Parlamento
Primeiro-ministro acusa PSD de fragilizar credibilidade económica de Portugal.
"Não é sem ter um aperto de coração que se tomam estas medidas." José Sócrates aproveitou ontem o seu primeiro debate parlamentar pós-novo plano de austeridade para se vitimizar.
"Tomara eu ter outras possibilidades", disse também, a propósito do corte salarial de 5% na função pública. Contudo, acrescentou, numa troca directa de palavras com Paulo Portas, que nem agora nem nunca admitiu desistir da governação: "Nunca me passou pela cabeça qualquer intenção de me ir embora."
Sócrates mostrou ter ficado ressentido com Paulo Portas por este lhe ter pedido que se demitisse, no último debate do estado da Nação (Julho). Acusou o líder do CDS de, como as suas "politiquices", se ter limitado a imitar o mesmo pedido que um dia José María Aznar (líder do PP espanhol) fez a Luis Filipe González (líder do PSOE e presidente do Governo): "Váyase, señor Gonzalez!"
O primeiro-ministro insistiu, várias vezes, na ideia de que só alguém com "coragem" é que toma as medidas que ele tomou. Contra-atacou o PSD dizendo que o facto de não abrir o jogo sobre como vai votar o OE 2011 gera "incerteza" e prejudica a posição de Portugal nos mercados internacionais: "Eu não percebi o que vão fazer. Ninguém percebeu. A capacidade de ganhar confiança não se ganha com incerteza. [As ameaças do PSD] não estão do lado do interesse nacional. Criar instabilidade e crise seria agir contra os interesses nacionais."
Também tentou colocar a bancada laranja na defensiva acusando o seu líder, Miguel Macedo, de ter usado "insultos" para o caracterizar, a "arma dos fracos" a que "é preciso responder com superioridade" (Macedo tinha acusado Sócrates de ser "politicamente inimputável").
O plano de austeridade apresentado e a votação do OE marcaram, evidentemente, todo o debate. "É agora tempo de cada um assumir a sua responsabilidade", disse, a propósito de o OE ser chumbado. "Estabilidade" é, para Sócrates, "a palavra-chave", é "absolutamente essencial para que o País cumpra os objectivos a que se propôs". "Este não é o tempo da facilidade. Este é o tempo da responsabilidade", disse.
Recordando que Mário Soares também foi primeiro-ministro em alturas de grande crise, o primeiro-ministro reclamou-se "herdeiro de uma esquerda histórica", que instituiu "progressos nos direitos sociais e reduziu injustiças". Foi, disse, uma "esquerda que esteve no Governo nos momentos mais difíceis e nunca fugiu às suas responsabilidades". E a sua função é "honrar uma tradição de coragem", estando portanto de "consciência absolutamente tranquila" face aos planos de austeridade apresentados.
A bancada do PS falou através do líder parlamentar. Francisco Assis também considerou a aprovação do próximo OE como "a questão essencial" da actualidade política, resultando do seu eventual chumbo um "verdadeiro drama" para o País.
Falando para o PSD disse que "um partido com a circunstância de perder eleições não fica com o mesmo grau de responsabilidade, não forma governo, mas em circunstâncias como esta tem de dar o seu contributo para a resolução dos problemas com que o País se depara". "O PSD neste momento não deve seguir pelo caminho mais fácil pela tentativa de imputação simplista de responsabilidades ao Governo."
Assis disse que do PSD se espera "um contributo sereno e sério" para que, com o PS, possa percorrer "caminhos de convergência que permitam aprovação do Orçamento do Estado". "É isso que se espera de um grande partido como o PSD", disse.
A José Sócrates, Assis garantiu, por parte da bancada do PS, a sua "inteira e absoluta solidariedade", elogiando-lhe a "coragem" de "estadista".
"Tomara eu ter outras possibilidades", disse também, a propósito do corte salarial de 5% na função pública. Contudo, acrescentou, numa troca directa de palavras com Paulo Portas, que nem agora nem nunca admitiu desistir da governação: "Nunca me passou pela cabeça qualquer intenção de me ir embora."
Sócrates mostrou ter ficado ressentido com Paulo Portas por este lhe ter pedido que se demitisse, no último debate do estado da Nação (Julho). Acusou o líder do CDS de, como as suas "politiquices", se ter limitado a imitar o mesmo pedido que um dia José María Aznar (líder do PP espanhol) fez a Luis Filipe González (líder do PSOE e presidente do Governo): "Váyase, señor Gonzalez!"
O primeiro-ministro insistiu, várias vezes, na ideia de que só alguém com "coragem" é que toma as medidas que ele tomou. Contra-atacou o PSD dizendo que o facto de não abrir o jogo sobre como vai votar o OE 2011 gera "incerteza" e prejudica a posição de Portugal nos mercados internacionais: "Eu não percebi o que vão fazer. Ninguém percebeu. A capacidade de ganhar confiança não se ganha com incerteza. [As ameaças do PSD] não estão do lado do interesse nacional. Criar instabilidade e crise seria agir contra os interesses nacionais."
Também tentou colocar a bancada laranja na defensiva acusando o seu líder, Miguel Macedo, de ter usado "insultos" para o caracterizar, a "arma dos fracos" a que "é preciso responder com superioridade" (Macedo tinha acusado Sócrates de ser "politicamente inimputável").
O plano de austeridade apresentado e a votação do OE marcaram, evidentemente, todo o debate. "É agora tempo de cada um assumir a sua responsabilidade", disse, a propósito de o OE ser chumbado. "Estabilidade" é, para Sócrates, "a palavra-chave", é "absolutamente essencial para que o País cumpra os objectivos a que se propôs". "Este não é o tempo da facilidade. Este é o tempo da responsabilidade", disse.
Recordando que Mário Soares também foi primeiro-ministro em alturas de grande crise, o primeiro-ministro reclamou-se "herdeiro de uma esquerda histórica", que instituiu "progressos nos direitos sociais e reduziu injustiças". Foi, disse, uma "esquerda que esteve no Governo nos momentos mais difíceis e nunca fugiu às suas responsabilidades". E a sua função é "honrar uma tradição de coragem", estando portanto de "consciência absolutamente tranquila" face aos planos de austeridade apresentados.
A bancada do PS falou através do líder parlamentar. Francisco Assis também considerou a aprovação do próximo OE como "a questão essencial" da actualidade política, resultando do seu eventual chumbo um "verdadeiro drama" para o País.
Falando para o PSD disse que "um partido com a circunstância de perder eleições não fica com o mesmo grau de responsabilidade, não forma governo, mas em circunstâncias como esta tem de dar o seu contributo para a resolução dos problemas com que o País se depara". "O PSD neste momento não deve seguir pelo caminho mais fácil pela tentativa de imputação simplista de responsabilidades ao Governo."
Assis disse que do PSD se espera "um contributo sereno e sério" para que, com o PS, possa percorrer "caminhos de convergência que permitam aprovação do Orçamento do Estado". "É isso que se espera de um grande partido como o PSD", disse.
A José Sócrates, Assis garantiu, por parte da bancada do PS, a sua "inteira e absoluta solidariedade", elogiando-lhe a "coragem" de "estadista".
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