sexta-feira, dezembro 04, 2009

Independente: Presidente da Associação de Juízes nega qualquer financiamento de instituições


O presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses esclareceu hoje, para evitar "quaisquer especulações", que as duas campanhas em que encabeçou listas à ASJP "nunca tiveram financiamento de qualquer instituição".
O esclarecimento de António Martins à agência Lusa surge após Amadeu Lima de Carvalho, arguido no processo da Universidade Independente (UNI), ter afirmado em tribunal que dinheiros da UNI foram utilizados para financiar viagens de deputados, a eleição de um bastonário dos advogados, uma campanha política do PSD em Santarém e uma campanha da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), através da mulher do então vice-reitor Rui Verde, a juíza Isabel Magalhães.
"Não vindo referida na notícia qual a ´campanha´, ou seja, em que ano é que se situará o financiamento referido pelo arguido, nem qual a ´lista´ que terá sido financiada, considero abusiva qualquer interpretação que se venha a fazer pretendendo ligar tal financiamento à actual Direcção da ASJP ou a qualquer direcção do passado", sublinhou António Martins.
O juiz desembargador frisou que a ASJP "não deixará de pedir todas as responsabilidades a quem tiver comportamentos dessa natureza, fazendo imputações falsas, e irá também por isso averiguar o conteúdo exacto das declarações ora noticiadas". "Para evitar no entanto, e desde já, quaisquer especulações, quero deixar bem claro que as duas campanhas em que encabecei listas à ASJP, em 2006 e 2009, nunca tiveram qualquer financiamento de qualquer instituição, a não ser da própria ASJP, que atribuiu um subsídio a cada lista", precisou o presidente da ASJP.
Quanto à juíza Isabel Magalhães, o presidente da ASJP assegura que "nunca foi apoiante das listas que encabeçou à ASJP e também por isso nunca contribuiu com qualquer quantia para essas campanhas".
Amadeu Lima de Carvalho, accionista maioritário da SIDES (empresa detentora da extinta UNI), foi hoje ouvido na instrução do caso UNI pelo Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), num processo em que está acusado de 46 crimes, incluindo branqueamento de capitais, burla qualificada, corrupção e fraude fiscal.
Questionado sobre o alegado desvio de dinheiro da SIDES, Lima de Carvalho denunciou que 90 mil euros serviram para financiar a campanha do ex-bastonário da Ordem dos Advogados Rogério Alves, uma campanha da Associação Sindical dos Juízes através da então mulher do também arguido Rui Verde e para pagar viagens a deputados da Assembleia da República a Inglaterra para aprenderem inglês. Rogério Alves já declarou à Lusa ser "absolutamente falso" tal financiamento invocado por Lima de Carvalho. Das verbas supostamente desviadas da UNI, Lima de Carvalho revelou também que 150 mil euros serviram para financiar uma campanha eleitoral do PSD em Santarém, por intermédio do então vice-reitor Rui Verde, sem adiantar mais pormenores, o que o PSD também já desmentiu.
Lima de Carvalho acusou ainda vários funcionários do BCP de terem falsificado uma garantia bancária de um milhão de euros para beneficiar Rui Verde, de forma a que este lhe pagasse dívidas pessoais e da então mulher (a juíza Isabel Magalhães). Em Fevereiro último, após uma investigação iniciada em 2006, o Ministério Público deduziu acusação contra 26 arguidos por crimes de associação criminosa, fraude fiscal qualificada, abuso de confiança qualificada, falsificação de documento, burla qualificada, corrupção activa/passiva e branqueamento de capitais. A UNI foi encerrada compulsivamente pelo ministro do Ensino Superior, Mariano Gago.

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