quinta-feira, novembro 25, 2010

Greve na RTP motiva queixas



Paralisação: Emissão foi assegurada com programas gravados

A adesão à greve geral de 80% dos funcionários da RTP levou a que "alguns trabalhadores fossem substituídos por empresas de outsourcing", revelou ao CM Clarisse Santos, secretária-geral do Sindicato dos Meios Audiovisuais.

A sindicalista adianta que a contratação das empresas Green e Retrato Andante "é ilegal e motivou uma queixa à Autoridade das Condições de Trabalho".
Durante o dia, garante ainda: "Houve falsos directos na informação, foram contactados jornalistas que estavam de folga para substituir os que aderiram à greve. Carlos Daniel apresentou o ‘Jornal da Tarde’, mas não estava escalado", exemplifica.
À porta da RTP, concentraram--se cerca de cem grevistas em sinal de protesto contra as medidas tomadas pelo Governo, como a "redução salarial e os cortes de subsídios de refeição", explicou Joaquim Gonçalves, do Sindicato dos trabalhadores das Telecomunicações e Comunicação Audiovisual.
Na redacção da televisão pública, os efeitos da greve eram notórios. "A maioria dos jornalistas da secção de Sociedade estava em greve, enquanto na secção de Política apenas estavam a trabalhar a chefia e um jornalista", revela o Sindicato dos Jornalistas.
"No Porto, a adesão é de 65%, na Antena 3, não houve noticiários, na Antena 1, está o director a fazer continuidade, na edição de informação, no vídeo móvel e na pesquisa de imagem, a adesão é de 100%. Não houve RTPN durante a noite e o programa ‘Bom Dia Portugal’ começou com 35 minutos de atraso", revela ainda Clarisse Santos.
José Marquitos, administrador do grupo RTP, saiu do edifício à hora de almoço, com um sorriso, e recebeu um comunicado entregue pelos piquetes de greve, disse ao CM um dos funcionários da casa. Mais tarde, foi a vez de José Alberto Carvalho sair com outros elementos da direcção de Informação, tendo sorrido para os grevistas.

AL-JAZEERA FILMA NA ESTAÇÃO DA CP DO ROSSIO

A Al-Jazeera foi uma das estações de televisão que decidiram cobrir a greve geral, deslocando profissionais para Lisboa. O canal árabe escolheu, tal como as suas congéneres espanholas, francesas, gregas e inglesas, uma das estações ferroviárias mais emblemáticas para dar a dimensão da paralisação geral contra as medidas de austeridade: a estação do Rossio. Transportes parados é uma das imagens de marca de greves, pelo que não foi com surpresa que a Refer e a CP constataram a presença de profissionais televisivos para fazerem planos da estação e dos comboios. Já aconteceu até com canais estrangeiros. Já menos habitual é haver um canal representativo do mundo árabe interessado em dar notícias sobre uma greve em Portugal e escolher a estação do Rossio para isso.

quarta-feira, novembro 24, 2010

Lusa: Piquete da manhã pára a 100%



Chefias e contratados são os únicos a trabalhar

O piquete de greve efectuado na agência Lusa esta manhã teve uma adesão de 100%. A informação foi avançada pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ), que adianta que apenas chefias e contratados a recibos verdes estão a trabalhar.

“Não há quaisquer jornalistas a trabalhar nas secções de Política e Cultura, e no Internacional/Lusofonia está presente apenas uma pessoa contratada a recibo verde. Nas secções Sociedade e País estão presentes apenas os respectivos editores, e na Economia estão a editora, um adjunto, um jornalista a prazo e outro a recibos verdes. Na Multimedia está o editor e um adjunto, no Desporto um editor, na Fotografia um editor adjunto e um jornalista a prazo e na Agenda o editor e um jornalista”, refere o SJ em comunicado.
A mesma nota revela que a “trabalhar, na sede, estão pessoas da Direcção de Informação e parte da chefia de Redacção”. Já em Coimbra “os quatro jornalistas pertencentes ao quadro da empresa estão em greve”, enquanto que no Porto “dos jornalistas do quadro, nove estão a trabalhar (incluindo chefias) e cinco em greve”.

Greve fecha escolas



Em Lisboa

A greve geral levou ao encerramento de várias escolas em Lisboa. Pelas 8h15 desta quarta-feira os alunos da Escola Básica Marquesa de Alorna foram impedidos de ter aulas devido à elevada adesão à paralisação de funcionários e professores. Igual situação foi vivida esta manhã na Escola secundária de Gil Vicente, onde um aviso informava sobre o fecho dos portões até pelo menos as 13h30. O encerramento resultou de "um número insuficiente de assistentes operacionais". Informou ainda a direcção da Gil Vicente que "a escola não pode garantir o acompanhamento e a segurança dos alunos".

Também a Escola Básica Nuno Gonçalves fechou hoje os portões. Diferente opção foi tomada nas escolas secundárias de Camões, Pedro V e Pedro Nunes, contudo, a elevada adesão à greve dos professores levou a que a grande parte das aulas não se realizasse.
Para as 11h00 desta quarta-feira, o dirigente da Fenprof, Mário Nogueira, irá fazer um primeiro balanço da adesão dos professores à greve, na escola Marquesa de Alorna.

Justiça: Sindicato fala em adesão de 85 a 90%



Há tribunais fechados a 100%

O sindicato dos funcionários judiciais avançou que a adesão à greve geral desta quarta-feira, às 10h00, se situava entre os 85 e os 90 por cento, sendo "muitos" os tribunais em que chegou aos 100 por cento.

Em comunicado enviado às redacções, o sindicato avança que a adesão foi de cem por cento em tribunais como Valença, Ponte da Barca, Amarante, Esposende, Resende, S. João da Madeira, Barcelos, Régua, Lamego, Famalicão, Póvoa do Lanhoso, Águeda, DIAP de Aveiro, Castelo Branco, Tribunal de Trabalho e Tribunal Administrativo de Viseu, Covilhã, Ministério Público de Oeiras, Benavente, Mafra, Cascais, Barreiro, Reguengos, Redondo, Santiago do Cacém, Beja, Olhão e Faro.
No mesmo comunicado, o sindicato dos funcionários judiciais avança que no Palácio da Justiça a adesão foi de 93 por cento, estando três juízos cíveis e quatro varas cíveis encerrados.
De acordo com o sindicato, por parte dos magistrados do Ministério Público, a adesão situa-se nos 87 por cento, e “muitos” tribunais encontram-se com serviços mínimos.
Quanto aos magistrados do Ministério Público que funcionam junto do Tribunal de Contas a adesão é de 100 por cento, enquanto que no Tribunal Constitucional dos quatro magistrados três estão em greve.
O presidente do sindicato dos Magistrados do Ministério Público, João Palma, avançou ainda que na Comarca do Baixo Vouga dos 58 magistrados 48 estão paralisados, no Tribunal da Relação do Porto 10 dos 13 magistrados aderiram ao protesto, enquanto que no Arquipélago da Madeira dos 22, 18 estão em greve.
O sindicato, segundo o seu presidente, Fernando Jorge, continua a actualizar os dados "embora com previsível dificuldade, atendendo ao elevado número de tribunais no País - cerca de 400 - e à dificuldade de contacto telefónico até porque a maioria dos telefonistas estão em greve".
A CGTP e a UGT realizam esta quarta-feira uma greve geral conjunta contra as medidas de austeridade, anunciadas pelo Governo em Setembro, que têm como objectivo consolidar as contas públicas, entre as quais os cortes de salários nos trabalhadores do Estado, o congelamento das pensões em 2011 e o aumento em dois pontos percentuais do IVA.
Esta é a segunda greve geral marcada pelas duas centrais. A primeira realizou-se há 22 anos contra o pacote laboral.

Linha de Sintra: Só houve ligações para Lisboa até às 09h45

Linha de Sintra: Só houve ligações para Lisboa até às 09h45



Na linha de Sintra

Foi sem surpresas que os utentes dos comboios da linha de Sintra acordaram para a greve geral desta quarta-feira.

Desde manhã cedo, a maioria dos comboios não circulou, mas os avisos de horários suprimidos não apanharam a maioria desprevenida, como o CM comprovou no local.
O movimento nas estações era visivelmente menor do que é habitual, e os que arriscaram chegar à capital de comboio resignaram-se a esperar nas plataformas pelas ligações que cumpriram os serviços mínimos.
Os balcões de atendimento encerrados e os parques de estacionamento meio vazios junto às várias estações ao longo da linha eram o efeito mais visível da paralisação durante a manhã.
Grande parte dos utentes optou por sair mais cedo de casa para garantir um lugar nos comboios que ainda fizeram a ligação até Lisboa, mas ainda havia quem esperasse mais de uma hora pelo comboio na estação do Cacém.
A última ligação da manhã partiu por volta das 09h45, e a maioria dos apeadeiros ficou vazio a partir dessa hora.
De acordo com informação disponibilizada nas estações, a circulação só volta a ser restabelecida pelas cinco da tarde.
Quanto ao trânsito automóvel no IC19, um dos habituais pontos de congestionamento, apesar das filas compactas, foram poucos os momentos em que os automóveis estiveram parados.

Greve afecta serviços públicos e privados



Centro

Na região Centro, a meio da manhã desta quarta-feira, a greve geral fazia sentir-se em todos os concelhos e sectores, desde a recolha de lixo ao ensino, passando pela Justiça e empresas privadas, segundo os sindicatos. No Tribunal Judicial Viseu só estão garantidos os serviços mínimos, as audiências de julgamento marcadas foram adiadas. Dos funcionários judiciais, 12 estão a trabalhar, três estão de baixa e 52 aderiram à greve.

No Hospital de Viseu, segundo a União de Sindicatos de Viseu, a greve dos trabalhadores auxiliares é de 70 por cento e dos enfermeiros é de 96 por cento.
Nos Transportes Transdev, em Viseu, a adesão é de 94 por cento.
O Sindicatos de Professores da Região Centro garante que às 10h30, 18 escolas secundárias estavam encerradas e a restantes com adesão à greve a rondar os 60 por cento. Na Escola de Viriato, em Viseu, os alunos em solidariedade com professores e funcionários fecharam a escola a cadeado. Na Escola Infante D. Henrique, os membros do conselho executivo estavam no portão para avisar os pais que não havia aulas.
A greve levou ao encerramento das Câmaras de Coimbra, Ansião e de Castelo Branco. Nas 14 Câmaras do distrito da Guarda, a adesão greve ultrapassa os 70 por cento.
Em Coimbra a adesão à greve é de 100 por cento na área da recolha de lixo. Na Câmara Municipal de Peniche, em Leiria, saiu apenas uma viatura.
A adesão é total nos hospitais Pombal, Tondela, Peniche, na Unidade Local de Saúde da Guarda, Seia, Coimbra e Psiquiátrico de Coimbra. No Hospital de Leiria associaram-se ao protesto 51 por cento dos trabalhadores, enquanto em Alcobaça são 43 por cento. Assegurados apenas os serviços mínimos.
A Câmara do Entroncamento solidarizou-se com a greve geral e com os seus funcionários, não realizando a cerimónia de aniversário da elevação a concelho, que se assinala hoje.
Em Castelo Branco, a adesão à greve na empresa Danone é de 56 por cento e na Paulo de Oliveira, na Covilhã, ronda os 70 por cento. Na empresa Vista Alegre, em Alcobaça, houve num turno a adesão de 100 por cento dos trabalhadores, enquanto noutro foi de 75 por cento.
Nas Caldas da Rainha, o movimento de clientes é reduzido na Caixa Geral de Depósitos. Na Segurança Social, onde o atendimento aparenta ser normal, devido à pouca adesão à paralisação, também não há filas para o atendimento. Pelo contrário, os serviços municipalizados e a tesouraria da Câmara Municipal estão encerrados. Os outros serviços funcionam a 50 por cento. O Ministério Público junto do Tribunal das Caldas da Rainha está encerrado. O serviço de Finanças está encerrado.
Em Leiria, a Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo e a EB 2 de Marrazes encontram-se fechadas. A Escola Secundária Afonso Lopes Vieira apresenta perturbações no funcionamento. Em Alcobaça, Marinha Grande, Nazaré e Pombal, Guarda, Almeida, Meda, Manteigas, Celorico da Beira, Fornos de Algodres e Seia, Covilhã e Castelo Branco também há escolas sem aulas.
A adesão à greve da maioria dos professores, aliada à falta de transportes públicos, levou suspensão de aulas em duas das três secundárias da Figueira da Foz, embora as escolas estejam abertas. Na secundária Dr. Joaquim de Carvalho, os mil alunos foram dispensados das actividades lectivas pelas 10h00, face à ausência da maioria dos 116 professores da escola. Na Bernardino Machado, metade dos 100 docentes não compareceu ao serviço e grande parte dos alunos também não foi às aulas, por falta de transportes públicos. Já na secundária Cristina Torres, a falta de transportes públicos levou a que poucos estudantes se dirigissem à escola, que, embora mantenha as portas abertas, não tem actividades lectivas devido à paralisação de funcionários e professores.
A greve geral impede a realização de julgamentos no Tribunal de Santarém, que se mantém aberto apenas para assegurar as diligências urgentes e os serviços mínimos. Segundo números fornecidos pela secretaria do Tribunal, dos 48 funcionários judiciais, 33 fizeram greve, nove compareceram no local de trabalho e quatro estão ausentes com falta justificada. A greve afecta os cinco juízos do tribunal, dois criminais e três cíveis.
Nos Bombeiros Municipais de Santarém, Cartaxo, Coruche, Tomar e Abrantes, verificam-se as médias de adesão na ordem dos 65 por cento.
No Parque Arqueológico do Vale do Côa, em Vila Nova de Foz Côa, dos 24 funcionários só um foi trabalhar.
Em Santarém, os transportes públicos estão a funcionar com relativa normalidade.

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