Educação: Relatório apresentado pela OCDE analisou 70 países
Os alunos portugueses recorrem mais à internet em casa do que nos estabelecimentos de ensino, apesar de Portugal deter uma das percentagens mais elevadas de acesso à internet nas escolas, revela o relatório do Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes, divulgado ontem pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
De acordo com o documento, 98% dos 6200 estudantes inquiridos dispõem de um computador em casa (mais 41% do número de alunos registados entre 2000 e 2009). Para João Grancho, presidente da Associação Nacional de Professores, "este é um indicador positivo", que "resulta de um esforço desenvolvido durante os últimos anos". No entanto, não é sinónimo de sucesso escolar. "Estou convencido que o grande número de horas de acesso à internet não será para fins educativos mas sim recreativos". Como tal, "é necessário capacitar os alunos para o exercício adequado das buscas na internet, ensiná-los a conciliar a utilização livre com uma utilização que acrescente valor ao plano da aprendizagem, o que representa um desafio para toda a comunidade escolar". O relatório avança, ainda, que do universo dos 70 países alvo de estudo, Portugal ocupa o 1º lugar na percentagem de alunos que afirmam poder realizar uma apresentação multimédia (mais de 70 %), o que, segundo João Grancho, "reflecte a aposta na aquisição de competências digitais dos alunos". "Hoje privilegia-se a apresentação dos trabalhos com base nas novas tecnologias. No entanto, há o perigo de sobrepor as tecnologias ao processo de ensino, prejudicando a criatividade", adverte.
NORUEGA TEM ACESSO QUASE UNIVERSAL
Tendo em conta que o acesso às novas tecnologias é um dos indicadores de desenvolvimento social, o relatório do Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes evidencia as disparidades ao nível da acessibilidade entre os 70 países alvo de estudo. Como tal, enquanto na Noruega e Finlândia há um acesso quase universal à internet, o mesmo não acontece na Indonésia, onde apenas dez por cento dos estudantes inquiridos o podem fazer.
No entanto, o relatório ressalva que em países como Portugal, o uso da internet na escola, maioritariamente utilizada por alunos mais desfavorecidos, "compensa a falta de disponibilidade de computador em casa".
No entanto, o relatório ressalva que em países como Portugal, o uso da internet na escola, maioritariamente utilizada por alunos mais desfavorecidos, "compensa a falta de disponibilidade de computador em casa".
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