quarta-feira, dezembro 16, 2009

Lima de Carvalho questionou Rogério Alves sobre financiamento de campanha para bastonário




Lima de Carvalho, arguido no caso Universidade Independente (UNI), revelou hoje que em 2006 questionou o ex-bastonário dos advogados Rogério Alves sobre o alegado financiamento da sua campanha para a Ordem pelo ex-vice reitor Rui Verde, outro arguido do processo.
Amadeu Lima de Carvalho contou ao juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) que, em 2006, reuniu-se com Rogério Alves, questionando-o sobre o facto de Rui Verde lhe ter dito que tinha financiado a sua campanha para a OA com 30 mil euros.
"Ele [Rogério Alves] mente quando diz que não sabia de nada. Na altura ficou surpreso, mas não fez nada. Reuni-me na qualidade de advogado para que me confirmasse ou não o recebimento do dinheiro", afirmou Lima de Carvalho, adiantando que o assunto consta dos depoimentos prestados na PJ.
Amadeu Lima de Carvalho, accionista maioritário da SIDES (empresa detentora da extinta UNI), falava na fase de instrução do caso UNI, em que é acusado de 46 crimes, incluindo branqueamento de capitais, burla qualificada, corrupção e fraude fiscal.
Na semana passada, na primeira audição, e a propósito do alegado desvio de dinheiro da SIDES, Lima de Carvalho denunciou que 90 mil euros serviram para financiar a campanha de Rogério Alves para bastonário e a de António Martins para presidente da Associação Sindical dos Juízes (através da então mulher de Rui Verde, a juíza Isabel Magalhães) e para pagar viagens a deputados da Assembleia da República a Inglaterra para aprenderem inglês.
Das verbas supostamente desviadas da UNI, o arguido revelou também que 150 mil euros serviram para financiar uma campanha eleitoral do PSD em Santarém, por intermédio do então vice-reitor Rui Verde, sem adiantar mais pormenores.
Tanto Rogério Alves como António Martins negaram as acusações de Amadeu Lima de Carvalho. Também o PSD de Santarém disse desconhecer qualquer desvio de dinheiro da Universidade Independente para financiamento de campanhas eleitorais do partido.
Hoje, Lima de Carvalho negou que o seu diploma universitário seja falso, outra acusação que consta no processo: "Se o meu é falso então todos os passados pela UNI, mais de três mil, também o são".
O arguido disse que, inclusivamente, pediu uma peritagem à Ordem dos Advogados e ainda não teve resposta.
Lima de Carvalho explicou que a sua inscrição na OA foi cancelada na vigência do actual bastonário, Marinho Pinto, mas que isso nada tem a ver com a alegada falsificação do diploma.
O arguido disse ainda que consta dos autos um documento que certifica que a sua inscrição na Ordem, segundo o conselho geral, na altura de Rogério Alves, estava em conformidade.
Em sua defesa, Lima de Carvalho adiantou que foram destruídos muitos documentos "quando a Universidade Independente foi tomada de assalto" e acusa Diogo Horta Osório, ex-advogado de Rui Verde, de ter feito chantagem sobre ele.
"Isto parece uma capela, é só gente inocente" desabafou, garantido que é o único lesado em todo o processo e que, juntamente com um grupo angolano, detém 67,5 por cento das acções da SIDES.
A audição de Lima de Carvalho prossegue no dia 11 de Janeiro, tendo este pedido a suspensão do processo.
Em Fevereiro último, após uma investigação iniciada em 2006 à gestão da Universidade Independente, o Ministério Público deduziu acusação contra 26 arguidos (pessoas singulares e colectivas) por crimes de associação criminosa, fraude fiscal qualificada, abuso de confiança qualificada, falsificação de documento, burla qualificada, corrupção activa/passiva e branqueamento de capitais, entre outros ilícitos.
Na sequência do caso, a UNI foi encerrada compulsivamente a 02 de Agosto de 2007 pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, José Mariano Gago.

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