Pessimismo
Desconfiança crescente na capacidade da Segurança Social para garantir as reformas pauta a atitude dos trabalhadores
Só dois em cada dez portugueses sabem qual será o seu rendimento quando se reformarem, sendo, no contexto do países da Europa Ocidental, os menos informados sobre o tema. A conclusão é do Axa Barómetro Reforma 2010, que indica, ainda, que só 34% dos inquiridos pensa, no entanto, que o montante que vai receber neste período será suficiente. Um valor 7% abaixo do último inquérito, realizado em 2005.
"Pessimismo e indecisão" são os adjectivos que caracterizam o modo como os portugueses se posicionam perante o tema da reforma. Pessimismo porque, indica o barómetro, a que o DN teve acesso, há uma "desconfiança crescente" na capacidade da Segurança Social de garantir as reformas e, consequentemente, duvidam da qualidade de vida que terão nessa altura. Indecisão porque, apesar disso, os portugueses não sabem bem como planear a reforma.
Uma coisa é certa. Estão plenamento conscientes de que terão de trabalhar mais anos, já que a idade legal da reforma é agora de 65 anos. Curiosamente, o inquérito indica que os portugueses estão "mais conformados" com este aumento da idade da reforma, já que, "apesar de mais de metade dos trabalhadores continuar contra o actual limite etário, o grau de desaprovação diminuiu cerca de 16% face a 2007", refere o estudo.
Mais. Portugal "é um dos países menos hostis ao aumento da idade da reforma": 55% são contra enquanto a média de desaprovação na Europa Ocidental é de 62%.
Para Paulo Bracons, director- -geral de Marketing da Axa Portugal, estes dados denotam, por um lado, a falta de informação dos portugueses sobre a reforma e quanto irão ganhar, a par de uma atitude mais "conformista e passiva" habitual no povo português. Por outro lado, o contexto macro-económico e as contínuas alterações no sistema de reforma contribuem, refere o relatório, para que tenham muito mais preocupações face à qualidade de vida neste período da vida.
Apesar de continuarem a encarar a reforma como uma "fase positiva" em que podem "desfrutar da família e dos prazeres da vida", há um elevado número de inquiridos, quatro em cada dez, que admite encarar este período como uma oportunidade para começar um novo emprego.
E se é verdade que quase metade dos reformados - 47% - se mostram satisfeitos com a sua situação, considerando o valor da sua pensão suficiente, não deixa de ser curiosa a falta de confiança dos trabalhadores na capacidade do Estado em garantir a sua reforma futura. Três em cada dez jovens da população activa acreditam mesmo que terão de contar apenas com os seus próprios rendimentos quando lá chegarem.
A "degradação do sistema de pensões" é o que leva os trabalhadores europeus a começar a preparar a reforma antecipadamente, mas só em Portugal é referido, para além disso, "a influência da crise económica e financeira". Só 40% dos portugueses começaram já a preparar-se para a reforma, um indicador que tem mantido estável, refere o barómetro da AXA, desde 2004. O País está na média europeia, mas Paulo Bracons admite que a "estagnação económica" da última década não tem ajudado.
"Pessimismo e indecisão" são os adjectivos que caracterizam o modo como os portugueses se posicionam perante o tema da reforma. Pessimismo porque, indica o barómetro, a que o DN teve acesso, há uma "desconfiança crescente" na capacidade da Segurança Social de garantir as reformas e, consequentemente, duvidam da qualidade de vida que terão nessa altura. Indecisão porque, apesar disso, os portugueses não sabem bem como planear a reforma.
Uma coisa é certa. Estão plenamento conscientes de que terão de trabalhar mais anos, já que a idade legal da reforma é agora de 65 anos. Curiosamente, o inquérito indica que os portugueses estão "mais conformados" com este aumento da idade da reforma, já que, "apesar de mais de metade dos trabalhadores continuar contra o actual limite etário, o grau de desaprovação diminuiu cerca de 16% face a 2007", refere o estudo.
Mais. Portugal "é um dos países menos hostis ao aumento da idade da reforma": 55% são contra enquanto a média de desaprovação na Europa Ocidental é de 62%.
Para Paulo Bracons, director- -geral de Marketing da Axa Portugal, estes dados denotam, por um lado, a falta de informação dos portugueses sobre a reforma e quanto irão ganhar, a par de uma atitude mais "conformista e passiva" habitual no povo português. Por outro lado, o contexto macro-económico e as contínuas alterações no sistema de reforma contribuem, refere o relatório, para que tenham muito mais preocupações face à qualidade de vida neste período da vida.
Apesar de continuarem a encarar a reforma como uma "fase positiva" em que podem "desfrutar da família e dos prazeres da vida", há um elevado número de inquiridos, quatro em cada dez, que admite encarar este período como uma oportunidade para começar um novo emprego.
E se é verdade que quase metade dos reformados - 47% - se mostram satisfeitos com a sua situação, considerando o valor da sua pensão suficiente, não deixa de ser curiosa a falta de confiança dos trabalhadores na capacidade do Estado em garantir a sua reforma futura. Três em cada dez jovens da população activa acreditam mesmo que terão de contar apenas com os seus próprios rendimentos quando lá chegarem.
A "degradação do sistema de pensões" é o que leva os trabalhadores europeus a começar a preparar a reforma antecipadamente, mas só em Portugal é referido, para além disso, "a influência da crise económica e financeira". Só 40% dos portugueses começaram já a preparar-se para a reforma, um indicador que tem mantido estável, refere o barómetro da AXA, desde 2004. O País está na média europeia, mas Paulo Bracons admite que a "estagnação económica" da última década não tem ajudado.
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