sexta-feira, junho 18, 2010

Reacções: "Portugal fica mais pobre"



Várias foram as personalidades portuguesas que já reagiram ao falecimento do escritor. Uma perda para Portugal e para a literatura portuguesa, dizem todos, do presidente da República ao primeiro-ministro.
O Presidente da República, Cavaco Silva, recordou José Saramago como um "escritor de projecção mundial", sublinhando que "será sempre uma figura de referência" da cultura nacional.
"Em nome dos Portugueses e em meu nome pessoal, presto homenagem à memória de José Saramago, cuja vasta obra literária deve ser lida e conhecida pelas gerações futuras", sublinha o Presidente, endereçando condolências à família do escritor.
O primeiro-ministro, José Sócrates, também prestou a sua homenagem ao escritor, considerando-o "um dos grandes vultos" da cultura, e manifestando o orgulho do país na sua obra.
"Recebi a notícia da morte de José Saramago com muito pesar. Entendo que é uma perda para a cultura portuguesa e o meu dever, neste momento, é endereçar palavras de coragem e de condolências", disse.
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, foi dos primeiros a reagir. "Foi com profunda consternação e pesar que recebi a notícia da morte do escritor José Saramago, um dos vultos mais destacados da cultura portuguesa contemporânea. Nobel da Literatura em 1998, José Saramago deixa uma obra literária intemporal. Com o seu desaparecimento, Portugal fica mais pobre", afirmou.

Grande perda para o mundo da cultura

A morte de José Saramago é uma "grande perda para o mundo da cultura", afirmou o presidente do Governo das Canárias, arquipélago espanhol onde o escritor faleceu.
Paulino Rivero, que se afirmou muito surpreendido pela notícia da morte considerou-a uma notícia "absolutamente inesperada" pela forma como ocorreu. "Não tinha conhecimento que estivesse mal de saúde. Em qualquer caso quero expressar a solidariedade do Governo das Canárias com a sua família", afirmou.
O presidente da câmara de Madrid, Alberto Ruiz-Gallardón, enviou um telegrama de condolências à família de José Saramago, um escritor "único" cujo desaparecimento deixa "um enorme vazio".
No telegrama, Gallardón expressa "enorme pesar pela triste notícia" do falecimento do escritor português, afirmando que a sua obra "abriu os olhos a uma nova dimensão narrativa, desgarrada, íntegra e lúcida".

Referência luminosa

O presidente da Associação Portuguesa de Escritores, José Manuel Mendes, também se manifestou. "Perdemos não apenas o maior escritor português, mas uma referência luminosa de dignidade e grandeza à escala universal", disse, emocionado. As palavras do presidente foram sentidas. "Era o meu melhor amigo, porventura".
A escritora Lídia Jorge lamentou a morte de José Saramago, definindo-o como "um escritor genial" e também "um exemplo de coragem, pela sua coerência".
"Apesar de tudo acho que morreu feliz porque escreveu até ao fim da vida, entregando-se sempre com a mesma coragem ao ofício que escolheu, e acreditando piamente nas suas convicções", afirmou Lídia Jorge.
O reitor da Universidade Aberta, Carlos Reis, lamentou também a morte do escritor. "Obriga-nos ao lugar comum e o lugar comum é este: é um escritor que mudou a literatura portuguesa e é um escritor que pôs a literatura portuguesa na cena internacional", disse.

Figura indiscutivelmente maior

Também o escritor Mário Cláudio considerou Saramago "uma figura indiscutivelmente maior das nossas letras", classificando o seu desaparecimento como "triste e inesperado".
O escritor portuense afirmou que "Saramago vai durar o que durar a literatura portuguesa", e não deixou de relembrar a contribuição do escritor para a literatura portuguesa, afirmando que apesar da morte, "permanece o génio de Saramago".
O presidente da Fundação do Centro Cultural de Belém (CCB) António Mega Ferreira, considerou que a morte de José Saramago é uma "perda muito grande para a literatura portuguesa".
O encenador João Brites mostrou-se "abalado" com a morte do escritor José Saramago por o considerar uma "referência como homem, um cidadão lúcido, firme e capaz de provocar o nosso pensamento". Considerou que Saramago era um homem que "provocava a rotina" dos portugueses por ser "no sentido literário, artista maior".
A tradutora Margaret Jull Costa recebeu, com surpresa, a notícia da morte do escrito e manifestou-se "triste e privilegiada" por ter traduzido os livros do Prémio Nobel da Literatura 1998.
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, também já reagiu à notícia da morte do escritor. "O desaparecimento de José Saramago representa uma perda para a Cultura portuguesa. O prémio Nobel da Literatura enche o país de orgulho e deu um contributo para o prestígio da língua portuguesa, não só em Portugal mas à escala universal".
"Desejo prestar à sua memória a homenagem que lhe é totalmente devida, em meu nome e em nome do Governo", concluiu.

Escritor marcante da segunda metade do século 20

A ex-ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima considera José Saramago "um escritor marcante da segunda metade do século 20" e que conseguiu "um lugar muito particular na literatura portuguesa".
O presidente do Governo das Canárias, Paulino Rivero, considerou a notícia "absolutamente inesperada" pela forma como ocorreu. Acrescentou ainda que esta morte "significa uma grande perda para o mundo da cultura no arquipélago e no resto do mundo".
O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, José Manuel Pureza, lembrou José Saramago como "um escritor sempre insubmisso" no estilo e nas causas que defendeu e um homem que "combateu a cegueira social".
Também José Eduardo Agualusa deixou a sua mensagem, ""foi muito importante para toda a literatura de Língua Portuguesa", pois a atribuição do Prémio Nobel "mudou a forma como a nossa língua passou a ser percebida em todo o mundo", declarou o escritor angolano.
O fadista Carlos de Carmo, que deu voz a poemas de José Saramago, afirmou que se sente "profundamente consternado", recordando o escritor como "uma pessoa de quem gosto genuinamente, e sinto-me profundamente consternado". "Estou bem mais pobre com a perda deste querido amigo", concluiu o fadista.
O ex-ministro Manuel Maria Carrilho recorda também o escritor, "era um homem controverso, como todas as grandes personalidades, mas cultivava uma proximidade discreta e secreta com Portugal".
O coordenador do grupo “Mais Saramago”, José Miguel Noras, afirmou que "a perda e a consternação são totais", mas sublinhou que "só morre quem não vence o esquecimento".
"Estamos muito magoados agora, muito tristes, mas Saramago continua a existir como o gigante que é da nossa cultura, da nossa literatura. É uma referência para nós", referiu José Miguel Noras.
A morte de José Saramago é "um momento de grande pesar e de grande perda para a literatura e a cultura portuguesa", considerou o escritor José Luís Peixoto. "Ele tem lugar assegurado nos grandes nomes da literatura de sempre", avaliou o escritor.
O escritor espanhol e Prémio Cervantes Juan Marsé recordou que sempre o uniram a José Saramago "bastantes ideias sobre a situação política e social". Lamentando a morte do Prémio Nobel, cuja notícia do falecimento o surpreendeu, Marsé destacou a faceta de "grande narrador" de Saramago.
A Academia Brasileira de Letras está de luto pela morte de José Saramago, afirmou Marcos Vilaça, membro da academia.
"É uma grande perda para a língua portuguesa. Estamos todos muito entristecidos. A Academia está enlutada", assinalou. Marcos Vilaça lamentou que José Saramago, eleito em Julho de 2009 sócio correspondente da ABL, não tivesse tomado posse.
A agente literária de José Saramago na Alemanha, Nicole Witt, lamenta a morte do escritor português, aos 87 anos, que tinha visitado ainda na semana passada em casa, considerando-a "uma grande perda pessoal, mas também para toda a humanidade".
A ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, manifestou pesar pela morte de Saramago, destacando que a obra do Nobel da Literatura português fica marcada pela "liberdade de pensamento".
"Foi um homem que afirmou a sua criação literária através da liberdade de pensamento", destacou a governante, que se encontra em Sintra a participar numa reunião de ministros da cultura da Comunidade de Países de Língua Portuguesa

“Merece homenagem de luto nacional”

O secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, manifestou hoje "profundo pesar e enorme mágoa" pela morte de José Saramago, militante comunista desde 1969, e considerou que o escritor "merece a homenagem" do luto nacional.
Os reis Juan Carlos e Sofia, de Espanha, enviaram a Pilar del Rio, viúva de José Saramago, uma mensagem de pesar pela morte do escritor português, cujo corpo está em capela ardente em Tias, no arquipélago espanhol das Canárias.
Na mensagem, os reis classificam o Nobel da Literatura português como "um extraordinário escritor" que sempre esteve "profundamente vinculado a Espanha".
Numa declaração na sede do PCP em Lisboa, o líder comunista salientou que a morte de Saramago, hoje, aos 87 anos, "constitui uma perda irreparável para Portugal, para o povo português, para a cultura portuguesa".
O Partido Socialista Operário Espanhol manifestou hoje a sua mais "sincera e profunda tristeza" pela morte de José Saramago que classificou como uma "referência" para a família socialista, destacando as suas convicções e a defesa constante dos mais desfavorecidos.
Em comunicado, a direcção dos socialistas espanhóis recalcou que Saramago foi "um escritor único" tendo-se destacado pela sua "capacidade crítica e utópica, valores que transcendem a sua literatura".
A ministra da Educação disse ser uma "honra para Portugal ter um autor como José Saramago", que "em todo o mundo é conhecido, apreciado, estudado", considerando que a obra do escritor, hoje falecido, continuará sempre a ser lida.
A selecção de futebol de Portugal lamentou a morte do escritor português José Saramago, considerado "um dos grandes rostos da cultura lusa" por jogadores, técnicos e restante "staff" presentes no Mundial2010, na África do Sul.
Gilberto Madail, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), sublinhou que o prémio Nobel da Literatura em 1998 "engrandecia o país e levou o nome de Portugal a vários pontos do Mundo".

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