quinta-feira, novembro 25, 2010

Agressões e atropelamento em dois piquetes



Piquetes


Houve violência em Famalicão, Cabo Ruivo e Sta. Maria da Feira. Calma reinou entre condutores de camiões do lixo, em Lisboa

Tranquilo. Era assim o ambiente, na noite de terça-feira, no Parque de Remoções da Câmara Municipal de Lisboa (CML) antes do início da greve geral. Mais agitado foi o dia de ontem em Famalicão, Cabo Ruivo e Sta. Maria da Feira, onde ocorreram situações de violência quando trabalhadores tentavam ultrapassar a barreira dos piquetes. No Entroncamento, o piquete do Sindicato dos Ferroviários tentou convencer maquinistas de comboios internacionais a não prosseguir a marcha e aderir à greve geral.
Eram 22.00 de terça-feira e já dezenas de pessoas se concentravam no Parque de Remoção da CML, nos Olivais, de onde todas as noites partem os camiões de recolha de lixo de Lisboa. Com um piquete de greve com cerca de 50 pessoas, a noite viria a ser calma, apenas um dos 115 condutores optou por não fazer greve.
Apesar disso, foram muitas as razões encontradas pelos colegas para não sair para a rua. Os cortes, que neste sector irá afectar sobretudo os cantoneiros, são os mais referidos. "Como é que estas pessoas têm a ideia de cortar onde é preciso?", questionaram.
Segundo os grevistas ao DN, cada cantoneiro percorre de 12 a 15 quilómetros por noite. O trabalho é feito das 22.30 às 05.30, o que implica que "não tenham vida". "Se quiser sair, não posso, porque tenho de descansar e saio daqui quase às 06.00 para depois entrar às 22.30", justificou um dos trabalhadores.
Também os salários foram criticados. "Tenho 22 anos de casa e recebo 789 euros. O ordenado base de um condutor é de 530 euros", revelou um dos grevistas.
Foi em solidariedade com os protestos dos condutores dos camiões do lixo que várias pessoas se deslocaram, na noite de terça-feira, ao Parque da CML, entre elas Vitorino Almeida, dirigente do Sindicato de Trabalhadores do Município de Lisboa, e António Serzedelo, da Opus Gay. A concentração acabou pelas 23.30.
Situação bem diferente viveu-se ontem no Intermarché de Calendário, Vila Nova de Famalicão, com duas dirigentes sindicais a serem alegadamente atropeladas pelo dirigente do hipermercado. O gestor, que terá ameaçado com arma de fogo os grevistas, foi mais tarde detido, após queixa apresentada.
Também nos CTT de Cabo Ruivo, Lisboa, terá havido confrontos. Neste caso, o piquete de greve terá sido "alvo de agressões por parte da Polícia de Intervenção", afirmou a União de Sindicatos de Lisboa. Fonte da PSP explicou, porém, que a polícia estava no local para garantir que as pessoas que queriam trabalhar o pudessem fazer.
Já em Lamas, Sta. Maria da Feira, os distúrbios ocorreram à porta da Corticeira Amorim, originados pela presença de um indivíduo que tirava fotografias. O homem viria a identificar-se como GNR, acontecendo depois uma troca de palavras que culminou em agressões. Um dos grevistas, na casa dos 40 anos, foi hospitalizado para observação. A PSP foi ainda à sede da empresa de transportes MoveAveiro - o director decidiu abrir os portões, tarefa por norma entregue a funcionários.

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