sábado, outubro 02, 2010

República/100 anos: Um autocarro chamado República



Um autocarro da Carris percorreu hoje, pela primeira vez, o roteiro republicano de Lisboa, revelando os locais emblemáticos da...

Um autocarro da Carris percorreu hoje, pela primeira vez, o roteiro republicano de Lisboa, revelando os locais emblemáticos da revolução de há cem anos, desta vez com o grão mestre da maçonaria como cicerone.
A viagem inaugural começou pouco depois das 10:00, com convidados e jornalistas, a quem foi mostrado o percurso que este autocarro irá percorrer durante todo o mês de Outubro.
Com o grão mestre do Grande Oriente Lusitano, o historiador António Reis, a servir de guia nesta viagem inaugural, os convidados começaram este roteiro republicano nos Paços do Concelho.
Enquanto o tráfego matinal impedia que a viagem prosseguisse, António Reis explicou a importância dos Paços do Concelho, lembrando que aquela câmara já era republicana, antes da implantação deste regime, uma vez que desde 1908 que os republicanos tinham conquistado a maioria dos lugares.
Foi à varanda do edifício da actual Câmara Municipal de Lisboa (CML) que o republicano José Relvas proclamou a República e foi conhecida a composição do governo provisório.
A caminho do Terreiro do Paço, que hoje apresenta exposições alusivas à República em vários edifícios, o autocarro passou pelo Hotel Europa, com António Reis a lembrar que ali instalado o "quartel-general" durante a revolução.
Na Praça do Comércio, o cicerone lembrou a força que veio do rio, uma vez que foi nas cercarias desta praça que, a 04 de Outubro, ancoraram os navios ocupados pelos marinheiros revolucionários.
De passagem pela Estação do Rossio, foi sublinhado o papel deste espaço, dada a sua centralidade, e recordado que foi nesta estação que foi assassinado o presidente da República Sidónio Pais, em 1918.
Junto à Rotunda (hoje praça Marquês de Pombal), o historiador destacou o papel do almirante Machado Santos e classificou mesmo de "crucial" o seu empenho.
A Rotunda foi "o cenário principal da revolução de 05 de Outubro de 1910. A permanência corajosa de Machado Santos, contra todas as orientações estratégicas, não respeitando o voto dos oficiais de artilharia que ia no sentido do abandono do local, foi decisiva para a vitória republicana".
O papel de Machado Santos volta a ser recordado nos pontos seguintes da viagem: os quartéis de Campolide e de Campo de Ourique.
O Quartel de Campolide foi tomado pelo capitão Afonso Palla e alguns sargentos, antes da chegada de Machado Santos, e dele saíram várias baterias com destino à Rotunda.
Em Campo de Ourique iniciou-se a revolução republicana, encontrando-se no local uma placa que lembra o local onde explodiu a primeira granada da revolução, disparada pelo Regimento de Artilharia 1.
A viagem prossegue, passando pelo Palácio das Necessidades, onde se encontrava o rei D. Manuel II, que deixou depois este edifício em direcção ao exílio.
Na Rua do Sacramento, em Alcântara, está o penúltimo ponto do roteiro que recorda a acção que impediu a saída do esquadrão da cavalaria da Guarda Municipal.
Com uma duração de cerca de uma hora, o Autocarro do Centenário é uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa e da Carris, com o apoio da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.
A iniciativa inclui ainda visitas a duas exposições alusivas aos 100 anos da República.


Sem comentários:

Dream On - “Um musical numa viagem ao Sonho” subiu ao palco no Casino Estoril

  O 10º aniversário, da Associação Palco da Tua Arte, foi assinalado com um espectáculo cujo o título foi Dream On – “Um musical...