segunda-feira, outubro 04, 2010

Ramos-Horta homenageado na Academia das Ciências de Lisboa



Presidente timorense diz que é uma honra pertencer à esta instituição académica secular

O Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, recebeu o Colar da Academia das Ciências de Lisboa da mão do seu presidente. Adriano Moreira recordou aqueles que «escreveram com o seu sangue um primeiro parágrafo de esperança» na historia de Timor e disse este dia ficará marcado na história da secular instituição a que preside.
«É um dia que ficará memorável na historia centenária da Academia das Ciências de Lisboa, este 4 de Outubro de 2010, em que vossa excelência é recebido como académico na presença de altos representantes do Estado Português», disse Adriano Moreira, ao lado do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, e com Mário Soares na assembleia.
O presidente da instituição elogiou o papel que Ramos-Horta teve no processo de auto-determinação de Timor, salientando também a sua «coragem na luta», mas também a «clemência» que demonstrou ao indultar os responsáveis pelo ataque que sofreu em Fevereiro de 2008, que o deixaram gravemente ferido.
Adriano Moreira disse que é Ramos-Horta que «honra» a Academia das Ciências ao aceitar tomar lugar entre os seus académicos.
A estas palavras seguiu-se uma intervenção por parte do chefe de Estado, que se disse honrado com a uma distinção que cuja atribuição «só a generosidade» a instituição poderia explicar.
Em seguida, Ramos-Horta falou sobre a Ásia e grandes desafios do continente para o século XXI, defendendo uma agenda (um «Road Map») de desafios, cujos pilares assentam no «desenvolvimento sustentado», na «eliminação da pobreza extrema» e no «combate às alterações climáticas».
Para Ramos-Horta, um grande continente como a Ásia surge no início do novo milénio com um grande potencial, mas também ensombrada por algumas ameaças, desde o extremismo religioso ao «estado de alerta» militar no enorme cinturão de potências nucleares que atravessa o continente.
«Somos metade da população mundial e só por isso temos uma responsabilidade acrescida», defendeu. «Acredito numa Ásia que poderá liderar a economia mundial, mas alerto também para os desafios e perigos latentes que podem minar progressos dos últimos 30 anos e fazer região retroceder», concluiu.
No final desta intervenção, Mário Soares, disse ao tvi24.pt que esta foi uma «homenagem merecida» a Ramos-Horta. «A Academia teve este mérito de pensar e dar esta honra ao Presidente Ramos-Horta de ser membro desta Academia, que é uma instituição ilustre».
«Ele fez um discurso muito interessante, que nos dá muitas ideias interessantes sobre a Ásia», frisou.

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