terça-feira, dezembro 14, 2010

Debates começam hoje



Presidenciais

A pré-campanha para as presidenciais, a 23 de Janeiro, arranca hoje formalmente. O primeiro frente-a-frente é hoje na RTP entre Francisco Lopes e Fernando Nobre.

Seguem-se mais nove debates, divididos pelos três canais, sendo que o último, no dia 29, opõe Cavaco Silva a Manuel Alegre. Em tempo de crise económica, e de contenção de custos nos gastos das campanhas eleitorais, o 'prime time' das televisões é mesmo um momento crucial para que a mensagem dos candidatos chegue à casa dos portugueses.
As eleições presidenciais são já daqui a um mês e picos, mas o País ainda não acordou para a corrida a Belém. Hoje talvez desperte com o arranque do ciclo de debates televisivos, num frente-a-frente entre o candidato do PCP, Francisco Lopes, e o independente Fernando Nobre, na RTP. Os opositores de Cavaco Silva acusam-no de ter "retardado o debate esclarecedor entre candidatos", como diz o director de campanha de Manuel Alegre, Duarte Cordeiro.
A leitura de que os debates televisivos já deviam ter começado é transversal a todas as candidaturas, tanto mais que lembram a coincidência com as festividades do Natal e do Ano Novo. Sendo que o último debate ocorre a 29 de Dezembro entre Cavaco Silva e Manuel Alegre, na RTP. Duarte Cordeiro considera que a actualidade política e a conjuntura de crise ajudaram a relegar a pré-campanha das presidenciais para um plano secundário. "E nem todos, nomeadamente Cavaco Silva, têm tido interesse em partir para o confronto de ideias", afirma.
"Bem pelo contrário", defende a direcção de campanha de Cavaco, que frisa que a primeira proposta apresentada pelas televisões de iniciar os debates a 8 de Dezembro coincidia com a "semana em que o candidato estava no estrangeiro", como PR, na Cimeira Ibero-Americana, Argentina. Os debates, garante a direcção da sua campanha, "mantêm a importância" que sempre tiveram.
Duarte Cordeiro defende que o debate político nos três canais é "fundamental para esclarecer as pessoas sobre os diferentes projectos dos candidatos e comparar as suas diferenças". Além disso, diz, "são uma oportunidade maior quando todas as campanhas são muito mais comedidas do que foram as de 2005". Ou seja, todas elas vão moderar gastos em grandes iniciativas de rua, jantares e comícios. "Basta dizer que o somatório dos gastos de todas as campanhas são ligeiramente superiores aos gastos de um só candidato em 2005." Neste contexto, o prime time nas estações, a custo zero, é mesmo o instrumento que nenhum dos candidatos dispensa no combate político por Belém.
António Rodrigues, responsável pela candidatura de Francisco Lopes, assume os frente- -a-frente como uma "oportunidade de expor projectos e propostas", mas sublinha que para o PCP o "motor fundamental" da campanha ainda é o contacto directo com as populações, os trabalhadores e as empresas e os tradicionais comícios. "Agora, valorizamos os debates como um momento importante no combate político entre candidatos", afirma.
Artur Pereira, director de campanha de Nobre, sublinha que os duelos televisivos são para o seu candidato fundamentais: "É um candidato novo, sem currículo político e que se apresenta ao cargo pela primeira vez." Aquele palco ajudá-lo-á a dar a conhecer o seu projecto para Belém."Fernando Nobre não beneficia dos privilégios da candidatura de Cavaco Silva, que está sempre presente nas televisões e, quando fala, está naquele espaço cinzento em que não se sabe se é candidato, se é Presidente." Artur Pereira considera que Manuel Alegre, o candidato apoiado por PS e BE, apesar de não ter tanto tempo de antena, "não se pode queixar da atenção da comunicação social".
Defensor Moura fala pela sua própria candidatura e também ele se queixa de ser "vítima do esquecimento dos media". Os debates são, por isso, "a oportunidade para estar em pé de igualdade com os opositores" e mostrar como tem "um currículo político" que o habilita a exercer um cargo, cujo programa "é a Constituição da República".
Em 2005, os candidatos a Belém de então - Cavaco , Mário Soares, Alegre, Jerónimo de Sousa e Louçã -, tiveram mais de 45 minutos para o pingue-pongue de ideias. Os que se defrontam na corrida para 23 de Janeiro de 2011 só vão até 30 minutos para esgrimir argumentos, logo a seguir aos telejornais. Embora mais curtos, se estes debates tiverem as excelentes audiências dos de 2005, as eleições a Belém prometem ser concorridas.

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