segunda-feira, setembro 06, 2010

Passos: "Governo quer ir ao bolso dos portugueses"



Orçamento

Impasse mantém-se: Sócrates quer cortar deduções fiscais, líder do PSD diz "não".

Ao bisar as rentrées, José Sócrates em Matosinhos, no sábado, e Pedro Passos Coelho ontem, em Castelo de Vide, na Universidade de Verão do PSD, não acrescentaram uma vírgula ao diferendo que os opõe na época de pré-discussão do Orçamento do Estado para 2011. O primeiro-ministro fez finca-pé na redução das deduções fiscais; o adversário social-democrata garantiu que não o deixa "ir ao bolso dos portugueses".
O socialista não quer diálogo pelos jornais, o segundo aproveitou a comunicação social para dizer, "pela última vez", que sem redução da despesa do Estado e um recuo no corte nas tais deduções fiscais com educação e saúde, não contarão com o voto do PSD para que "os portugueses façam mais sacrifícios do que os necessários".
Aliás, Passos exigiu ao Governo que apresente um balanço intercalar, antes da apresentação do OE na Assembleia da República, sobre o compromisso de contenção da despesa pública que fez parte do pacote de austeridade negociado entre o Executivo e o PSD.
O líder laranja rejeitou a ideia de ser "muleta" do PS para a aprovação de um Orçamento com o qual não concorde apenas porque o Presidente da República já não pode convocar eleições (a partir da próxima quinta-feira).
"É uma perversão do sistema democrático", assegurou o presidente social-democrata, que acusou o Executivo de fazer "chantagem" com os partidos da oposição, quando os portugueses puseram um ponto final na maioria absoluta socialista nas legislativas.
Passos nunca citou o nome de Sócrates, mas foi para ele que dirigiu várias vezes as palavras "arrogância" e "ilusionismo". Não sem que, perante o novo aproveitamento político do líder do PS em torno das aparentes contradições no que toca às deduções fiscais, aproveitar para as explicar aos portugueses.
Afinal, a ideia de que a partir do 6.º escalão do IRS se poderia cortar aquelas deduções, seria para aumentar os montantes das mesmas aos escalões mais baixos do IRS. Ou seja, uma redistribuição directa de benefícios que não contribuiria para mais receita fiscal. O facto de o Governo não optar por esta solução levou o presidente social-democrata a concluir que não existe preocupação com a "injustiça social", mas apenas "a coberto dessa justiça ir buscar para o Estado mais 450 milhões de euros em 2011, o mesmo em 2012 e 2013".
Fontes da direcção do PSD mostraram-se convencidas ao DN que o Governo "não se meterá na guerra" de apenas cortar as deduções aos escalões mais altos do IRS - por não dar "receita visível".
Mais tarde, em Oliveira do Hospital, Passos criticou as decisões do Governo para cortar na despesa, dizendo que "é mais fácil acabar com escolas e serviços de urgência do que com institutos públicos".

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