domingo, julho 04, 2010

Auchan diz que crise ajudou as vendas dos hipermercados



Américo Ribeiro, director-geral da Auchan, não tem planos para novas aberturas de supermercados, e é nos 21 hipermercados Jumbo que encontra a melhor "alternativa à crise".


"A recessão veio ajudar este formato pela capacidade de dar alternativas ao cliente. Só o hiper consegue ter debaixo do mesmo tecto soluções para todos os poderes de compra", justifica. A proximidade é cada vez mais valorizada pelo consumidor, mas Américo Ribeiro acredita que as unidades Pão de Açúcar (das dez actuais, oito são novas, duas estão em renovação) são suficientes para responder à procura.
Em 2009 o grupo anunciara uma previsão de aberturas de 30 a 35 supermercados para os próximos anos. Agora, optou por reforçar a atenção nos hipermercados e segue o caminho contrário ao de outras cadeias de distribuição como, a Jerónimo Martins, que preferiu apostar no supermercado e deixar para trás as lojas com mais de dois mil metros quadrados de dimensão da insígnia Feira Nova. Entre 2008 e 2009, o número de supermercados Pingo Doce aumentou 18 por cento, a maior subida neste segmento (dados Nielsen).
Américo Ribeiro, que começou a trabalhar no Auchan como chefe de secção há 20 anos (tem hoje 48 anos), acredita que comprar "no mesmo sítio e numa só deslocação é uma vantagem". Contesta, assim, o mito do supermercado, cujo formato também é o que mais domina a lista das autorizações concedidas pela Direcção-Geral das Actividades Económicas para a instalação de estabelecimentos de comércio.
Do total de 151 autorizações, 23 são do retalho alimentar, e nenhuma destas contempla lojas com mais de 2000 metros quadrados. Entre as duas dezenas de lojas, está um Pão de Açúcar em Condeixa-a-Velha. De acordo com a Nielsen, em 2009 foram emitidas 196 autorizações para supermercados, e apenas 16 para hipermercados.
Só com lojas de grande dimensão, defende Américo Ribeiro, é possível criar corredores distintos como o self discount (zona exclusiva para produtos de marca própria, mais baratos). Já este ano o grupo francês transformou um hiper convencional de nove mil metros quadrados no maior hipermercado hard discount em França, estreando no mercado a insígnia Priba. Se a experiência correr bem, a empresa poderá reconverter outros hipermercadoss com menor rentabilidade, noticiou o diário francês Le Figaro.
Por cá, os planos de novas superfícies de maior dimensão incluem Coina (2010) e Portimão (2011); em carteira estão remodelações para continuar a cativar clientes. O investimento estimado para este ano é de 20 milhões de euros, não incluindo o hipermercado no Algarve. "O ano passado abrimos em Guimarães e Amadora", diz Américo Ribeiro. A abertura de novos estabelecimentos está dependente da construção de centros comerciais onde os hipermercados são lojas-âncora, ou seja, focos de atractividade de clientes. Segundo a Associação Portuguesa de Centros Comerciais até 2011 estão previstos seis novos shoppings (um é outlet), com um total de área bruta locável de 228.699 metros quadrados. Um ritmo de crescimento mais moderado, depois do boom na década de 90.
A nível internacional, os hipermercados pesam 80 por cento nas receitas totais do grupo Auchan que também tem negócios no sector imobiliário (centros comerciais) e banca (Accord). Em 2009, a facturação das cadeias de grande formato aumentou 0,9 por cento para os 31.700 milhões de euros graças às aberturas concretizadas nos últimos dois anos (cerca de 100). Contudo, na região da Europa Ocidental as vendas dos hipers recuaram - em França caíram 3,5 por cento.
Já os 739 supermercados que o grupo tem em cinco países não conseguiram resistir às quebras generalizadas no consumo e viram baixar a facturação 3,2 por cento, para os 6600 milhões. Os sinais de retoma sentidos no final do ano passado não conseguiram travar o impacto nas vendas, que só atingiram bons resultados na Polónia e na Rússia. Em Portugal, a Auchan registou um volume de negócios de 1364 milhões de euros, mais cinco por cento do que em 2008, o que equivale a 3,4 por cento do total do grupo.
O bom comportamento dos hipermercados num contexto de recessão leva a cadeia retalhista francesa a acreditar que o formato ainda não morreu. Mas, para sobreviver, o sector da grande distribuição tem de diversificar serviços. Os analistas apontam o exemplo da britânica Tesco que juntou ao retalho tradicional o crédito ao consumo, serviços financeiros, telecomunicações ou até aluguer de viaturas.

1 comentário:

Anónimo disse...

boa tarde
esse Sr Américo devia era ter vergonha na cara, e aprender a tratar os trabalhadores com respeito e dignidade e não obrigar cada funcionario a fazer o serviço de 3 ou 4 pessoas. o grupo auchan só deve estar bom para eles superiores, porque reduziram os funcionarios para quase metade na maioria das lojas, menos custos = mais lucro. até o dia em que os clientes se fartem de ver filas e prateleiras vazias e desarrumadas.

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