domingo, abril 26, 2009

Discurso de Cavaco "reconhece bem a crise"


Oposição reage ao discurso do Presidente da República

A maioria dos partidos da oposição considera que o discurso de Cavaco Silva reconhece bem a crise que o pais está a viver. PCP e "Os Verdes" discordam.

A presidente do PSD considerou que o discurso de Cavaco Silva correspondeu "exactamente" ao que se espera do Presidente da República e subscreveu o apelo à "responsabilidade colectiva" e ao "realismo".
"Aquilo que se espera do Presidente da República é exactamente aquilo que ele disse, um sinal da nossa responsabilidade colectiva", declarou Manuela Ferreira Leite aos jornalistas, no final da sessão solene comemorativa dos 35 anos do 25 de Abril, na Assembleia da República.
A presidente do PSD subscreveu a ideia de que "todos somos precisos para resolver e ultrapassar os problemas que estamos a enfrentar e que é absolutamente necessário que isso seja feito com realismo e com verdade".
Manuela Ferreira Leite assinalou a defesa por parte do Presidente da República de "um grande realismo nas propostas que são feitas", considerando que "esse realismo evidentemente está em ligação com a verdade".
"O que fundamentalmente eu retenho da mensagem do senhor Presidente da República é uma responsabilização colectiva das decisões e das propostas. Essa responsabilização colectiva pertence não só aos políticos, mas a toda a sociedade civil", reforçou.

Bloco de Esquerda

O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, considerou "importante" o apelo do Presidente da República ao combate à abstenção e o reconhecimento que fez sobre a profundidade da crise, mas acusou o PSD de "enorme hipocrisia".
"O discurso do Presidente da República tem dois aspectos importantes: um apelo à participação - e eu dou-lhe inteira razão, porque a abstenção é favorecer que outros decidam por nós - e reconhece a profundidade da crise", declarou o líder do Bloco de Esquerda.
Para Francisco Louçã é natural que o chefe de Estado o Bloco de Esquerda tenham uma visão diferente da actual crise.
"A nossa preocupação é uma resposta por direitos sociais, por compromissos, pela proibição de despedimentos em empresas que têm lucros, pela restrição da especulação e pelo combate às privatizações e às grandes opções que estruturaram uma economia desagregada", apontou Francisco Louça.
No entanto, para o deputado do Bloco de Esquerda, Cavaco Silva, ao reconhecer a crise, "é em si próprio um aspecto importantíssimo".
"Há uns meses atrás ou há uns anos nenhum dos responsáveis políticos de topo do país responderia que a questão essencial é a crise. Por isso, é tão importante o debate sobre as alternativas", disse.
Interrogado se o líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, tem razão quando diz que as gerações futuras estão sequestradas pelas políticas do actual Governo, Louça respondeu que os sociais-democratas "estão numa situação de enorme hipocrisia".
"No mesmo dia em que faz um discurso sobre liberdade, há uma Câmara Municipal do PSD - gostava de ouvir a dra Manuela Ferreira Leite sobre isso - que inaugura um largo Salazar em Santa Comba Dão. É uma enorme provocação gerações de hoje, às passadas e às futuras", considerou.

PCP e "Os Verdes"

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou que o Presidente da República, Cavaco Silva, fez no discurso do 25 de Abril "um certo estender de mão à retoma da ideia do Bloco Central".
Em declarações aos jornalistas, no final da sessão solene comemorativa do 25 de Abril na Assembleia da República, Jerónimo de Sousa acrescentou que "aquilo que se impunha era de facto uma ruptura com esta política e essa palavra não ficou" por parte de Cavaco Silva.
De acordo com o secretário-geral do PCP, Cavaco Silva fez "um certo estender de mão à retoma da ideia do Bloco Central, na medida em que fala dos partidos estruturantes" e foi "mesmo muito superficial em relação à análise da própria crise".
Tal como o secretário-geral do PCP, também a deputada do Partido Ecologista "Os Verdes" Heloísa Apolónia considerou que "o problema do país tem sido esta alternância entre PS e PSD, praticando o mesmo rumo político, e ao senhor Presidente faltou ter a coragem de dizer que é preciso criar uma ruptura com esta política".

Manuel Alegre

O deputado socialista Manuel Alegre considerou que o Presidente da República falou para todos os portugueses e fez um bom exercício democrático, dizendo que Cavaco Silva não deve ser bengala do Governo ou chefe da oposição.
"O papel do Presidente da República não é ser anti-Governo. O Presidente da República não tem que ser a bengala do Governo nem chefe da oposição. O Presidente da República fala para todos os portugueses e falou para todos os portugueses e de acordo com a data", declarou Manuel Alegre no final da sessão comemorativa do 25 de Abril na Assembleia da República
Segundo o ex-candidato presidencial, Cavaco Silva "falou de responsabilidade democrática, de participação, contra a abstenção em actos eleitorais, contra a demagogia, contra a crítica pela crítica e contra o apoliticismo".
Cavaco Silva "fez um bom exercício democrático", sustentou Manuel Alegre, antes de se referir em concreto aos apelos feitos pelo chefe de Estado contra a abstenção nos próximos actos eleitorais.

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