quinta-feira, dezembro 04, 2008

Ministério confirma maior greve de sempre


Educação. A "plataforma" fala num recorde: 94% de adesão à greve. O Ministério refere 61%, o que não deixa de ser a maior paralisação alguma vez assumida por um Governo. No braço--de-ferro, tudo igual: as partes trocam acusações de intransigência, mas declaram abertura para negociar

Ministério confirma maior greve de sempre

As contas, como tem sido hábito, não batem certo. De acordo com o Ministério da Educação, 61% dos professores participaram no protesto de ontem, parando 30% das escolas. Os sindicatos falam em 94%. Mas a conclusão não muda: a greve de ontem foi mesmo a maior de sempre, geral ou sectorial. Isto porque, se os dados da "plataforma" são recordistas, também não há registode um governo ter admitido mais de dois terços de adesão a uma greve.
Basta recordar que a 2 de Outubro, primeiro dia da greve da Função Pública convocada pela CGTP, o Governo falou em 11% contra 75% da central sindical. "Claramente, o Governo acaba por reconhecer que esta greve de professores foi a maior de sempre", disse ao DN João Proença, secretário-geral da UGT. "De resto, só há alguns anos começou a divulgar os próprios números, e sempre entre os 10% e os 15%".
Desta vez, o valor mais baixo que o ministério anunciou, com base nos dados às 11.00, foram 44,8% de adesão no Alentejo. No Norte, por outro lado, a tutela assumiu uns inéditos 90,4%.

"Não cedemos a ultimatos"

Estas são, no entanto, contas que o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, não terá considerado antes da conferência de imprensa que deu na 5 de Outubro, onde defendeu que apesar da "significativa" mobilização , "os objectivos traçados pelos sindicatos de professores falharam". De resto, a avaliar pelo discurso ministerial, nada do que se passou ontem justifica ponderar novos recuos.
De manhã, o outro secretário de Estado, Jorge Pedreira, tinha manifestado disponibilidade da tutela para prolongar por mais "alguns anos" o modelo simplificado do Governo - o tal que os sindicatos já recusaram. À tarde, Valter Lemos garantiu que, "como sempre", o ministério está "inteiramente disponível" para negociar e que é à posição de "intransigência" da "plataforma" que se deve o actual impasse.
Confrontado com o facto de, pela terceira vez num ano, mais de 60% dos professores se terem associado a essa "posição" sindical e de a suspensão já ter sido exigida em mais de 300 escolas e agrupamentos, o governante não desarmou: a lei "é para cumprir" e o Governo "não cede a ultimatos".
No que cada vez mais se assemelha a uma "conversa de surdos", os argumentos das partes não deixam de revelar uma notável coincidência. Cerca de hora e meia depois, Mário Nogueira considerou que os cerca de 132 mil professores que ontem fizeram greve reforçam a posição da "plataforma" para... negociar. Essa é, aliás, a grande vontade dos sindicatos, acrescentou, um processo de negociação "sério e aberto". "O ministério tem de aceitar negociar sem condições prévias, ao contrário do que tem feito, e ainda por cima colocando o ónus da intransigência nos sindicatos", acusou.
Para as 11 organizações reunidas na "plataforma", o reconhecimento de que esta foi "uma greve significativa" implica que se tirem as devidas consequências. E esperam que isso aconteça nos próximos dias, dado o "nervosismo" que detectaram nas palavras de Valter Lemos.

Após o humor Saramago anuncia o pessimismo


Lançamento. 'A Viagem do Elefante' em Lisboa

O Grande Auditório do Centro Cultural de Belém (CCB) não foi pequeno para as centenas de pessoas que estiveram no lançamento do último livro do Prémio Nobel português, A Viagem do Elefante, ontem ao fim da tarde. O próprio escritor lamentou que o violento mau tempo que antecedeu a cerimónia tivesse feito desanimar pessoas que gostariam de ali ter estado e, como quem não quer a coisa, recordou que no lançamento do mesmo livro em S. Paulo tinha mil pessoas a ouvi-lo.
Mesmo com um número de presenças inferior ao esperado, o editor Zeferino Coelho avisou que José Saramago não assinaria mais do que 200 livros (no Brasil foram 150), quantidade que era manifestamente baixa para a extensa fila de pessoas - mais do dobro - que já se tinham posto ordeiramente no salão à espera do seu autógrafo depois de uma salva de palmas que deu por terminada uma divertida sessão de duas horas.
Saramago esteve igual a si próprio e, apesar da estratégia combinada, na noite anterior, na sua casa, com os apresentadores da obra - António Mega Ferreira e Manuel Maria Carrilho -, o resultado foi bem diferente porque o Nobel não se calou durante 90% do tempo. Nada que importasse à audiência, que ouvia silenciosa e interessadamente as razões por ele apresentadas para estar vivo contra todos os prognósticos e que ria com as justificações para ter feito um livro tão divertido como A Viagem do Elefante. Se alguém pouco acostumado ao Nobel entrasse no auditório teria estranhado algumas das suas afirmações. Entre elas a de que, apesar de não ser medium, desconhece como o livro se materializou; que após a doença se surpreendeu com uma segunda revelação, a de uma linguagem que desaparecera de si há mais de 30/40 anos e a descrição de uma das suas memórias sobre os tempos mais complicados no hospital, de quando viu quatro pontos brancos...
Entre os que marcaram presença esteve o ministro da Cultura, Pinto Ribeiro, que partilhou com a assistência os recados dados por Saramago no que respeita às suas preocupações com a língua portuguesa - que é tão maltratada - e com a ausência de respeito pelos direitos humanos.
Para o final estava reservada uma surpresa quanto ao seu futuro como escritor ao anunciar que o próximo livro iria ser o oposto deste que estava a apresentar. Nada de humor - pelo contrário, será o mais pessimista possível porque "só os pessimistas é que estão preocupados com o estado a que chegou o nosso mundo".

domingo, novembro 30, 2008

Um ano de Google em Portugal


Empresa considera a crise uma oportunidade de negócio e continua a crescer

Google Maps e Google Transit foram apresentados na versão portuguesa.
O Google está a festejar um ano em Portugal. Apesar da crise mundial, a empresa parece não estar preocupada e continua a expandir-se por cá. Apresentou o Google Maps e o Google Transit em português, produtos feitos a pensar especificamente nos utilizadores nacionais.
“O balanço do primeiro ano em Portugal é muito positivo”, garante Paulo Barreto, director do Google Portugal. “A prioridade foi localizar os produtos para que os utilizadores portugueses usassem cada vez mais o Google e tem havido uma adesão espectacular. O Google.pt já é o site com mais utilizadores em Portugal e temos cinco sites no top 10 de utilização.”
A popularidade cresceu e as receitas têm vindo atrás. “Anunciantes não faltam. Do ponto de vista das receitas e da publicidade, temos crescido a um ritmo impressionante”, assegura o responsável. “Nós até vemos a crise como uma boa oportunidade. Por um lado, os utilizadores estão mais tempo em casa e são mais cuidadosos nas compras: usam mais o Google para comparar as diferentes alternativas. Por outro lado, os anunciantes querem ter uma publicidade mais direccionada, que não tenha desperdício.”

Lisboa ao pormenor
Em resposta ao êxito, têm surgido vários produtos em português. O Google Maps e o Google Transit arrancaram em versão beta. O primeiro projecto é um dos mais populares da empresa — ou não fossem “70 por cento das pesquisas no Google de carácter geográfico”. Vai permitir localizar endereços, hotéis, lojas, museus e muitos outros pontos num mapa detalhado de Lisboa, graças a colaborações com o Instituto Geográfico Português ou o Turismo de Lisboa.
Com o tempo, utilizadores e empresas vão fazer com que o Google Maps Portugal inclua cada vez mais informação e mais fiável. Mas as atenções parecem voltar-se sobretudo para o Google Transit. Lisboa é a segunda cidade europeia a estar no mapa e o Transit permitirá saber, por exemplo, como chegar do Cais Sodré a Alvalade a pé, de carro e de transportes públicos — inclui informações de autocarros, metropolitano, tarifas, tempos de espera e de deslocação, entre vários outros dados.

sábado, novembro 29, 2008

Neve corta estrada na Serra da Estrela


Autoridades apelam a condução cuidadosa

Pela primeira vez este Outono, a neve obrigou esta sexta-feira ao corte da estrada Piornos – Torre – Lagoa Comprida na Serra da Estrela.
Desde manhã que está a nevar com intensidade na Serra da Estrela. O Centro de Limpeza de Neve decidiu fechar a estrada pelas 15h30, quando a temperatura rondava os dois graus negativos.
Nas estradas onde é possível circular, as autoridades pedem a máxima precaução e apelam a todos os automobilistas, que se deslocam para aquela região, que levem correntes nas rodas, respeitem a sinalização e alertem a GNR no caso de actividades fora dos locais públicos e vigiados.
A queda de neve, acima dos 700 metros no Norte e Centro, deve manter-se até segunda-feira.

'West Side Story' estreia esta semana no Politeama

Musical. Filipe La Féria queria adaptar o clássico da Broadway para os palcos nacionais há vários anos. A antestreia está agendada para sexta-feira, pelas 21.30. Até dia 5 de Dezembro, a peça será apresentada aos patrocinadores numa série de sessões especiais com uma lotação limitada

Musical custou mais de 1,25 milhões de euros

Mais de meio século depois da estreia do original na Broadway, Filipe La Féria apresenta a sua versão de West Side Story sexta-feira, em antestreia no Teatro Politeama (em Lisboa). Durante uma semana, até 5 de Dezembro, a peça será apresentada a alguns patrocinadores, em sessões que ontem foram apelidadas de "estreias", numa conferência de imprensa. Contudo, também serão vendidos alguns bilhetes para estas sessões.
Transportar o clássico musical para os palcos portugueses não foi uma tarefa fácil. "Custou muito dinheiro", admite o encenador. "Para cima de 250 mil contos. Nem sei quanto é que isso é em euros", brinca, antes de sublinhar, num tom mais sério, que apesar de ter gasto mais de um milhão e 250 mil euros "não teve quaisquer apoios do Estado". Esta independência económica distingue as produções de La Féria de outras peças, dependentes de fundos públicos.
Mas o encenador admite que não poderia ter feito esta peça sozinho. Também "vive de alguns patrocínios de empresas", apesar de ser "patrocinada pelos próprios criadores", ou pela jovem equipa de actores e figurantes. Como é habitual, o elenco foi escolhido após uma série de audições abertas a qualquer pessoa. Desta vez, "foram apurados 54 cantores, actores, bailarinos e músicos", de entre mais de quinhentos candidatos.
Ricardo Soler, um dos protagonistas, foi descoberto nestas audições. "Vim com uma amiga minha, só mesmo para a apoiar", explica. "Depois decidi tentar também. Entretanto ela desistiu, mas eu segui em frente". Quando conseguiu o papel, já tinha participado na Operação Triunfo e integrava o elenco de Chamar a Música, apresentado por Herman José, mas não tinha qualquer experiência como actor.
Na peça, Ricardo é um dos actores que encarnam Tony, o antigo líder dos Jactos, um gangue branco. Partilha o papel com Rui Andrade. Maria, a sua amada e a irmã de Bernardo, o líder dos porto-riquenhos Tubarões, é interpretada por Cátia Tavares e Bárbara Barradas. O conflito entre as famílias destas personagens está no centro da história deste musical, que transporta a acção do Romeu e Julieta de Shakespeare para a Nova Iorque da década de 1950.
A ligação ao escritor inglês, foi um dos factores que levou o autor a adaptar a obra, que também traduziu. "Era um sonho meu desde que interpretei o papel de Romeu, com perto de 18 ou 19 anos", admite. "Sempre tive sempre este sonho de contar essa história, de fazer o Romeu e Julieta ou o West Side Story".
O sonho de Filipe La Féria traduziu-se num "grande espectáculo", que se estreia no final da semana no Politeama. Segundo o próprio encenador, o resultado final encontra-se ao nível de algumas produções internacionais. "No West End ou na Broadway raramente se vê um espectáculo com tanta qualidade".

‘West Side Story’ custa 1,5 milhões


Teatro: Musical estreia sexta-feira mas tem casa cheia até Maio

Perto de um milhão e quinhentos mil euros foi quanto custou a nova loucura de Filipe La Féria, ‘West Side Story – Amor Sem Barreiras’, que estreia sexta-feira no Teatro Politeama, em Lisboa, mas que já tem seis meses de "casas quase cheias" em reservas.
Em tempo de crise, o encenador – que está excluído da Lei de Mecenato por fazer teatro comercial e que não tem qualquer apoio do Estado – continua a contar com o público e diz que tem de agradecer aos patrocinadores e, sobretudo, aos actores, que durante os ensaios receberam metade do salário pa-ra que a produção pudesse continuar. Mas o futuro rima com optimismo.
"A qualidade vence sempre. Acredito que este espectáculo vai estar mais de um ano em cena", diz La Féria, que volta a apostar nas estrelas da casa: Anabela e Lúcia Moniz (que dividem o papel de Anita), Carlos Quintas ou Pedro Bargado, revelação de ‘Jesus Cristo Superstar’.
Estreado há 50 anos na Broadway, ‘West Side Story’ tem música de Leonard Bernstein e libreto de Stephen Sondheim, aqui traduzido pelo próprio Filipe La Féria. O encenador ainda se recorda da loucura que foi a estreia do filme homónimo, nos anos sessenta. "Foi toda a gente a correr aos Porfírios comprar jeans!"

Professores com vantagens face a restantes funcionários públicos


Ministra de Educação Explica Modelo de Avaliação

Falhou esta tarde a ronda de negociações entre a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e os representantes sindicais para viabilizar o modelo de avaliação dos professores, entretanto simplificado. Maria de Lurdes garante, em comunicado, que "este modelo protege os professores, dando-lhes condições mais vantajosas face à generalidade dos funcionários públicos, que não adquirem automaticamente condições de progressão com classificação isentas de quotas".
Salienta ainda a titular da pasta da Educação que 'neste período transitório existe uma vantagem adicional para os professores, que decorre da não aplicação de efeitos das classficações negativas'.
Um entendimento diferente sobre a avaliação possuem os sindicatos. No braço-de-ferro entre Governo e professores, Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos (Fenprof) reclamou no final da reunião a demissão da ministra. Por sua vez, o secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos de Educação, João Dias da Silva, espera para quarta-feira a realização da maior greve de sempre de professores.
Contudo para o secretário de Estado da Educação, Jorge Pedreira, as negociações falharam por responsabilidade dos sindicatos.
Jorge Pedreira referiu que concluídas as negociações com os sindicatos não foi encontrada qualquer saída para a recusa dos professores em serem avaliados pelo modelo simplicado porque 'os professores não deram nenhuma contribuição e continuam no mesmo ponto onde estavam, inflexíveis, irredutíveis, dizendo que se não houver suspensão não há possibilidade de negociação'. Também, Mário Nogueira classificou a reunião com a ministra como uma fracasso, acusando Maria de Lurdes Rodrigues de possuir 'a obsessão de que quem não está com o seu modelo está de má fé'.
Mário Nogueira defendeu então 'que se demita a srª ministra da Educação' e apelou aos professores para uma adesão a 100% à greve de quarta-feira.
Jorge Pedreira sublinhou que os sindicatos 'já não falam de nada do que estava a ser negociado', exigindo agora negociar 'a categoria de avaliação do professor titular e a existência de quotas'.
Mário Nogueira confirmou que para além do pedido de suspensão do modelo de avaliação simplificado, os sindicatos defendem também a revisão do estatuto de carreira docente e o abandono pelo Governo da medida que visa aplicar um sistema de quotas nas escolas. 'Os professores são um corpo especial da administração pública e por isso não se pode aplicar o regime geral', sublinhou.

Dream On - “Um musical numa viagem ao Sonho” subiu ao palco no Casino Estoril

  O 10º aniversário, da Associação Palco da Tua Arte, foi assinalado com um espectáculo cujo o título foi Dream On – “Um musical...