domingo, agosto 08, 2010

Pão: indústria pede fim de restrições às importações para suportar preços



Mais aumentos em cima da mesa

A Associação do Comércio e da Indústria de Panificação e Pastelaria (ACIP) apelou hoje ao Governo para que as restrições às importações sejam abertas, avisando que as empresas não conseguirão suportar novos aumentos da farinha.


Em declarações à agência Lusa, o presidente da ACIP, Carlos Santos, explicou que, à semelhança do que aconteceu em 2008, o Governo deveria "permitir que as importações de países como os EUA ou o Canadá" sejam permitidas, para se corrigir o mercado.
"Já se falam em novos aumentos e estes, a concretizarem-se, em mês e meio a farinha aumentará 50 por cento", avisou o responsável, referindo que as empresas "não estão em condições de suportar novos aumentos".
A associação já avisou que esta semana algumas empresas deverão aumentar o preço do pão, resultado da subida acumulada de 30 por cento no preço da farinha, depois de uma actualização feita no mês passado e de uma outra agendada para a próxima semana.
De acordo com Carlos Santos, alguns industriais já adiantaram que nos próximos dias irão actualizar as tabelas para os preços de 2008, altura em que o preço médio do pão chegou a sofrer um aumento entre os 25 e os 30 por cento, reagindo a uma duplicação do preço da farinha.
"Os últimos aumentos da principal matéria-prima justificam aumentos e que as empresas analisem as contas e verifiquem o que precisam de fazer", sublinhou o responsável, lembrando que Portugal importa 90 por cento de trigo, a principal matéria-prima usada na confecção do pão.
De acordo com a ACIP, o valor médio do pão ronda atualmente os 12 e os 17 cêntimos (40 a 45 gramas), sendo habituais no sector aumentos em unidades de 1 cêntimo, dependendo de cada empresa.
"Ninguém está preparado para os aumentos no pão. Além disso, os aumentos nos cereais não provocam apenas aumento no pão, mas também na carne [enquanto ração] e em outros alimentos", disse.
Na semana passada, o trigo atingiu o valor mais alto em 23 meses, no mesmo dia em que a Rússia, o terceiro maior produtor do mundo, decretou a proibição das exportações depois da pior seca do país nos últimos 50 anos.
Segundo o presidente da ACIP, "os empresários vão ter de ir analisando dia a dia, semana a semana, e ir actualizando as tabelas se for necessário".

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