terça-feira, dezembro 30, 2008

José Saramago acusado de plágio


Polémica: Escritor mexicano lança suspeitas sobre o Nobel português

O Nobel da Literatura português é acusado por um autor mexicano de plagiar uma das suas obras.
Em causa está o livro de Saramago ‘As Intermitências da Morte’, lançado em 2005, onde mostra um país no qual se deixa de morrer, porque a morte se ausenta para provar a sua falta no equilíbrio da vida.
No entanto, Téofilo Huerta Moreno, jornalista e escritor mexicano, diz ter registado em 1986, na Direcção-Geral de Direitos de Autor, o livro ‘A Segunda Morte e Outros contos Fúnebres’, onde se inclui o conto ‘Últimas Notícias!’ O tema relata a súbita ausência da morte.
A polémica corre na blogosfera desde 2006, altura em que Huerta criou um blogue para denunciar o caso (http://www.saramagoplagiario.blogspot.com/). Aí diz que, em 2006, se dirigiu à Direcção Jurídica do Instituto Nacional de Direitos de Autor, mas que não houve representação legal de Saramago, porque não foi possível notificá-lo. O processo foi arquivado até nova execução, que deve ocorrer em 2009, diz.
Teófilo Huerta explica ainda que em 1997 enviou o conto para um concurso de uma editora local, da qual na altura Sealtiel Alatriste era responsável. Este editor, amigo de Saramago, terá, segundo Huerta, feito chegar a obra a Saramago. O escritor diz ainda que escreveu a Saramago expondo os seus argumentos, mas que não obteve resposta.
Na Caminho, editora de Saramago, desconhecem a situação. O CM tentou, até ao fecho de edição, contactar José Saramago e Téofilo Huerta, mas sem sucesso.

AS DUAS VERSÕES DA HISTÓRIA

Téofilo Huerta Moreno apresenta vários argumentos para defender a sua posição. Entre análises ao tema, a expressões e às estruturas dos textos, o mexicano faz uma comparação exaustiva de ambas as obras. E dá exemplos: "No dia seguinte não morreu ninguém", a frase que dá o mote à narrativa de Saramago (foto), parece fazer eco numa outra de Huerta Moreno: "Não morreu ninguém no dia seguinte."
Ou a comparação entre "os nossos repórteres realizam neste momento uma exaustiva investigação em todos os velórios, hospitais..." e "dezenas de repórteres de investigação [...] fizeram chamadas para os hospitais, a Cruz Vermelha, a morgue, as funerárias...", na obra de Saramago. Ou ainda "o ambiente de festa" e "o júbilo geral" aquando do desaparecimento da morte na versão de Huerta Moreno e a "alegria colectiva" com que Saramago descreve a ausência da morte.

Sem comentários:

Dream On - “Um musical numa viagem ao Sonho” subiu ao palco no Casino Estoril

  O 10º aniversário, da Associação Palco da Tua Arte, foi assinalado com um espectáculo cujo o título foi Dream On – “Um musical...