terça-feira, dezembro 28, 2010

Chuva e crise afugentam clientes dos saldos



Lojas no Porto

A imagem de uma fila de pessoas à espera da abertura das lojas no primeiro dia de saldos está longe ser uma realidade no centro do Porto, onde nem os anúncios "-50%" conseguiram atrair clientes ao comércio tradicional.

Meia hora após o arranque da época de saldos de inverno na loja de pronto-a-vestir Bruxelas, na rua de Cedofeita, António Oliveira esperava à porta a chegada do primeiro cliente, acusando a chuva de afugentar as pessoas, que, acrescenta, "não têm dinheiro para fazer compras".
Com 24 anos de experiência, António Oliveira admite que "as perspectivas não são muito boas por causa do tempo de chuva, porque as pessoas fogem para os centos comerciais", recordando que "há uma dúzia de anos, as pessoas vinham logo de manhã à procura dos saldos".
Do contacto com os clientes, o comerciante afirma com convicção que "as pessoas não têm dinheiro para compras" como "nos tempo em que na altura do Natal, as prateleiras e os cabides ficavam vazios".
Depois de uma noite de trabalho, Esperança Soares detém-se alguns minutos a escrutinar a montra da loja de roupa de homem para "ver o que há e os preços". Em declarações à Lusa, conta que adiou a compra de um fato para o marido, porque "custa sempre 200 euros e nos saldos a diferença é significativa e vale a pena", prometendo "regressar para comprar".
Passados mais uns minutos, chega o primeiro cliente à Bruxelas. Fernando Pereira garante que não é adepto dos saldos, que foram apenas questões de saúde que adiaram a compra de um casaco para depois do Natal. "Não é hábito ir aos saldos. Era para comprar no Natal, mas não consegui. E agora passei e vou ver se compro um casaco", explicou.
Debaixo do guarda-chuva, Margarida Carvalho deita o olho às montras das lojas, admitindo não conseguir resistir às reduções, tendo beneficiado de descontos com as promoções que anteciparam a época oficial de saldos, que se prolonga até 28 de Fevereiro. "Ontem [segunda feira] já fiz compras com promoções. O que eu queria não dava para esperar pelos saldos, porque depois não há números, mas ainda guardei uns 'cobrezitos' para fazer compras em saldos", revela.
Fernanda Costa abre a porta da sapataria, onde ainda não há sinais de saldos,já depois das 10h00 e sem pressas, admitindo estar descrente em relação ao aumento da procura por começar a época dos saldos. "Isto está muito mau. Está um caos mesmo. As pessoas olham para a montra e não entram e quando entram são muito esquisitas. Não sei como vai ser daqui para a frente", diz à Lusa a comerciante de Cedofeita.
Julieta Couto não quer saber dos saldos. Reformada, explica que "no Natal gasta-se sempre mais" e, este ano, "não sobrou mesmo nada para saldos"

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