sábado, junho 06, 2015

Isaltino Morais: “Fossem todos os políticos escrutinados como eu fui e a política era muito mais limpinha”



A apresentação do livro do ex-autarca da Câmara Municipal de Oeiras realizou-se na quinta-feira, em Lisboa

O auditório da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa foi pequeno para acolher aqueles que quiseram assistir à apresentação do livro do ex-autarca de Oeiras, Isaltino Morais. 
A apresentação realizou-se na quinta-feira e o livro, A Minha Prisão, que narra os 429 dias em que Isaltino Morais esteve preso pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais e lançado no dia 29 de maio, já é TOP de vendas de algumas livrarias. 
O ex-presidente da Câmara Municipal de Oeiras afirmou que o livro não é para sua defesa, tem sim como objectivo “despertar a curiosidade” dos leitores, para que estes tirem as suas próprias conclusões sobre o caso e sobre o próprio sistema judicial. 
A obra pretende mostrar “as perversidades que se podem fazer ao Estado de Direito, quando não se chega ao apuramento da verdade. O que resulta daí não é Justiça, é tirania e é arbítrio”, afirmou, sublinhando que não se está a “fazer de vítima” mas que o Presidente da República e o primeiro-ministro deveriam ter actuado perante a “incompetência dos tribunais”. 
“O Presidente da República não viu, o primeiro-ministro não viu, a Assembleia da República não viu e escondem-se cobardemente, com medo, pela separação de poderes”. 
A obra foi apresentada pelo Professor Santana Castilho e, no final da apresentação, em declarações aos jornalistas, Isaltino Morais referiu que não pretende, pelo menos para já, voltar à vida política. 
“Quero descansar, quero escrever mais e não estou a pensar em envolver-me na política activa neste momento, mas eu tenho os meus direitos activos. Cumpri, injustamente, prisão, não devo nada a ninguém, sou um cidadão livre. Fossem todos os políticos escrutinados como eu fui e a política era muito mais limpinha”. 
Quanto a Luís Marques Mendes, antigo dirigente do PSD, e Paula Teixeira da Cruz, ministra da Justiça, fortemente criticados na obra em questão, Isaltino referiu que “quem me prendeu não foram eles, foram os tribunais, foram os juízes que me condenaram” mas apontou o dedo ao ex-Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, e ao antigo presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha de Nascimento: “O Doutor Pinto Monteiro disse, a propósito do meu caso, que uma pessoa acusada em praça pública tinha de ir a tribunal. A sua profecia cumpriu-se. Noronha do Nascimento disse, também na altura, que eu já devia estar preso. Portanto, o Isaltino tinha mesmo de ser preso”.

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