sexta-feira, outubro 15, 2010

Saída de alunos para o público não afecta melhores colégios



Crise

Associação do Ensino Privado e pais notaram mais transferências no início deste ano.

Em alturas de dificuldades económicas, como este ano, "aumenta o número de alunos que sai do privado para o público". Quem o diz é Rodrigo Queiroz e Melo, presidente da Associação do Ensino Privado (AEP). Uma avaliação confirmada pelo representante das associações de pais, que sentiu este ano um crescimento que causou problemas às escolas públicas mais procuradas. Esta é uma das principais consequências da crise no ensino.
Mas as escolas privadas com melhor reputação, as que todos os anos vêem os seus nomes aparecer nos lugares cimeiros do ranking desde há dez anos, são pouco ou nada afectadas. Pelo contrário, têm listas de espera que suplantam em muito as desistências. É o caso do Colégio de Nossa Senhora do Rosário, no Porto, que no mês passado fechou as inscrições para o próximo ano lectivo.
"Este ano notámos muitas movimentações, mas já passámos por essa situação antes e a nossa experiência é que dois ou três anos depois o número de alunos volta a subir", diz Rodrigo Queiroz e Melo. Apesar de encarar estas transferências "sem fatalismos", já que por enquanto não põe instituições em risco, considera-as "preocupantes". "Porque é uma irracionalidade", explica. "Financeiramente é pior para o País, porque cada aluno que sai para o público vai custar o dobro do que os apoios que o Estado dá às famílias para manter os filhos no privado. Por outro lado, para o aluno significa a interrupção de um percurso, o que nunca é positivo", conclui.
Albino Almeida, presidente da Confederação das Associações de Pais, lembra que os encarregados de educação fazem esforço por manter os filhos no privado pelo menos até ao fim de cada ciclo de ensino, e que, por isso, as transferências para escolas públicas notaram-se mais no primeiro ano do 1.º e 3.º ciclo. "Não podemos falar em números absolutos, mas reparámos que houve mais entradas de alunos vindos do privado. Talvez algumas centenas em todo o País. Costumavam ser situações residuais, e este ano foram mais notadas porque causaram problemas em algumas escolas", lembra. Isto porque as turmas já estavam organizadas e receberam grupos de alunos que queriam manter-se juntos, diz.
O director da escola Stuart de Carvalhais, em Massamá, por exemplo, confirma que este ano houve um aumento da procura e que tem um número recorde de alunos. "Há um conjunto de factores, e a vinda de alunos do privado é um deles", diz João Ribeiro, acrescentando que ouviu muitas histórias iguais na Grande Lisboa . Hoje essas situações já estão ultrapassadas, mas mostram que o público é atractivo, garante Albino Almeida. Ou, pelo menos, algumas escolas são. "Os pais tentam escolher as que consideram melhores."

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