de greve da CGTP e o secretário geral da central sindical, Carvalho da Silva, assinalaram esta terça-feira, no aeroporto de Lisboa, o início da greve geral contra "políticas que provocam desemprego, pobreza e regressão da economia".

No discurso, pouco depois das 20h00, em que agradeceu aos trabalhadores que se juntaram ao piquete de greve, Carvalho da Silva afirmou que nos últimos tempos tem vindo a "sentir uma identificação da sociedade com as razões da greve", acrescentando que, além de protestar, os trabalhadores querem fazer ouvir as suas propostas.
"Nós queremos contribuir para o desenvolvimento do País com propostas que construam o futuro e esse projecto não pode ser feito com base em políticas que provocam desemprego, pobreza e regressão da economia", disse Carvalho da Silva, ao som dos sucessivos gritos de "greve geral" dos mais de 50 grevistas que participaram neste primeiro piquete.
O secretário geral fez questão de se dirigir em especial aos Bombeiros Sapadores de Lisboa, também presentes no piquete. "No turno que começou às 20:00 horas, dez dos 11 bombeiros estão de greve", anunciou Carvalho da Silva, que acusou a direcção dos sapadoras de ter práticas "pouco democráticas" por ter pressionado os trabalhadores, ao mesmo tempo que assegurou que "os serviços mínimos estão garantidos".
Ainda esta noite, Carvalho da Silva vai participar em piquetes na Recolha de Resíduos Sólidos dos Olivais (22h15), no Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (23h00), no Metropolitano de Lisboa (23h50) e no Hospital Garcia de Orta (00h45).

Greve Geral: Metro de Lisboa pára às 23h20



Efeitos reflectem-se já esta terça-feira

Os últimos comboios em circulação no Metropolitano de Lisboa (ML) saem das estações terminais às 23h20, adiantou ao Correio da Manhã fonte oficial, adiantando que as estações só voltam a reabrir às 6h30 de quinta-feira. São as últimas ligações antes do início da greve geral de 24 horas marcada pelas duas centrais sindicais.

O Metro de Lisboa não conta com serviços mínimos nem a empresa assegura transportes alternativos.
"Não foi fixada a prestação de serviços mínimos relativamente à circulação de comboios, pelo que o ML não poderá garantir o serviço de transporte, tanto ao nível da exploração como dos acessos às estações", explica a empresa.


Paragens por todo o País

A greve geral de quarta-feira irá paralisar ou condicionar vários sectores, um pouco por todo o país. Saiba, com o CM, o que vai ou não parar:

TRANSPORTES

Lisboa

Fonte do Metropolitano de Lisboa garantiu ao CM que os comboios saem das estações terminais pela última vez às 23h20. As estações reabrem apenas às 6h30 de quinta-feira. O Metro de Lisboa não conta com serviços mínimos nem a empresa assegura transportes alternativos.
Quanto aos comboios suburbanos, as perturbações à circulação irão começar a verificar-se a partir das 22h00. No entanto, durante o dia da greve, estão assegurados serviços mínimos.
Entre Barreiro e Setúbal (Linha do Sado), estão assegurados apenas dois comboios em cada sentido durante a manhã, entre as 5h00 e as 7h15, e quatro em cada sentido à tarde, entre as 17h00 e as 20h25.
Quanto à Linha de Cascais, a circulação decorre entre as 6h30 e as 10h00, e mais tarde, entre as 16h20 e as 21h30.
Nas Linhas de Sintra, Cintura e Azambuja os comboios circulam entre as 5h00 e as 10h00. À tarde voltam ao activo entre as 14h00 e as 21h00.
Entre Setúbal e Lisboa, a Fertagus tem expectativas de manter os seus serviços normais, não ser que a paragem na Refer o impeça.

Porto

A greve geral vai começar a fazer-se sentir já hoje na circulação ferroviária. Os grevistas do sector ferroviário com turnos que terminem ou comecem dentro do período de protesto já não entrarão ao serviço, pelo que os atrasos e suspensões nos comboios urbanos do grande Porto se farão sentir já a partir das 17h00 desta terça-feira e até ao final da manhã do dia 25.
Em relação à circulação de autocarros na zona do grande Porto, a greve terá especial impacto durante a madrugada do dia 24. O Sindicato Nacional de Motoristas avança com uma previsão de adesão à greve de 100 por cento dos trabalhadores com turnos entre as 00h00 e as 06h00. O impacto continuará a fazer-se sentir durante todo o dia, com previsões de adesão na ordem dos 80 por cento.
No que diz respeito aos serviços do Metro do Porto para o dia 24, fonte oficial avança que a circulação estará limitada à Linha Amarela (D) e tronco comum Senhora da Hora – Estádio do Dragão, entre as 7h00 e as 22h00, com um máximo de duas passagens por hora/sentido. As Linhas Azul (A), Vermelha (B), Verde (C) e Violeta (E) estarão sem serviço durante todo o dia.

SEGURANÇA

Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e os guardas prisionais aderem à greve. SEF e guardas prisionais garantem serviços mínimos. ASAE afirma que pela natureza e duração da greve, não será afectado o “regular funcionamento dos serviços”.
GNR, PSP e Polícia Marítima não podem fazer greve por “restrições legais”, mas vão adoptar uma “postura mais pedagógica e preventiva em todas as fiscalizações”, como forma de apoio.
A Comissão Coordenadora Permanente afirma que espera uma “participação elevada em todos os sectores”.

AEROPORTOS

Os efeitos da greve geral nos aeroportos nacionais começam-se a fazer sentir a partir das 22h00 desta terça-feira. A empresa Aeroportos de Portugal (ANA) aconselha passageiros com voos programados a confirmar as viagens junto das respectivas companhias aéreas. Apenas estão assegurados os serviços mínimos, isto é ligações aos Açores e à Madeira.
A comissão arbitral do Conselho Económico e Social definiu cinco voos como serviços mínimos: uma ligação de ida e outra de volta entre Lisboa e a Madeira, outra de ida e volta para os Açores e uma outra ligação entre as duas ilhas.

ESTACIONAMENTO

A adesão à greve por parte dos funcionários da EMEL – Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa vai retirar os fiscais e bloqueadores das ruas da cidade. Segundo Ana Pires, trabalhadora da empresa e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), as expectativas são as melhores.
Existem cerca de 300 trabalhadores na EMEL, dos quais 150 são fiscais de rua e bloqueio.

Greve Geral: Voos afectados a partir das 22h00



ANA aconselha passageiros a confirmar viagens com companhias aéreas

Os efeitos da greve geral nos aeroportos nacionais começam-se a fazer sentir a partir das 22 horas de hoje. A empresa Aeroportos de Portugal (ANA) está a aconselhar passageiros com voos programados a confirmar as viagens junto das respectivas companhias aéreas. Apenas estão assegurados os serviços mínimos, isto é ligações aos Açores e à Madeira.

A comissão arbitral do Conselho Económico e Social definiu cinco voos como serviços mínimos: uma ligação de ida e outra de volta entre Lisboa e a Madeira, outra de ida e volta para os Açores e uma outra ligação entre as duas ilhas.

Greve geral: Estacionamento em Lisboa sem fiscalização



EMEL vai retirar fiscais e bloqueadores das ruas

A adesão à greve por parte dos funcionários da EMEL – Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa vai retirar os fiscais e bloqueadores das ruas da cidade. Segundo Ana Pires, trabalhadora da empresa e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), as expectativas são as melhores.

“Esperamos ter poucas pessoas em Lisboa, pois é sinal que a adesão à greve é grande. Mas as que tiverem de vir para a cidade, dificilmente vão encontrar um funcionário da EMEL. Espero até que não encontrem um único fiscal”, disse ao CM Ana Pires, garantindo que “a maior adesão será dos funcionários de fiscalização”.
Existem cerca de 300 trabalhadores na EMEL, dos quais 150 são fiscais de rua e bloqueio.

Greve: Hospitais asseguram situações de urgência



Como se fosse um feriado

Os hospitais deverão funcionar na quarta-feira, dia de greve geral, como se de um fim-de semana-ou feriado se tratasse, com serviços mínimos que asseguram apenas as situações de urgência, segundo os administradores hospitalares.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação dos Administradores Hospitalares explicou que os serviços mínimos são uma determinação legal, sendo da responsabilidade da entidade patronal e dos sindicatos negociarem os números mínimos para o atendimento urgente.
"Os serviços mínimos nos hospitais são equivalentes normalmente àquilo que é uma escala de urgência num domingo ou num feriado", sintetizou Pedro Lopes.
Assim, os hospitais terão sempre os quadros mínimos para atender casos de maior gravidade e até, se necessário, usar o bloco operatório.
Contudo, as consultas e cirurgias marcadas deverão ser adiadas.
As escalas dos serviços mínimos são negociadas entre cada administração hospitalar e os respectivos representantes sindicais.
À greve geral de quarta-feira decretada conjuntamente pela CGTP e UGT aderiram o Sindicato Independente dos Médicos, a Federação Nacional dos Médicos e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.

Precários temem perder emprego com adesão à greve



Medo: Mais de cinco mil funcionários não docentes em todo o país

Mais de cinco mil trabalhadores precários da educação temem sofrer represálias caso adiram à greve geral de amanhã. Em causa estão os auxiliares de acção educativa e funcionários de apoio às actividades de enriquecimento curricular das escolas do Ensino Básico, sob a jurisdição das autarquias, e dos estabelecimentos dos 2º e 3º ciclos de ensino, sob tutela do Ministério da Educação.

"Há milhares de trabalhadores em situação precária, de escolas sob jurisdição das autarquias, com medo de perder os postos de trabalho se aderirem à greve", garantiu ao CM José Abraão, vice-secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública, dando conta do que encontra diariamente nas ‘jornadas de esclarecimento': "São mais de cinco mil trabalhadores com contrato a termo que não nos dizem que não vão fazer greve, mas que perguntam se vão sofrer represálias".
O mesmo cenário tem sido encontrado pela Federação Nacional de Educação (FNE). "A precariedade dos postos de trabalho é um dos factores que dificultam a adesão. Existem muitos trabalhadores, não docentes, que concordam com os argumentos da greve, mas que têm medo de sofrer represálias", assegurou ao CM João Dias da Silva, secretário-geral da FNE, mostrando-se, ainda assim, esperançado que "muitas escolas encerrem devido a uma adesão significativa à greve".
Também a Justiça será afectada com a paralisação geral de amanhã. Além do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, os funcionários judiciais garantem que vão parar. "Vamos ter uma grande adesão e vão existir largas centenas de diligências que não serão realizadas. Não é por um dia que os processos vão atrasar, até porque ainda agora tivemos tolerância de ponto e ninguém do Governo se preocupou com isso", disse Fernando Jorge, do Sindicato dos Funcionários Judiciais.

CTT GARANTEM A ENTREGA DAS REFORMAS

Os Correios asseguram amanhã a distribuição de vales postais da Segurança Social, nomeadamente o envio dos pagamentos das pensões de reforma e de outras prestações sociais, garantiu ao CM fonte da empresa, explicando que este tráfego está incluído nos serviços mínimos negociados com os sindicatos. Entretanto, os carteiros das Caldas da Rainha e de Óbidos juntaram mais dois dias de greve.

JOVENS COM PIOR FUTURO

As perspectivas de futuro da juventude são, actualmente e pela primeira vez, piores do que as dos seus pais ou avós. A conclusão é das duas centrais sindicais nacionais - CGTP e UGT - que ontem apelaram a uma forte participação dos jovens na greve geral para amanhã.
Durante uma conferência de imprensa conjunta, Carvalho da Silva, da CGTP, e João Proença, da UGT, destacaram que os jovens têm de se mobilizar contra as condições de precariedade laboral que enfrentam. Segundo João Proença, a precariedade afecta já 30% da população activa.
Os dois sindicalistas mostraram-se convictos de que o País viverá uma "grande greve geral" que "traduzirá o grande descontentamento" que há em Portugal por os sacrifícios estarem a ser pedidos aos trabalhadores e não às empresas.
"É inaceitável que sejam sobretudo os trabalhadores a fazerem sacrifícios. Não podemos aceitar uma subida da receita com impostos sobre as pessoas - o IRS e o IVA - e uma descida da receita com impostos sobre as empresas - o IRC", sublinhou João Proença.

FAMÍLIA DE ALTER DO CHÃO PERDE DIREITO A 22 EUROS MENSAIS

Apesar de serem pouco mais de 22 euros por mês, a família de Teresa Calado recebeu a carta da Segurança Social com surpresa, ainda para mais quando o marido, João Fernando, está actualmente desempregado. "Fomos informados por carta de que iríamos ficar sem essa ajuda. Fosse muito ou pouco, o que é certo é que quando pensamos que tudo vai melhorar, fica ainda pior", disse a mãe do pequeno João Pedro, de quatro anos.
O agregado familiar, residente em Alter do Chão, no Alentejo, vive actualmente apenas com o que Teresa Calado consegue tirar do seu negócio, uma pequena loja de decoração, onde o rendimento mensal está sempre dependente do sucesso nas vendas. A verba do abono de família sempre "ajudava a pagar alguma das contas ou a comprar alguma coisa que o menino precisasse", mas agora a ginástica terá de ser feita por outro lado.
"Tira-se de um lado, põe-se do outro, certo é que ao fim do mês o dinheiro tem de chegar e temos de ir vivendo assim", assegura a progenitora.
"A situação não está para brincadeiras. Somos obrigados a contar todos os cêntimos, mas ainda assim não desanimamos", concluiu João Fernando.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

O trabalhador tem de pedir ou comunicar que vai fazer greve?

Não. Os trabalhadores estão abrangidos pelas comunicações feitas pelos sindicatos, mesmo que não sejam sindicalizados. Ao faltarem, é-lhes descontado o equivalente a um dia e o subsídio de refeição.

É preciso justificar a falta quando se faz greve?

Só se o trabalhador tiver faltado por outra razão, nomeadamente por estar doente ou não ter transporte para comparecer.

E nesse caso? se faltar por falta de transporte?

Deve procurar por todos os meios arranjar justificação junto do operador para apresentar à entidade patronal. Nesse caso existirá falta, descontando-se na retribuição, mas ela estará justificada.

E se faltar porque a escola do filho fechou?

Tal como a ausência por falta de transporte, a não comparência equivale a uma falta justificada, desde que apresente uma declaração da escola a dizer que esteve encerrada.

Podem ser contratados trabalhadores para substituir os grevistas?

Não. Durante a greve a empresa não pode substituir os trabalhadores que aderiram.

Quem fizer greve tem de comparecer, sem trabalhar, no local de trabalho?

Não. Só se o entender.

Porto: Greve geral afecta circulação ferroviária já hoje



Previsão de 100 por cento de adesão dos trabalhadores

A greve geral de quarta-feira vai começar a fazer-se sentir já hoje na circulação ferroviária, com principal incidência no norte do País.

Os grevistas do sector ferroviário com turnos que terminem ou comecem dentro do período de protesto já não entrarão ao serviço, pelo que os atrasos e suspensões nos comboios urbanos do grande Porto se farão sentir já esta terça-feira a partir das 17h00 e até ao final da manhã do dia 25. A nível nacional, o impacto da greve será sentido a partir das 22h00 de hoje. A informação foi avançada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF), que adianta uma previsão de adesão à greve de 100 por cento, e confirmada pela CP. A empresa garante, no entanto, serviços mínimos, depois da decisão favorável do tribunal arbitral.
Em relação à circulação de autocarros na zona do grande Porto, a greve terá especial impacto durante a madrugada do dia 24. O Sindicato Nacional de Motoristas avança com uma previsão de adesão à greve de 100 por cento dos trabalhadores com turnos entre as 00h00 e as 06h00. O impacto continuará a fazer-se sentir durante todo o dia, com previsões de adesão na ordem dos 80 por cento.
A Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), no entanto, não avança com nenhuma previsão relativamente a níveis de adesão dos trabalhadores. Ainda assim, a empresa admite que "as implicações e constrangimentos serão previsivelmente elevados", uma vez que detém, na cidade do Porto, a exclusividade do serviço de transportes públicos rodoviários de passageiros que têm no autocarro o único meio de mobilidade no acesso ao trabalho, à escola ou aos cuidados de saúde. A STCP informa ainda que "não disporá de alternativas de transporte", uma vez que a imprevisibilidade de adesão não permite qualquer planificação de serviços a não ser em tempo real.
No que diz respeito aos serviços do Metro do Porto para o dia 24, fonte oficial avança que a circulação estará limitada à Linha Amarela (D) e tronco comum Senhora da Hora - Estádio do Dragão, entre as 7h00 e as 22h00, com um máximo de duas passagens por hora/sentido. As Linhas Azul (A), Vermelha (B), Verde (C) e Violeta (E) estarão sem serviço durante todo o dia.

Dream On - “Um musical numa viagem ao Sonho” subiu ao palco no Casino Estoril

  O 10º aniversário, da Associação Palco da Tua Arte, foi assinalado com um espectáculo cujo o título foi Dream On – “Um musical...