quarta-feira, outubro 13, 2010

Portugueses pouco hostis ao aumento da idade de reforma



Pessimismo

Desconfiança crescente na capacidade da Segurança Social para garantir as reformas pauta a atitude dos trabalhadores

Só dois em cada dez portugueses sabem qual será o seu rendimento quando se reformarem, sendo, no contexto do países da Europa Ocidental, os menos informados sobre o tema. A conclusão é do Axa Barómetro Reforma 2010, que indica, ainda, que só 34% dos inquiridos pensa, no entanto, que o montante que vai receber neste período será suficiente. Um valor 7% abaixo do último inquérito, realizado em 2005.
"Pessimismo e indecisão" são os adjectivos que caracterizam o modo como os portugueses se posicionam perante o tema da reforma. Pessimismo porque, indica o barómetro, a que o DN teve acesso, há uma "desconfiança crescente" na capacidade da Segurança Social de garantir as reformas e, consequentemente, duvidam da qualidade de vida que terão nessa altura. Indecisão porque, apesar disso, os portugueses não sabem bem como planear a reforma.
Uma coisa é certa. Estão plenamento conscientes de que terão de trabalhar mais anos, já que a idade legal da reforma é agora de 65 anos. Curiosamente, o inquérito indica que os portugueses estão "mais conformados" com este aumento da idade da reforma, já que, "apesar de mais de metade dos trabalhadores continuar contra o actual limite etário, o grau de desaprovação diminuiu cerca de 16% face a 2007", refere o estudo.
Mais. Portugal "é um dos países menos hostis ao aumento da idade da reforma": 55% são contra enquanto a média de desaprovação na Europa Ocidental é de 62%.
Para Paulo Bracons, director- -geral de Marketing da Axa Portugal, estes dados denotam, por um lado, a falta de informação dos portugueses sobre a reforma e quanto irão ganhar, a par de uma atitude mais "conformista e passiva" habitual no povo português. Por outro lado, o contexto macro-económico e as contínuas alterações no sistema de reforma contribuem, refere o relatório, para que tenham muito mais preocupações face à qualidade de vida neste período da vida.
Apesar de continuarem a encarar a reforma como uma "fase positiva" em que podem "desfrutar da família e dos prazeres da vida", há um elevado número de inquiridos, quatro em cada dez, que admite encarar este período como uma oportunidade para começar um novo emprego.
E se é verdade que quase metade dos reformados - 47% - se mostram satisfeitos com a sua situação, considerando o valor da sua pensão suficiente, não deixa de ser curiosa a falta de confiança dos trabalhadores na capacidade do Estado em garantir a sua reforma futura. Três em cada dez jovens da população activa acreditam mesmo que terão de contar apenas com os seus próprios rendimentos quando lá chegarem.
A "degradação do sistema de pensões" é o que leva os trabalhadores europeus a começar a preparar a reforma antecipadamente, mas só em Portugal é referido, para além disso, "a influência da crise económica e financeira". Só 40% dos portugueses começaram já a preparar-se para a reforma, um indicador que tem mantido estável, refere o barómetro da AXA, desde 2004. O País está na média europeia, mas Paulo Bracons admite que a "estagnação económica" da última década não tem ajudado.

Funcionários das empresas públicas dizem 'sim' à greve



PEC III

Transportes, banca, correios e comunicação social do Estado vão parar em protesto contra novas medidas de austeridade

Os trabalhadores do sector público empresarial do Estado preparam-se para ajudar na paralisação do País na greve geral de dia 24 de Novembro. A maioria dos sindicatos e comissões de trabalhadores do sector dos transportes (CP), correios (CTT), banca (Caixa Geral de Depósitos) e até os órgãos de comunicação social do Estado(Lusa e RTP) já decidiram que não vão trabalhar, em protesto contra as medidas de austeridade do chamado PEC III.
Os trabalhadores da agência noticiosa Lusa decidiram ontem em plenário aderir à greve para mostrar "repúdio pelo corte nos salários imposto pelo Governo e pela política de gestão da empresa, que tem acentuado as desigualdades entre os trabalhadores". Segundo notícia lançada pela própria Lusa, entre 2000 e 2010, os funcionários da agência perderam 3,7 pontos percentuais do poder de compra.
Na RTP ainda não há nenhuma decisão formal, mas tudo aponta para a greve. Ainda hoje, o Sindicato dos Meios Audiovisuais (SMAV), um dos 15 que representam os funcionários da empresa, irá reunir para tomar uma decisão. Uma atitude que terá de ser seguida por cada um dos sindicatos que, depois, terão de reunir-se todos e, finalmente, fazer um plenário conjunto. Só aí haverá uma decisão.
Também nos CTT, segundo o presidente da comissão de trabalhadores, José Rosário, apesar de ainda "não ter sido decidida formalmente a presença na greve", está "tudo inclinado para que seja essa a decisão". As reduções dos salários e o congelamento da progressão na carreira estão na base do descontentamento.
A perspectiva do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo CGD (STEC) é também de que "a greve na Caixa vai ser um êxito". O presidente do STEC, João Lopes, diz que "não se pode permitir que sejam os funcionários públicos a pagar a crise".
Nos caminhos-de-ferro (Re- fer e CP) a perspectiva é também de que exista uma grande adesão à greve. José Manuel Oliveira, membro da direcção do Sindicato Nacional dos Transportes e Serviços Rodoviários, afiança que as "comissões de trabalhadores têm manifestado apoio à greve". Admite que "o corte nos salários" ou o facto de "ser certo que não há aumentos no próximo ano" contribuíram para a decisão de avançar para a greve geral.
Apesar de existirem sindicatos do sector que defenderam ontem a greve numa reunião intersindical , não é certo que haja greve geral na TAP. A comissão de trabalhadores da transportadora aérea, segundo explicou ao DN um dos membros da direcção, decidiu ouvir primeiro o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça. Só depois decidirá se avança ou não para a greve geral.

Polícias descontentes ponderam formas de luta



Protestos

Guarda Prisional, SEF e ASAE decidem amanhã se aderem à greve geral. PSP e GNR não podem fazer greve, mas os sindicatos já falam em juntar-se a acções reivindicativas

"Este é o pior momento histórico para as forças de segurança", comenta ao DN Paulo Rodrigues, o presidente da maior estrutura sindical da PSP, a ASPP/PSP. O plano de austeridade anunciado pelo Governo, com os cortes salariais de 3,5% a 10% a partir de vencimentos brutos superiores a 1500 euros, "vai afectar 18 mil em 22 mil agentes da PSP", adianta o dirigente. "Na PSP, mas também na GNR, os salários assentam em vários subsídios e suplementos. Estes cortes só não afectam os agentes nos primeiros e segundos escalões." Paulo Rodrigues vai mais longe: "Algumas medidas podem vir a fragilizar a segurança do País." E explica: "A PSP está cada vez mais envelhecida e a carreira tornou-se pouco atractiva. Já em 2008 havia falta de candidatos para o número de vagas e a PSP até foi obrigada a reduzir a idade de admissão dos 21 para os 19 anos." Preocupações que a ASPP/PSP vai trazer para a mesa no encontro agendado para amanhã com a tutela. "A PSP e a GNR não podem aderir à greve geral de 24 de Novembro mas as suas estruturas sindicais podem juntar-se a outras manifestações ou até organizar protestos próprios", sugeriu. Uma ideia também partilhada por José Manageiro, presidente da maior estrutura sindical na GNR, a APG (Associação dos Profissionais da Guarda). Numa reunião que decorreu ontem com o comandante- geral da GNR, Nélson dos Santos, a APG e a Associação Nacional dos Sargentos da GNR admitiram realizar protestos conjuntos com outras forças de segurança e participar em manifestações organizadas pelas centrais sindicais. Sobre o plano de austeridade, José Manageiro adiantou à Lusa que o congelamento das promoções vai afectar cinco mil militares que esperam há dois anos para ser promovidos. Também ontem de manhã decorreu uma reunião sindical conjunta entre sindicatos da PSP como a ASOP (Associação dos Oficiais da PSP), o SPP, o Sinapol e o Sup, com dois da GNR (As Associações de Sargentos da Guarda e Oficiais da Guarda). Exortam a tutela a aplicar os estatutos "que deviam ter entrado em vigor a 1 de Janeiro de 2010" e a "não congelar os novos ingressos na PSP e GNR", resumiu ao DN Hélder Andrade, presidente da ASOP.
PSP e GNR não podem fazer greve mas outras forças de segurança como ASAE, SEF e Guarda Prisional podem. Os guardas prisionais vão decidir já na quinta-feira se participam pela primeira vez numa greve geral na reunião da Comissão Coordenadora Permanente dos sindicatos das forças de segurança, coordenada por Paulo Rodrigues, com a CGTP. "Seria a nossa primeira greve geral. É uma possibilidade", disse ao DN o presidente do sindicato da guarda prisional, Jorge Alves. São 4400 guardas prisionais, "na maioria afectados pelas medidas de austeri- dade". Quinta-feira será o dia de todas as decisões, também para os dirigentes sindicais que representam os investigadores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e os inspectores da ASAE. Caso estas três forças de segurança decidam aderir à greve geral, o Governo poderá ter de recorrer ao instrumento da requisição civil, para assegurar os serviços mínimos de actividades fundamentais.

Operação de resgate já retirou 10 mineiros



Chile

Momentos de grande emoção no Chile. Acabou de ser resgatado o nono mineiro, Mário Gomez Heredia, da mina de São José. Tem 64 Anos e é o mineiro mais velho do grupo de 33 mineiros soterrados desde 5 de Agosto na mina de Atacama. Claudio Yánez chegou à superfície em oitavo lugar. Florencio Avalos, de 31 anos, foi o primeiro.

Nove dos 33 mineiros encurralados desde 05 de Agosto, a 700 metros de profundidade, numa mina do Chile foram resgatados e recebidos com grande júbilo, fortes abraços, "vivas" e lágrimas.
Mário Gomez Heredia foi o nono mineiro a ser resgatado da mina chilena. Antes dele saíra Claudio Yánez.
José Ojeda Vidal foi sétimo na operação de resgate. Antes tinha sido a vez de Osmán Araya Acuna, de 30 anos a ser trazido à superfície em sexto lugar.
Para a subida dos mineiros está a ser usada uma cápsula, a Fénix 2, com quatro metros de altura e um diâmetro um pouco mais largo do que um corpo humano, com rodas retráteis para guiar o movimento da cápsula até à superfície.
Florencio Avalos, de 31 anos, foi o primeiro mineiro a chegar à superfície, eram precisamente 4h10 da manhã em Portugal. Uma sirene anunciou uns minutos antes que a cápsula estava a chegar cerca de 20 minutos depois de ter deixado as profundezas da mina. O Chile chorou de emoção, numa noite que promete ser longa, mas que para já tocou no coração de todos os chilenos. 69 dias depois, o primeiro mineiro chegou a terra.O segundo chegou às 5h10 da manhã e o terceiro uma hora mais tarde.
Carlos Mamani foi o quarto a ser salvo. Jimmy Sánchez foi o quinto e o seu salvamento foi completado às 8:10.
Quando Jimmy Sánchez, de 19 anos foi resgatado o seu pai afirmou à AFP: "a 5 de Agosto estava a perder um filho, agora estou a ganhar um homem".
Assim que Florencio saiu da cápsula, de óculos escuros, abraçou a mulher e o filho Byron, de sete anos. Ouviram-se aplausos, deitaram-se lágrimas, seguiu-se um abraço sentido ao presidente chileno e a vários elementos da equipa de resgate. Bem disposto, Francisco Avalos foi encaminhado depois para um hospital para ser observado. A cena repetiu-se às 5h10, quando o segundo mineiro, Mario Sepulveda, de 39 anos, chegou a terra. O terceiro homem saiu da cápsula às 6h09.
A cápsula desceu para ir buscar o primeiro mineiro eram sensivelmente 3h30 da manhã. Manuel González, da equipa de resgate, chegou ao sítio onde estão os mineiros, abraçou-os e deu-lhes instruções sobre como seria o resgate.
Apesar de algumas informações oficiais no sentido de a operação ter início às 0h00 portuguesas, a verdade é que a logística em torno do salvamento dos 33 mineiros só começou cerca da 1h30 da manhã, com a descida da cápsula que ia trazer os mineiros à superfície para fazer vários testes.
A cápsula "Fénix 2" iniciou a fase de testes pelo canal escavado para resgatar os mineiros chilenos, que há 69 dias estão retidos a 700 metros de profundidade. Primeiro, a cápsula desceu até aos 65 metros e voltou a subir até aos 45 metros para testar o desgaste da cápsula.Depois voltou a descer aos 464 metros, outro ponto do trajecto considerado decisivo.Estes testes vão duraram cerca de uma hora.
Os 33 homens, 32 chilenos e um boliviano, estão retidos há mais de dois meses a cerca de 700 metros de profundidade na mina de ouro e cobre San José, localizada na região de Atacama (Norte).
Os mineiros serão trazidos para a superfície um a um, numa gaiola metálica introduzida num dos três furos de evacuação que foram perfurados.
A operação de resgate é delicada e poderá durar até dois dias, segundo as autoridades chilenas, que explicaram que o salvamento de cada mineiro poderá durar mais de uma hora, incluindo a preparação de cada mineiro e a viagem até à superfície.
Para esta operação, os mineiros foram sujeitos, na semana passada, a treinos de uma hora por dia para suportarem o confinamento extremo na cápsula, e conseguirem lidar com a comunicação social ao chegarem à superfície.
As primeiras previsões apontavam que o resgate só seria possível em Dezembro, perto do Natal.
Os 33 homens, 32 chilenos e um boliviano, estão retidos há 69 dias a cerca de 700 metros de profundidade na mina localizada na região de Atacama (Norte).

O resgate dos mineiros visto por uma portuguesa no Chile

Luz Gomes, uma portuguesa residente no Chile, acompanha, no DN.pt, o resgate dos 33 mineiros presos há mais de dois meses na mina de San José.

05h10


Mario Sepulveda chega à superfície 01.09 (hora chilena)


03h38

O primeiro socorrista chegou ao refúgio onde estão os 33 mineiros. Demorou 16 minutos. Estão todos bem.


02h00

Desceu a cápsula para a primeira prova. Entretanto já subiu. Procederão a duas provas mais.


00h20

Nos cafés e mercearias, aqui em Santiago, as televisões estão ligadas. As últimas notícias referem que o resgate dos 33 mineiros vai atrasar-se mais duas horas e acaba de ser publicada a lista oficial com a ordem em que vão sair da mina, embora a última avaliação dependa dos médicos que também integram as equipas de resgate. Nota-se um ambiente de saturação de quem assiste pela TV a esta operação. Nunca mais saem! As famílias dos mineiros desdobram-se em declarações, o Presidente Piñera também está no local e já falou, os artistas mandam cumprimentos e até o treinador da selecção de futebol chilena já enviou felicitações e palavras de coragem.

23h40

Confirmam-se os primeiros mineiros em sair: Ávalos, Sepúlveda, Illanes e Namani. Fazem-se as últimas inspecções à cápsula e confirma-se que o presidente boliviano estará no Chile para visitar o mineiro boliviano no hospital.
Parece também confirmado que não se transmitirá a saída ao vivo dado que algum mineiro pode chegar à superfície com descompensações.

21h10

Santiago fica a 840 km de Copiapó. Aqui, vamos assistindo pela televisão ao desenrolar dos acontecimento e os jornalistas contam que há mais de 30 mil pessoas a querer assistir in loco ao resgate dos 33 homens. Está montado um
écran gigante no local e também se diz que o presidente da câmara local quer nomeá-los "ilustres filhos da terra" no dia da cidade em Dezembro. São 17 horas, ainda faltam 180 minutos.

20h46

As celebrações já estão a começar. A expectativa é muita e Copiapó está em festa. As ruas estão a ser decoradas para receber os "heróis do bicentenário" e as igrejas preparam-se para repicar os sinos. Até os vendedores ambulantes já
vendem novas bandeiras... uma réplica da bandeira de Copiapó com o número 33, e a bandeira do Chile dedicada aos mineiros. Os responsáveis pelo resgate continuam os ensaios e os presidentes do Chile e da Bolivia já se preparam para receber os mineiros.

17h59


Sou portuguesa (de Monção), tenho 24 anos e escrevo desde Santiago do Chile onde moro e trabalho há dois anos. Aqui sou assistente de Microeconomia na Universidad Arturo Prat, estudante de Estudos Europeus da Universidade Aberta e actualmente estou a criar uma empresa de representações.
Nestes últimos meses, aqui, no Chile, assisti a dois acontecimentos que colocam o mais comum dos mortais à prova: no final do mês de Fevereiro o terramoto e o tsunami que arrasaram com boa parte da costa central. E, em Agosto, a triste notícia dos 33 mineiros que ficaram soterrados na Mina San José.
Hoje, a poucas horas do resgate dos 33 mineiros, os sentimentos das pessoas são paradoxais. O país vive e revive estes últimos dois meses a toda a hora, e os olhares estão todos fixos em Copiapó e nas transmissões televisivas em
directo. A luta pela sobrevivência destes homens converteu-se num reality show e o país passou de 17 milhões de pessoas a 33 pessoas... A agenda do presidente e da mulher foram completamente alteradas e todas as visitas ao exterior foram adiadas sem data prevista.
Não se fala de nada a não ser dos mineiros... o terramoto e as suas vítimas ficaram para trás, as centenas de casas que estão por reconstruir seguem derrubadas... e as pessoas que não têm tecto para dormir, continuarão, por agora, sem o ter. O momento é deles, dos que vão nascer outra vez.

terça-feira, outubro 12, 2010

Corte nos salários da função pública gera poupança máxima de 800 milhões



Orçamento do Estado

O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, concretizou hoje os valores da poupança que estima vir a atingir com as medidas de austeridade anunciadas a semana passada pelo primeiro-ministro.

Segundo o ministro, a redução de cinco por cento aplicada aos salários mais elevados deverá permitir poupar cerca de mil milhões de euros. Porém, a redução entre 3,5 e 10 por cento nos salários dos funcionários públicos e do sector empresarial do Estado conduzirá a uma quebra de mais de 200 milhões nas receitas de IRS, o que significa que a poupança líquida conseguida não irá além dos 800 milhões de euros.
No final do Conselho de Ministros que serviu para aprovar alguns dos decretos-lei que darão corpo aos cortes na despesa, Teixeira dos Santos precisou que os cortes salariais na Administração Pública permitirão ao Estado encaixar 850 milhões de euros, valor que se aproximará de um milhão de euros se for contabilizada a poupança conseguida com a redução dos vencimentos no sector empresarial do Estado. Porém, o ministro fez as contas e, assumindo uma taxa média de 20 por cento, alertou que a esse valor têm que ser retirados mais de 200 milhões de euros de impostos que os trabalhadores deixarão de descontar.
Teixeira dos Santos garantiu ainda que a suspensão do aumento de 25 por cento nos escalões mais baixos do abono de família e o corte dos 4º e 5º escalões implicarão uma redução de 250 milhões de euros nos gastos da Segurança Social.
O aumento de um por cento da contribuição para a Caixa Geral de Aposentações economizará outros 140 milhões.
Pela redução das ajudas de custo e subsídios de transporte, redefinição de trabalho extraordinário e nocturno, Teixeira dos Santos estima uma poupança entre os 50 e 60 milhões.
O ministro das Finanças anunciou ainda outras medidas aprovadas no Conselho de Ministros no mesmo espírito de contenção. Foi decidida a extinção do subsistema de Saúde do Ministério da Justiça e consequente transferência de trabalhadores e aposentados para o sistema ADSE. E reduziu-se o limite máximo de sete para cinco dos membros dos conselhos de Administração dos Hospitais (E.P.E.).

Concursos para admissão de pessoal na função pública vão manter-se



Governo limita negociação salarial

O secretário de Estado da Administração Pública garantiu hoje que os concursos externos autorizados para admitir funcionários públicos são para prosseguir, esclarecendo que o despacho publicado na sexta-feira passada apenas estabelece limites aos salários.

Segundo Gonçalo Castilho dos Santos, deixa assim de ser possível haver uma negociação “para níveis remuneratórios acima da primeira posição dessas carreiras”.
Os concursos de admissão de pessoal devem prosseguir “desde que devidamente autorizados”, garantiu o governante.
Em causa está o despacho que entrou em vigor na passada sexta-feira e que prevê a anulação dos concursos para mudança de categoria que ainda não tenham sido homologados.
Mas o travão não se dirige apenas a estes concursos. Quando um funcionário mudar de serviço por mobilidade interna, o salário não poderá ser superior ao que recebia no serviço de origem e nos concursos para recrutamento onde pode haver negociação o salário oferecido pelo dirigente não pode, em regra, ultrapassar a primeira posição remuneratória e no caso das carreiras especiais de inspecção não pode ir além da terceira posição. Caso se trate de trabalhadores com vínculo ao Estado não poderão receber nem mais um cêntimo.
Desta forma, o Governo acaba por suspender a negociação salarial e, ao mesmo tempo, desincentivar a mobilidade, já que os trabalhadores não terão qualquer benefício salarial ao mudarem de serviço. Ao mesmo tempo poupa nas despesas com pessoal, já que as mudanças de categoria implicam sempre ganhos salariais para os trabalhadores.

Trabalhadores da Lusa aderem à greve geral de 24 de Novembro



Exigem a estabilidade financeira da agência e melhores salários

Os trabalhadores da agência noticiosa Lusa vão estar em greve a 24 de Novembro contra os cortes salariais anunciados pelo Governo para o próximo ano e a “política de gestão da empresa”, que consideram ter vindo a acentuar as desigualdades entre funcionários.

Depois de um plenário realizado hoje, os trabalhadores aprovaram uma resolução na qual exigem “uma gestão mais prudente e equilibrada, que salvaguarde a estabilidade financeira da Lusa”, bem como “uma gestão de recursos humanos que progressivamente corrija as desigualdades remuneratórias introduzidas na Lusa nos últimos quatro anos”. Segundo um comunicado a divulgar a resolução, à administração é ainda pedido o “cumprimento rigoroso das regras laborais consagradas no Acordo de Empresa e no Código de Trabalho”.
Perante a falta de resposta, até agora, a estas exigências, o Sindicato dos Jornalistas e o Sindicato dos Gráficos e Imprensa anunciam uma greve para dia 24 de Novembro, dia da greve geral agendada pela CGTP e UGT.
O Sindicato dos Jornalistas já reagiu em comunicado aos cortes salariais previstos na Lusa mas também na RTP, exortando todos profissionais da agência noticiosa e da estação pública a “resistir às ofensivas das administrações e do Governo”.
A estrutura sindical critica que as administrações da Lusa e RTP reconheçam os trabalhadores como sendo do sector público “quando se trata de diminuir-lhes os direitos e os salários, mas argumentam com a autonomia da gestão das empresas para obstar à intervenção do Governo quando pedida pelos sindicatos e negam-lhes actualizações salariais como a de 2,9% verificada em 2009 para a função pública”.
O sindicato “repudia firmemente os ataques aos direitos dos jornalistas na RTP e na Lusa, rejeita os cortes salariais que o Governo lhes pretende impor, e exige que as administrações discutam com as estruturas representativas dos trabalhadores planos de racionalização das despesas e do funcionamento dos meios, bem como a adopção de medidas justas e equitativas no tratamento salarial de todos os funcionários”, adianta o mesmo comunicado.

Dream On - “Um musical numa viagem ao Sonho” subiu ao palco no Casino Estoril

  O 10º aniversário, da Associação Palco da Tua Arte, foi assinalado com um espectáculo cujo o título foi Dream On – “Um musical...