segunda-feira, junho 14, 2010

Euforia das multidões obriga noivos a fugir

Santo António Praça do Comércio, 01.10. A tranquilidade daquele imenso espaço contrastava com a loucura dos bairros mais típicos, mas eis que ao fundo surgem dois vultos a correr em direcção ao rio Tejo. Um branco, outro muito escuro... Não havia dúvidas: eram noivos. De Santo António. Quando se aperceberam da presença da equipa do DN, ainda que um pouco longe, gritaram: "Estamos a fugir das pessoas!" Já mais perto, Rui Almeida e Tânia Magina apresentaram-se e explicaram que já vinham a ser "assediados" desde a Avenida - local onde desfilaram: "Não conseguimos dar dois passos seguidos", disseram os recém- -casados à procura de sossego.
E não é de estranhar. Sossego era um bem raro nos principais bairros da cidade de Lisboa. Desde a Bica até à Sé, passando pelo Campo das Cebolas, o ambiente era de euforia total. A principal noite das festas de Santo António trouxe às ruas muitos lisboetas e também estrangeiros curiosos com esta tradição tão genuína. A italiana Caterina Basile explica o interesse dos que vêm de fora: "É maravilhoso estar numa capital europeia que conserva a sua essência e tradições."
Quem chegava à Bica pelo Calhariz não podia virar a cara às primeiras bancas. Os vendedores pareciam canários gigantes, ou não fossem eles brasileiros trajados a rigor com o equipamento da sua selecção. Ivelise Moura, baiana residente em Portugal há três anos, lembrou as parecenças entre esta festa e a brasileira: "É mais calmo que o nosso carnaval, mas isso tem coisas boas e outras ruins."
Mais abaixo, seguindo a linha do ascensor, a festa ia ficando cada vez mais portuguesa e as ruas mais intransitáveis. Tirar uma simples fotografia era um desafio. A esta altura, a Bica já se tinha apresentado e faltava ainda sentir o calor dos outros bairros da capital.
Cerca das 02.00, algumas pessoas abandonam a concorrida Alfama. Mas aquilo que poderia sugerir o fim da noite não passou de uma ilusão. A festa no bairro vencedor desta edição das marchas de Lisboa ainda durou até ao nascer do dia. E às 06.00 eram muitos os que queriam ficar mais um pouco.
Apesar da confusão, fonte da PSP assegura que tudo correu bem: "Até às 08.30 não aconteceu nada de anormal, exceptuando alguns casos de álcool em excesso."

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