domingo, abril 26, 2009

Oposição pede ruptura face ao Governo


35 anos após o 25 de Abril

Os partidos da oposição assinalaram hoje os 35 anos do 25 de Abril pedindo uma "ruptura" em relação ao Governo, enquanto o PS afirmou que "Portugal vai dar a volta, vencendo a crise".

O líder parlamentar do PSD e cabeça-de-lista social-democrata às eleições europeias, Paulo Rangel, enalteceu na sua intervenção na sessão solene comemorativa do 25 de Abril na Assembleia da República "o bem da liberdade" e acusou o Governo de o "renegar às gerações futuras".
Paulo Rangel apontou a liberdade como "o bem sublime" deixado pelos militares de Abril e "o maior bem que uma geração pode dar a outra".
Em seguida, alegou que o Governo está a "roubar a liberdade de escolha às gerações futuras" com o seu "programa de grandes obras públicas" porque este deixará "uma dívida monstruosa", uma "renda anual de 1500 milhões de euros até 2040, durante 30 anos".
"É por isso que hoje, 25 de Abril de 2009, que é necessária uma ruptura", defendeu o social-democrata.
"Chegou a hora de a geração Europa, a nossa geração tomar o destino em suas mãos e impedir o sequestro do futuro de Portugal, o sequestro de gerações e gerações de portugueses. Chegou a hora de cortar amarras e correntes", concluiu.
Antes, PCP e BE pediram também "profundas rupturas", não apenas em relação ao actual Governo, mas com as políticas seguidas nas últimas décadas, defendendo que a actual crise tornou evidente a "falência" do "sistema capitalista" e do "modelo liberal".

PCP

O deputado comunista João Oliveira considerou que "o projecto libertador de Abril mantém toda a sua actualidade como verdadeiro projecto político de progresso social e económico", declarou que "é preciso Abril de novo" e que isso significa "profundas rupturas".
"Significa romper com políticas que passam ao lado do combate à corrupção e à criminalidade económico-financeira, mas utilizam o aparelho repressivo do Estado para coagir sindicatos e trabalhadores em greve ou limitar liberdades fundamentais, como as de manifestação ou propaganda", acrescentou.
João Oliveira terminou a sua intervenção manifestando "a certeza" por parte do PCP "de que mais cedo que tarde o povo português há-de querer retomar esse caminho libertador de Abril", e que o fará "neste nosso tempo, mesmo que lhe dê outro nome".

BE

A deputada do BE Ana Drago sustentou que "o paradigma político seguido em Portugal nas últimas décadas falhou" e que "o modelo liberal" em de ser "substituído por outro" que cumpra as "expectativas de um país assente na justiça social".
Ana Drago pediu também uma "ruptura no combate à corrupção" e a "refundação do sistema de justiça".
"Trinta e cinco anos depois do 25 de Abril, lembro a esperança e a exigência: Cidadãos que somos e não súbditos, levantamo-nos para retomar a luta pela justiça, contra o défice democrático e o défice social", rematou.

CDS-PP

Por sua vez, a deputada do CDS-PP Teresa Caeiro apelou à "", mas opôs-se aos "valores falhados do PREC (período revolucionário em curso) que ameaçam voltar "à reserva de coragem que permitiu aos portugueses reinventar o seu destino".
Teresa Caeiro defendeu que Portugal podia ser hoje mais respeitado e próspero "se, em vez de uma revolução, tivesse tido uma transição" e seria "uma economia mais avançada e uma sociedade mais justa" não fossem as ocupações e nacionalizações do processo revolucionário.

Capitão de Abril e deputado Marques Júnior

Numa intervenção comovida, o capitão de Abril e deputado do PS Marques Júnior recordou os que lutaram contra a ditadura.
O socialista considerou que o balanço da evolução do país desde 1974 "é francamente positivo", mas que "o futuro se apresenta incerto", perante "uma crise profunda e difícil".
"A solução dos problemas do país não passa pela maledicência, pela resignação, pela suspeição, pela tacanhez, pela demagogia, pela propaganda, por uma luta político-partidária que não coloque acima de tudo os interesses nacionais", antes exige "coragem, determinação, visão" e "o PS, por seu lado, quer estar à altura dessas exigências", disse.
No final do seu discurso, Marques Júnior manifestou a confiança que "uma vez mais, Portugal vai dar a volta e conseguir ultrapassar as dificuldades, vencendo a crise".
O deputado do partido "Os Verdes" José Luís Ferreira considerou que com os sucessivos Governos Portugal se afastou "das pretensões e dos valores que Abril semeou" e criticou a inauguração, hoje, em Santa Comba Dão, de uma praça com o nome de Salazar.

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