quarta-feira, dezembro 17, 2008

“Estive quase a chumbar por me faltar a farda”


Discurso Directo

Joaquim Vieira, Jornalista e autor do livro ‘Mocidade Portuguesa’.

Correio da Manhã – O que o fascina na Mocidade Portuguesa (MP) ao ponto de escrever um livro sobre o assunto?

Joaquim Vieira – Fascina-me a organização, as suas características militaristas e marciais, o facto de julgar estar a preparar as bases de apoio a um regime totalitário. E que teve o seu paralelo tanto na Alemanha nazi quanto na União Soviética.

– Da sua passagem pela organização, o que retém de positivo?

– Entrei na MP, como toda a gente, porque era obrigatório, mas como o meu pai era da oposição – era apoiante do Humberto Delgado – não me comprou a farda. Estive quase a chumbar por faltas de material, até ele se decidir a comprar. Acabei por usá-la apenas uma vez. Na verdade, entrei quando já estava em decadência. De positivo, recordo o convívio entre os colegas.

– A quem acredita destinar-se um livro desta natureza?

– Para já, aos milhões que pertenceram à MP e que, mesmo que não quisessem lá estar, vão gostar de recordar os seus tempos de juventude. Depois, a pessoas que não conhecem a estrutura ou o tempo em que se integrou mas que têm curiosidade pelo passado recente de Portugal e que vão ficar surpreendidas com algo que não imaginam que pudesse ter existido, desta forma, no nosso país.

– O que foi mais difícil na feitura do livro?

– Alguma iconografia que não existe nos arquivos oficiais e que foi preciso recolher junto de antigos dirigentes da MP. Foi um contributo precioso para enriquecer um livro que vive tanto da imagem.

– O que aprendeu ao fazer o livro, que desconhecia?

– Surpreendeu-me a influência que a Alemanha nazi teve na MP. Tudo foi feito segundo indicações que vieram do exterior e eu não fazia ideia. Surpreendeu-me também, pela positiva, o contributo que a MP teve para o desenvolvimento dos desportos em Portugal.

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Avaliação: Negociações estão “encerradas”


Processo avança ainda este ano

O processo de negociações sobre a avaliação dos professores neste ano lectivo “está encerrado”, disse esta sexta-feira o secretário de Estado Jorge Pedreira.
“As negociações terminaram e o Governo aprovará muito em breve todas as medidas e instrumentos legislativos e normativos que permitirão o desenrolar do processo de avaliação para este ano lectivo”, disse o governante, em Coimbra, à margem da sessão do lançamento do concurso “A nossa escola pela não violência”.
Contudo, a tutela não fecha a porta e futuras negociações “para os anos lectivos, como estava previsto no memorando de entendimento”.
“Esperamos que os sindicatos reconheçam e aceitem a legitimidade democrática do Governo para governar”, sublinhou Jorge Pedreira, acrescentando que “há um tempo para ouvir, para escutar, mas também há um tempo para decidir”. O secretário de Estado fez ainda “um apelo à reflexão serena dos professores sobre as medidas que o Governo tomou”.
Relativamente ao descontentamento vivido na classe dos professores, Jorge Pedreira disse esperar que “a insatisfação e o protesto não atinjam de forma alguma os alunos e as famílias”.

PSD entregou projecto para suspender avaliação e adoptar modelo transitório


Professores

O PSD entregou hoje o seu projecto de lei que tem como objectivo suspender a avaliação dos professores, adoptar um modelo transitório "no prazo de um mês" para ser aplicado já este ano e, depois, aprovar um novo modelo para 2009/2010. A entrega do documento surge no mesmo dia em que o Ministério da Educação anunciou o encerramento das negociações com os sindicatos, que prometem mais protestos.
A entrega deste projecto de lei foi anunciada ontem pelo líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, como forma de reparar o que referiu como uma "falha" da sua bancada - a ausência de 30 deputados nas votações da semana passada, em que poderia ter sido aprovado um projecto de resolução do CDS-PP no mesmo sentido. Em vez de um projecto de resolução com recomendações ao Governo, o PSD optou por apresentar um projecto de lei, que caso seja aprovado impõe a suspensão e substituição do actual modelo de avaliação dos professores.
O diploma do PSD inclui três princípios. Em primeiro lugar, determina a suspensão da vigência das normas do Estatuto da Carreira Docente relativas à avaliação dos professores, do decreto de Fevereiro que regulamenta essas normas e do decreto de Novembro que define o regime transitório da avaliação.
Em segundo lugar, estabelece que "o Governo deve adoptar, no prazo de um mês, um modelo simplificado de avaliação do desempenho docente que, a título transitório, regulamente a avaliação do desempenho do pessoal docente" no ano lectivo 2008/2009. Por fim, o projecto do PSD obriga o Governo a "aprovar, até ao final do presente ano lectivo, o enquadramento legislativo e regulamentar do novo modelo de avaliação do desempenho do pessoal docente" que comece a vigorar no ano lectivo 2009/2010.
Os artigos do diploma do PSD nada referem quanto ao conteúdo do novo modelo de avaliação, o que Paulo Rangel justificou com a intenção de obter o maior consenso possível. As únicas referências ao futuro modelo encontram-se na exposição de motivos do projecto de lei, onde o PSD declara ser a favor de "um modelo alternativo, simples, justo e desburocratizado, no qual todos os agentes educativos se revejam". Na exposição de motivos, o PSD reitera que pretende "alcançar um consenso parlamentar".
Paulo Rangel disse ontem que o PSD queria "ir ao encontro de um consenso parlamentar que se poderia ter criado na sexta-feira" da semana passada e manifestou esperança na obtenção do apoio de "outros deputados da bancada socialista". Nas votações da semana passada seis deputados socialistas votaram a favor do projecto do CDS-PP, ao lado de toda a oposição, e uma deputada socialista absteve-se, colocando o PS em minoria, em termos absolutos. As faltas de deputados da oposição impediram a aprovação do projecto.

Avaliação: tutela fecha negociações para este ano lectivo


Propostas para próximos anos continuam em aberto

O Ministério da Educação deu hoje como encerradas as negociações sobre o modelo de avaliação dos professores para este ano, estando apenas em aberto alterações para os próximos anos lectivos. O secretário de Estado adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, informou que o processo “está encerrado” e pediu aos sindicatos que aceitam a “legitimidade democrática do Governo para governar”.
"O Governo aprovará muito em breve todas as medidas e instrumentos legislativos e normativos que permitirão o desenrolar do processo de avaliação para este ano lectivo", disse o responsável. Jorge Pedreira manifestou, contudo, a disponibilidade da tutela para "negociar a avaliação para os anos lectivos posteriores, como estava previsto no memorando de entendimento" que o ministério e os sindicatos dos professores assinaram em Abril passado sobre esta matéria.
À margem da sessão do lançamento do concurso "A nossa escola pela não violência", da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, em Coimbra, o secretário de Estado fez ainda "um apelo à reflexão serena dos professores sobre as medidas que o Governo tomou". E sublinhou: "Esperamos que, com serenidade, os professores analisem as medidas que o Governo tomou e que foram ao encontro das preocupações deles. O Governo escutou, negociou, respondeu às questões levantadas".
Questionado sobre o descontentamento da classe docente, Jorge Pedreira disse esperar que "a insatisfação e o protesto não atinjam de forma alguma os alunos e as famílias". Quanto à proposta de avaliação apresentada pelos sindicatos, manifestou "tristeza e desilusão", considerando que constitui "um inaceitável regresso ao passado".

Encontro de ontem terminou sem acordo

Antes de este anúncio ter sido feito, o Presidente da República, Cavaco Silva, manifestou-se esperançado em que "o novo espaço negocial" aberto entre sindicatos dos professores e Ministério da Educação tivesse "resultados positivos". O chefe de Estado afirmou mesmo que, na sua opinião, "as negociações estão a decorrer no fórum adequado".
A Plataforma Sindical dos Professores, que reúne os 11 sindicatos do sector, reuniu ontem com a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, para lhe apresentar uma proposta alternativa ao actual modelo de avaliação. O encontro terminou, porém, sem acordo, pelo que Governo anunciou que avançará com a avaliação de desempenho já este ano lectivo, embora de forma simplificada.
Quanto aos sindicatos, reforçaram o apelo aos professores para que continuem a lutar, nas escolas, pela suspensão do processo de avaliação, subscrevendo um manifesto que será entregue ao ME no próximo dia 22 e que virá a ser "o maior abaixo-assinado alguma vez realizado" no sector. A greve nacional agendada para 19 de Janeiro vai igualmente manter-se, não estando excluída a possibilidade de serem ainda retomadas, no segundo período de aulas, as paralisações regionais que a plataforma suspendeu na semana passada.
Apesar de não terem alcançado qualquer acordo, a ministra da Educação e os sindicatos decidiram manter a reunião marcada para a próxima segunda-feira que irá centrar-se, sobretudo, na discussão do Estatuto da Carreira Docente (ECD).

Sindicatos mantêm luta contra avaliação apesar de Governo encerrar negociações


Tutela fechou processo para este lectivo

A Federação Nacional de Educação afirma que continuará a usar todos os "meios democráticos" para demonstrar que o modelo de avaliação dos docentes é injusto, após o Governo ter dado por "encerradas" as negociações para a aplicação do processo este ano lectivo.
O secretário de Estado Jorge Pedreira disse hoje que "está encerrado" o processo de negociações para este ano lectivo, pelo que o Governo aprovará em breve os diplomas que permitirão a aplicação do modelo este ano de forma simplificada. Jorge Pedreira apelou ainda aos sindicatos para aceitarem a "legitimidade democrática do Governo para governar".
O dirigente da FNE, João Dias da Silva, destacou que não põe em causa "a legitimidade democrática [do Governo] para legislar, mas não pode deixar de lembrar a obrigação democrática do Governo para ouvir e atender aos pontos de vista das organizações sindicais". E acrescentou: "Este modelo não é isento, é iníquo, é injusto".
Dias da Silva salientou que a FNE vai "usar todos os mecanismos que façam com que esta avaliação seja substituída por outra" e considerou que o Governo não negociou verdadeiramente com os sindicatos. "O senhor secretário de Estado diz que ouviu e negociou. Poderia ter ouvido, mas não negociou, porque negociar significa dar dignidade às contrapropostas do parceiro da negociação e quando as contrapropostas são sistematicamente desconsideradas, esquecidas e não são tidas em conta, estamos a falar de um diálogo de surdos", afirmou.

FNE considera leitura do ministra “superficial”

O dirigente da FNE considerou ainda "demasiado superficial" a leitura que a ministra da Educação fez da proposta alternativa de avaliação que os 11 sindicatos do sector lhe apresentaram ontem. "É uma proposta exigente em relação aos instrumentos que servem de suporte à decisão de avaliação", afirmou, destacando que contém um elemento de auto-avaliação "mais exigente" do que a prevista na proposta do ME "porque se reporta mais a dados de ordem científico-pedagógica do que a objectivos e a dados de assiduidade".
A ministra da Educação considerou ontem que os sindicatos não lhe apresentaram "nenhuma proposta verdadeiramente alternativa" para a avaliação dos professores, contemplando sobretudo a auto-avaliação pelos docentes.
João Dias da Silva negou que na proposta de avaliação dos sindicatos seja o próprio candidato a ditar o resultado, explicando que "o avaliado apresenta os elementos que quer que sejam considerados no processo de avaliação". Esses elementos são então postos à consideração de uma comissão científica constituída por elementos do conselho pedagógico que analisam e avaliam esses elementos e apresentam uma proposta fundamentada do docente nas dimensões funcional e psico-pedagógica.
"Introduzimos então outro elemento de avaliação, que é o presidente do Conselho Executivo da escola, que determina a classificação final com base na proposta fundamentada apresentada por essa comissão científica", explicou. Num comunicado, a Plataforma Sindical dos Professores também defende hoje o modelo de avaliação apresentado pelos sindicatos e destaca que "os professores continuarão a manter suspenso um modelo que só pode ser defendido e imposto por quem já pôs de lado o interesse da Escola Pública e o direito dos alunos a um ensino de qualidade".

PÚBLICO vence prémio de Excelência em Ciberjornalismo


O PÚBLICO ganhou os prémios de Ciberjornalismo, nas categorias de Excelência e Breaking News, atribuídos pelo Observatório de Ciberjornalismo, com o objectivo de reconhecer o que de melhor se faz nesta área.
Os prémios, atribuídos pela primeira vez este ano, foram anunciados no I Congresso de Ciberjornalismo, a decorrer no Porto.
Os vencedores foram escolhidos através de um processo que conjugou a decisão de um júri com uma votação online (80 e 20 por cento, respectivamente).
O PÚBLICO venceu duas das seis categorias a concurso: Excelência Geral em Ciberjornalismo e Breaking News, esta última pela reportagem vídeo realizada durante o assalto à dependência do BES, em Agosto.
A edição online do “Jornal de Notícias” venceu na categoria de Reportagem Multimédia, enquanto o site Portugal Diário foi distinguido na categoria de Videojornalismo, tendo o semanário “Sol” conquistado o prémio para Infografia Digital. O prémio de Ciberjornalismo Académico foi atribuído ao Jornal Porto Net, um jornal digital da Licenciatura em Ciências da Comunicação da Universidade do Porto.

Portugal perde poder de compra


Em relação aos parceiros europeus

Os portugueses perderam poder de compra entre 2005 e 2007 relativamente à média da União Europeia (UE), revelou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O Produto Interno Bruto (PIB) por habitante situou-se em 2007 nos 76,2 por cento em comparação com a média europeia. Em 2005, o poder de compra correspondia a 76,9 por cento da média da UE e em 2006 era de 76,4 por cento.
Esta a segunda queda consecutiva de Portugal no indicador calculado anualmente pelo Eurostat para avaliar o poder de compra dos países da UE, com o objectivo de estabelecer comparações sobre a riqueza “real” dos 37 países analisados.
A lista é liderada pelo Luxemburgo, país onde o poder de compra é mais de duas vezes (266,6 por cento) superior à média europeia, que assume um valor de 100 por cento. Na lista, que compara o poder de compra de 37 países europeus, Portugal figura em 22º lugar. Espanha apresenta um nível de riqueza seis por cento acima da média comunitária.
Entre os 15 países da Zona Euro, Portugal aparece em último lugar, seguido de Malta (77,4 por cento), Eslovénia (89,3) e Chipre (90,8 por cento).

Dream On - “Um musical numa viagem ao Sonho” subiu ao palco no Casino Estoril

  O 10º aniversário, da Associação Palco da Tua Arte, foi assinalado com um espectáculo cujo o título foi Dream On – “Um musical...