sábado, novembro 15, 2008

Marcha de protesto de professores a caminho da Assembleia da República



Docentes negam divisão da classe

O protesto de professores que se realiza hoje em Lisboa, convocado por movimentos independentes apenas sete dias depois da maior manifestação de sempre de docentes, não é um sinal de divisão da classe, segundo alguns manifestantes que se encontram neste momento na marcha a caminho da Assembleia da República.
"Não há divisão dos professores. A manifestação de hoje é um reforço da posição dos docentes. Estaremos cá outra vez daqui a oito dias se for preciso", afirmou Rosário Madruga, uma das professoras que confirmou ter participado também na manifestação do último sábado.
Um grupo de docentes do Agrupamento D. Carlos I, próximo da Assembleia da República, para onde se dirige a marcha de centenas de professores, relatou as várias formas de luta que estão a ser ponderadas. "Abaixos-assinados, reuniões dos vários Conselhos Executivos, vigílias e até greves de fome. Estamos a colocar todas as hipóteses. A ministra não pense que vamos desistir", disse Cristina Didelet, professora titular no Agrupamento.
Erguendo bandeiras de Portugal com lenços brancos na mão, os professores deslocam-se pela Rua Brancamp em direcção ao Parlamento, cantando o hino nacional e entoando frases críticas contra a ministra da Educação. "Votar no PS nunca mais", "Com tanta papelada fica a turma abandonada", "Esta avaliação, não" e "Política educativa do PS - fim do ensino público", são algumas das frases em cartazes de protesto.

"Deixem-nos dar aulas"

Com uma t-shirt preta na qual se lê "estou de luto pela Educação", um professor que não se quis identificar grita: "Deixem-nos dar aulas". Também vestidos de escuro, meia dúzia de professores de Esposende juntam-se em fila vestindo um grande pano preto com aberturas para as cabeças. Um desses professores, que pediu o anonimato, conta que sendo professor de educação física se sente "incapaz" de avaliar os seus colegas que leccionam música, ensino especial e educação visual tecnológica.
"É ridículo. Para cada um dos professores que tenho que avaliar preciso de preencher 44 folhas. Se fizermos as contas no nosso Agrupamento, que tem 133 professores, teríamos de preencher ao todo 5862 páginas, que pesam 33 quilos e duzentas gramas", disse este professor titular de Esposende.
Cristina Lopes, docente de uma escola de Lisboa que também participou na manifestação de sábado, defendeu que em vez de "uma acção de penalização" o Governo devia era investir na formação dos professores. "Deixem-nos dar aulas e arranjem uma secretária para cada professor", defendeu esta docente, explicando que o aumento de burocracia na escola só prejudica os alunos.
Quanto aos protestos de alunos na sexta-feira, por causa do novo estatuto do aluno, esta professora defende que o Governo devia ser processado por difamação ao acusar os professores de manipularem os alunos. "Os miúdos não precisam de ser manipulados. Estão revoltados e isso é compreensível, pois uma falta de um aluno doente é igual à de um que seja apanhado a comer batata frita na sala de aulas", concluiu esta docente.

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