domingo, outubro 24, 2010

Portas vota contra e sai da foto do Orçamento



CDS-PP

Líder centrista decidiu ir contra o Orçamento depois de o PSD abrir negociações com o Governo. Mas evitou críticas a Passos

O presidente do CDS-PP anunciou ontem o voto contra do partido à proposta de Orçamento do Estado para 2011. Fê-lo sublinhando que "preza a coerência". Foi o mais longe que se permitiu ir na crítica a Passos Coelho - todas as outras críticas seguiram direitas para Sócrates e seu Governo.
Paulo Portas, sabe o DN, só decidiu o sentido de voto da bancada depois de Passos Coelho ter anunciado que partiria para conversações com o Executivo. Antes, o líder centrista deixou margem para outra hipótese: uma abstenção PSD/CDS, em conjunto, mas sem negociações de qualquer espécie. No fundo, Portas estava disposto a seguir as recomendações de todos os mais próximos de Cavaco Silva: viabilizar o OE 2011, mas deixando o ónus inteiro para Sócrates. O que não estava disposto a fazer, garante fonte da direcção do partido, era viabilizar sozinho (no caso de o PSD não fazer acordo), como chegou a sugerir António Lobo Xavier. Até porque isso implicaria um voto favorável dos seus 21 deputados. Para evitar qualquer pressão nesse sentido (na hipótese improvável de as reuniões entre Catroga e Teixeira dos Santos não levarem a bom porto), Portas disse já que vota contra.
Quanto à argumentação, nenhuma surpresa. "O CDS preza a coerência e é penhor de uma alternativa. Não estamos dispostos a negar tudo o que pensamos, a negar tudo o que fazemos e a negar tudo o que dizemos", afirmou ontem Portas, acrescentando que o voto contra será "um não de direita" a uma política em que já não acredita.
Na conferência de imprensa, Paulo Portas considerou "óbvio que o PS e o PSD vão viabilizar o Orçamento para 2011, pela simples razão de que os dois partidos acordaram o PEC I e o PEC II". Isso, "evidentemente, tem consequências", sublinhou. Na verdade, a expectativa entre os centristas está, agora, em saber quando Passos Coelho está disposto a romper a corda com o Governo. Sendo certo que as relações entre os dois partidos se estreitaram nos últimos meses.
O líder centrista fez ainda uma análise muito negativa de um OE que "pode levar à recessão. Ora eu, que disse ao primeiro-ministro para sair, não vou certamente votar de modo a que ele fique", explicou Portas.
"Se amanhã o primeiro-ministro vier dizer que a oposição não teve coragem para o mandar embora, eu quero poder dizer que votei em conformidade com um primeiro-ministro em que não acredito", frisou ainda.
Para o CDS, a proposta orçamental não controlará o endividamento, aumentará o desemprego e empobrecerá a classe média, "atacando os mais vulneráveis, os idosos e os mais pobres, mas deixa as empresas públicas à solta".

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