segunda-feira, junho 07, 2010

TAP não vai reflectir no preço dos bilhetes prejuízos da nuvem

O vice-presidente executivo da TAP declarou que a companhia não vai reflectir nos preços dos bilhetes os prejuízos resultantes da nuvem de cinzas que, em finais de Abril, parou os voos durante quase uma semana.
"Por causa, especificamente, do problema da cinza vulcânica não haverá passagem desse fenómeno para o preço dos bilhetes, porque o preço decorre de uma concorrência. Existe uma oferta imensa no quadro mundial e europeu e uma guerra tarifária bastante grande e os preços já são bastante comprimidos", disse Luiz Gama Mór à Lusa.
A TAP estima em mais de 12 milhões de euros os prejuízos que sofreu devido à crise da nuvem de cinzas lançadas por um vulcão islandês. Após o fim da crise, ou seja, quando os voos foram retomados, a Imprensa económica europeia deu conta de que algumas companhias estavam a aumentar os preços das tarifas entre a Europa e os Estados Unidos da América em cerca de 20%.
Luiz Gama Mor reafirmou que isso não vai acontecer na TAP e diz mesmo que o preço nem sempre reflecte o custo real. "Infelizmente o preço não tem a ver com o custo. Eu gostaria muito de poder apresentar uma estrutura de custos, acrescentar uma margem e dizer que o preço vai ser este porque me custa isto.
O mercado é muito competitivo e o preço é uma condição de mercado. Portanto, em diversos momentos as companhias cobram mais barato do que custa. Não é à toa que se verificam os prejuízos das empresas", sublinhou.
A nuvem de cinzas vulcânicas "não traz qualquer interferência com preço de forma directa. O facto de termos tido uma despesa maior não passa para o preço", reforçou.
Questionado sobre onde é que a TAP vai sofrer o impacto dos prejuízos, Luiz Gama Mor respondeu: "No bolso. Na verdade essa redução de receitas é importante para nós. Temos que buscar maior qualidade de receita, mais receita e redução do custo".
O mesmo responsável explicitou que se trata de redução "de custos estruturais" e não "operacionais".
"Quando falo em redução de custos falo de custos estruturais, não custos variáveis de voo. Cabe-nos aproveitar a oferta toda colocada e ter a maior receita possível". "Depois temos trabalhos bastante fortes de redução do custo dentro da empresa, e isso para nós hoje é uma cultura", frisou.
Sobre preços, aliás, Gama Mor diz que a tendência é para uma descida.
"A dinâmica do preço tem sido decrescente. Seja qual for a sequência histórica que se veja, o preço do transporte aéreo está cada vez mais barato. E diria, infelizmente para nós, que isso é inexorável", disse o vice-presidente executivo, que tem o pelouro da área comercial.
"Essa é a realidade com que se conta de orçamento para orçamento: prevê-se sempre uma queda da tarifa média por cada passageiro", disse.

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