sexta-feira, novembro 28, 2008

Dia ‘D’ da avaliação


Educação - Sindicatos garantem que cinco mil se manifestaram em Lisboa

Um modelo transitório de auto-avaliação e a suspensão imediata do modelo em curso são as propostas que os docentes apresentam hoje à ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues. O regime de avaliação levou esta semana milhares de professores a manifestaram-se pelo País. Só em Lisboa, estiveram ontem à noite cerca de cinco mil.
De acordo com os sindicatos, o Ministério da Educação já pressionou as escolas a adoptarem o regime simplificado do modelo de avaliação, apesar de o mesmo ainda não ter sido discutido ou estar em decreto-lei. Os professores do agrupamento de escolas de Seia, por exemplo, já foram questionados sobre quem desejam que os avalie.
"Este conflito é, desde sempre, pura teimosia do Ministério da Educação. É o Governo que tem de resolver este drama da avaliação", salientou ontem Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof.
António Avelãs, presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa e dirigente da Fenprof, diz que "a auto-avaliação é um modelo transitório apenas para este ano, enquanto se prepara um projecto eficaz e deve ser discutida pelos conselhos pedagógicos das escolas."
"É mais interessante para os docentes do que limitarem-se a preencher papéis como se sugere neste regime simplificado", explicou ao CM. "Se esta crise se arrastar, em 2009 os protestos vão ser bem piores", acrescentou.
Na próxima quarta-feira, dia 3 de Dezembro, está agendada uma greve nacional: "Vai ser a maior greve de sempre em Portugal. As escolas vão encerrar em todo o País", alertou Mário Nogueira. Se o actual modelo de avaliação for suspenso, os docentes garantem que a greve é desconvocada.

MINISTRA RECEBEU ESTUDANTES DO SECUNDÁRIO PELA PRIMEIRA VEZ

Estudantes do Ensino Secundário foram ontem recebidos, pela primeira vez, pela ministra da Educação. Eduardo Fernando, porta--voz das 13 associações de estudantes que se reuniram com Maria de Lurdes Rodrigues, disse que a reunião se deveu a "um esclarecimento mais sucinto de todo o estatuto do aluno", nomeadamente em relação ao "regime de faltas". "O actual estatuto pode gerar uma dualidade de critérios, sendo que, por vezes, tem tendência a ser mal interpretado pelos alunos", disse. "O problema não está no estatuto, mas sim na compreensão do mesmo", alertou.
O estudante fez questão de dizer que "a reunião correu muito bem", salientando que "já está agendada uma nova conversa", porém "sem data ainda marcada".

55 MIL JÁ SE MANIFESTARAM

Entre os 5000 professores que se manifestaram ontem, em Lisboa, em frente ao Ministério da Educação contra o actual modelo de avaliação, esteve João Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos de Professores (FNE). O dirigente referiu que estas lutas "já juntaram mais de 55 mil professores em todo o País" e que as alterações anunciadas pelo Governo são "insuficientes e não tocam na essência do modelo".

APONTAMENTOS

SEMANA DE PROTESTOS

Os docentes de Lisboa, Santarém, Setúbal e Caldas da Rainha protestaram ontem à noite contra o modelo de avaliação. Terça-feira a manifestação coube aos docentes do Norte e quarta-feira aos do Centro do País.

SUL MANIFESTA-SE

Esta tarde está organizada uma manifestação de professores em Portalegre, Beja e Évora. À noite os docentes do Algarve protestam em Faro.

ESTATUTO DO SUPERIOR

O Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) e o Governo iniciaram ontem as negociações para a criação de um estatuto de carreira específico para os docentes do Ensino Superior. De acordo com o SNESup este processo poderá estar terminado em 2009.

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